A Franquia, Da Hbo, Tira Sarro Da Hollywood De Super Herói

A Franquia, da HBO, tira sarro da Hollywood de super-herói – 04/10/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Sam Mendes não é estranho às grandes franquias de cinema. Foi ele, enfim, quem dirigiu o que muitos consideram o melhor capítulo da saga de James Bond, “007: Operação Skyfall”. Mesmo assim, o cineasta britânico não viu problema em tirar sarro desse ecossistema hollywoodiano movido mais por demandas de mercado do que por avidez artística.

É o que ele faz sem pudores em “A Franquia”, novidade série da HBO. Na verdade, a teoria surgiu justamente numa conversa com o cocriador Armando Iannucci, em que lhe confidenciou algumas histórias cômicas dos bastidores de “Skyfall” e “007 Contra Spectre”.

Elas mais tarde serviriam de base para a trama que acompanha o dia a dia caótico no set de filmagem de um longa de super-herói. Teoria e roteiro são assinados ainda por Jon Brown, que virou joia da grinalda depois de grafar “Succession” e cuidou de armar, em paralelo, uma disputa por poder no cimalha escalão do estúdio figurado Maximum.

Verdade e fantasia se misturam enquanto frases absurdas saem da boca dos personagens que caminham pelo enorme estúdio da Warner Bros. Discovery no Reino Uno, o Leavesden. “É provável que, ao mesmo tempo em que estávamos gravando essa sátira, qualquer filme de herói estivesse sendo gravado ao lado”, diz o ator Darren Goldstein, para quem o projeto é ácido, mas não cruel.

A Warner Bros. Discovery, enfim, é dona da HBO e também da DC Studios, responsável por franquias porquê “Batman”, “Mulher-Maravilha” e “Super-Varão”, reencarnadas num ritmo exaustivo, um pouco que se reflete na novidade série. “Parece que demos muito teor aos fãs e eles se engasgaram”, diz seu personagem num dos primeiros episódios, no que soa porquê um mea-culpa metalinguístico.

Tudo em “A Franquia” parece ter sido milimetricamente calculado para espelhar a veras não só da DC, mas em privativo da concorrente Marvel. Controlada pela Disney, ela precisou pôr o pé no freio depois de duas décadas lançando filme detrás de filme e perceber que o público já não está mais tão disposto a remunerar o ingresso para a enésima aparição de seu herói predilecto nas telas.

“Tivemos a teoria para a série há anos, quando os filmes de super-heróis estavam no auge, mas tudo ficou mais interessante quando as coisas começaram a mudar”, diz Brown. “Virou uma história sobre a queda de um poderio, sobre uma novidade geração que chega a uma corrida do ouro que praticamente acabou.”

“A Franquia” é centrado no personagem de Himesh Patel, primeiro assistente de direção do novo filme do super-herói Telhado. Porquê num “The Office”, ele precisa mourejar com situações e colegas de trabalho que beiram o nonsense, deixando para o testemunha a tarefa de deliberar o que é excesso e o que tem pé na veras dos grandes estúdios americanos.

O personagem se encarrega de massagear o ego de um protagonista bonitão e inseguro com seu talento, de desbravar um coadjuvante veterano que não está feliz com os rumos da curso, podar as ideias mirabolantes do diretor europeu e autoral equivocadamente contratado e manter tudo funcionando aos olhos dos executivos que visitam o set –embora eles estejam mais interessados em vender bonequinhos.

“É um sistema disfuncional e quebrado, mas você pode ver várias pessoas pondo seu coração e a sua psique naquele filme”, diz Brown, sobre personagens vividos por nomes porquê Richard E. Grant, Daniel Brühl, Billy Magnussen e Katherine Waterston.

Para o pai e diretor Sam Mendes, porém, não há crise na risco de produção de blockbusters de Hollywood, e sim uma transformação. Será uma crise quando as pessoas pararem de vestuário de ir ao cinema, diz. Ele acredita que, hoje, o testemunha só impõe mais limites àquilo que quer ver numa telona.

“A demanda hoje é por filmes que entreguem espetáculo, mergulho, eventos, catarse e uma experiência sensorial, porque o resto você consegue ter numa tela grande na sua vivenda. É um cenário menos animador que há 20 anos? Para mim, é. Mas não para outras pessoas”, diz Mendes, vencedor do Oscar por “Formosura Americana”.

“Alguns desses blockbusters poderiam ser melhores? Sim. Há uma maneira mais funcional de fazê-los? Sim. Mas ainda há a chance de termos um pouco porquê ‘Pantera Negra’ e ‘O Cavaleiro das Trevas’ para desafiar o protótipo? Sim. Em resumo, se esse é o tipo de filme que queremos fazer, logo vamos fazer muito, em vez de fazer qualquer porcaria.”

Folha

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