Desde a morte do artista, mais de 20 músicas foram lançadas em nome de Michael, incluindo um álbum com voz “de plagiário”. Michael Jackson durante apresentação em Singapura em 1993
STR / AFP
A morte de Michael Jackson completa 15 anos nesta terça-feira (25), mas é porquê se ele nunca tivesse parado de produzir. Materiais nunca lançados pelo planeta em vida renderam mais de 20 músicas póstumas.
O lançamento mais recente em nome do Rei do Pop foi em 2022, com o álbum rememorativo “Thriller 40”. Nele, foram inclusas três novas músicas, descartadas por Michael nos anos 80.
Boa secção dos lançamentos póstumos teve recepção morna da sátira. Mas isso – e nem mesmo as denúncias de injúria sexual infantil, ressuscitadas no documentário “Leaving Neverland” – não as impediu de render muito moeda à família do cantor.
Em 2023, a revista “Forbes” considerou Michael Jackson a notoriedade morta mais bem-paga no mundo. E em fevereiro deste ano, segundo a “Billboard”, metade do catálogo do artista foi vendido ao Sony Music Group por US$ 600 milhões.
Além da produção em vida, que continua rendendo, uma secção dos lucros está relacionada a dois álbuns póstumos de músicas novas – um deles, com uma inclusão de vocais falsos admitida no ano pretérito – e participações em músicas de outros artistas.
Voz de plagiário
“Michael”, primeiro disco póstumo do artista, foi lançado em dezembro de 2010. Havia nove anos que Michael não aparecia em um álbum de inéditas, desde “Invincible”, de 2001.
Parecia que a Epic Records tinha unicamente espremido daqui e recauchutado dali para chegar ao repertório de dez canções. Mas, oito anos mais tarde, a Sony, que administra o selo, admitiu ter usado vocais de um plagiário em algumas faixas do disco.
Cobertura de “Michael”, primeiro álbum póstumo de Michael Jackson, lançado em 2010
Divulgação
“Michael” tem música registrada durante a gravação de “Thriller”, lançado em 1982 (“Much too soon”), e faixas que tomaram os últimos momentos de vida criativa do cantor (porquê “Best of joy”).
Figuras do R&B americano porquê Teddy Riley e Christopher “Tricky” Stewart produziram as músicas com participações de Akon, 50 Cent, Lenny Kravitz, Ne-Yo, Jamie Foxx, Dave Grohl, além da orquestra japonesa de electropop Yellow Magic Orchestra.
Mas nem o time estrelado de convidados, nem a comoção ainda recente pela morte do planeta sensibilizaram a sátira. No Metacritic, site que compila avaliações, “Michael” conseguiu um índice de aprovação mediano de 54%.
Duetos
“Xscape”, disco que saiu quatro anos depois, pontuou um pouco melhor: tem 66% no site.
As oito faixas inéditas mostram um trabalho mais escrupuloso da produção. O repertório tem músicas que já eram conhecidas dos fãs, porquê “A place with no name”, a primeira a vazar posteriormente sua morte, e “Slave to the rhythm”, que teve uma versão em dueto com Justin Bieber tocada nas rádios em 2013.
Mas a mais conhecida envolve outro Justin, o Timberlake. A parceria com o ex-N’ Sync foi incluída na edição deluxe do álbum, mas virou hit e entrou em paradas musicais de países porquê Estados Unidos, Canadá e Brasil.
Também em 2014, a orquestra Queen desenterrou um dueto inédito entre Michael e Freddie Mercury (1946-1991). Antes do lançamento de “There must be more to life than this”, o guitarrista Brian May contou que a música demorou 30 anos para transpor porque os dois cantores brigaram pouco depois da gravação.
Outra parceria póstuma é “Don’t matter to me”. A tira do álbum “Scorpion” (2018), do rapper Drake, usa trechos vocais inéditos de Michael. O material foi tirado de uma gravação feita em 1983.
Demos
Para festejar os 40 anos de “Thriller”, uma edição privativo chamada “Thriller 40” foi lançada pela Michael Jackson Estate e a Sony Music.
O disco rememorativo incluiu as demos (versões não finalizadas) de “She’s Trouble”, “What a Lovely Way to Go” e “Who Do You Know”. Também há “The Toy”, que foi reutilizada para a música “Best of Joy” no póstumo “Michael”. Todas foram gravadas para “Thriller”, mas não entraram para o disco.
A edição comemorativa do álbum não tem avaliação no Metacritic, mas as demos são muito avaliadas por fãs. A principal queixa sobre o disco é relacionada à qualidade do som.
Na era de “Thriller”, mais de 20 canções foram gravadas e descartadas. Muitas foram lançadas em edições especiais, porquê “Bad 25” e o próprio álbum póstumo “Michael”. Mas ainda há faixas que foram vazadas na internet e ainda podem surgir porquê lançamentos oficiais.
Tem mais?
E, mesmo tanto tempo posteriormente sua morte, o lançamento de novos trabalhos de Michael ainda é uma possibilidade admitida pelo mercado.
Em 2018, o CEO da Sony Music, Rob Stringer, disse que a gravadora estava “continuamente vasculhando” o catálogo de Michael “em procura de idéias”.
Com o documentário “Leaving Neverland”, lançado em 2019, as produções em nome de Michael desaceleraram. O filme, com o relato de dois homens que afirmam ter sido abusados por Michael na puerícia, pareceu ter baqueado a imagem do artista. Mas anos depois, “Thriller 40” confirmou que ainda há espaço entre os fãs para o trabalho de Michael.
Fãs protestaram em frente ao prédio da emissora Channel 4 pelo lançamento de ‘Leaving Neverland’
PA via BBC
A gestão do espólio de MJ não parou. Em 2023, a entidade investiu em vários projetos, porquê um músico na Broadway e um espetáculo do Cirque du Soleil. Também há muita expectativa em torno de “Michael”, cinebiografia prevista para 2025. Com isso, é muito verosímil que novas músicas apareçam nos próximos anos.
No site solene do espólio do cantor, a entidade afirma que está focada em “fortalecer o legado de Michael a longo prazo”.
“Há uma teoria – da qual Michael compartilhava – de que não se deve fazer muito, dar um sota ao mundo e depois surpreendê-los com projetos especiais. Essa continua sendo a intenção”.
Fonte G1
