Pedro, 27, enfim foi convocado por Dorival Júnior para a seleção brasileira, que no mês que vem, em situação ruim na tábua (sexto entre dez concorrentes), enfrenta Equador e Paraguai pelas Eliminatórias da Despensa do Mundo de 2026.
Já deveria ter sido para a Despensa América nos EUA, no meio do ano, porém o treinador elegeu, porquê opção para a “centroavância”, Evanílson, do Porto.
Evanílson pouco jogou na miserável campanha em que o Brasil, com um futebol pouquíssimo persuasivo, caiu nas quartas de final, eliminado nos pênaltis pelo Uruguai.
O camisa 9 do Flamengo é merecedor, não de hoje, de estar entre os 23 (na Despensa América foram 26 e nem assim ele entrou). Com seu 1,85 m, é o melhor varão de espaço que o Brasil tem, até porque há carência de bons centroavantes na atualidade.
Olhando para a lista de artilheiros do Campeonato Brasílico, no topo aparece Pedro, com dez gols em 20 partidas. O centroavante nascido no Brasil mais próximo dele é Everaldo, do Bahia, com seis gols em 22 jogos –aos 33 anos, ele não está nos planos de Dorival.
Atuando no exterior, o Brasil carece de homens-gol. Não me lembro de um que mereça ser citado atualmente. Aliás, já faz tempo que não temos um bom centroavante na seleção, um de nível Ronaldo Fenômeno, Romário, Careca.
Nas últimas duas Copas, Rússia-2018 e Qatar-2022, jogaram na posição, respectivamente, Gabriel Jesus e Richarlison. Os dois não são centroavantes natos, atuam melhor caindo pelas laterais do ataque. E os dois não foram muito nos Mundiais, mormente Jesus há seis anos.
Pode-se jogar sem um real camisa 9 e triunfar? Sim. A Argentina ganhou a Despensa no Qatar assim, o Real Madrid ganhou a mais recente Champions League assim.
Mas eu defendo que todo time precisa narrar com um finalizador, com aquele rostro que, dentro da espaço, é temido, é chamado de “matador”. Que pontapé muito, cabeceie muito, faça muito o pivô e que, preferencialmente, tenha habilidade e bom controle de globo. Um Haaland (Manchester City). Um Lewandowski (Barcelona). Um Kane (Bayern de Munique).
Na seleção brasileira, Pedro é esse rostro. É a vez dele. É a hora dele.
Se não for para transpor jogando, que possa ser opção para o discurso da partida. Porém acredito que deva ter sua chance desde o início. Por quê? Pela boa período e devido ao esquema sem centroavante não estar funcionando na seleção.
E Endrick, 18, maior revelação recente do futebol brasílico, não se encaixa ali? Pode se encaixar, mas ele não mostrou ter, pelos menos até agora, as características necessárias para jogar enfiado entre os zagueiros. Não continuamente, na maior secção do jogo –outrossim, a profundidade (1,73 m) não ajuda na peleja pelo cume.
O mesmo pode se declarar em relação a Rodrygo (colega de Endrick no Real Madrid), que atua melhor não porquê a referência no ataque, mas na movimentação pelo lado ou ao recuar para receber a globo e tentar uma jogada, uma tábua, uma finalização.
Chamou-me a atenção o trajo de Rodrygo ter aparecido na relação dos convocados porquê meia. Na falta de Neymar, ele herdou a camisa 10 da seleção, só que não é um meia. Até pode se tornar um, mas hoje não é.
Esse trajo pode indicar que Dorival pretende escalá-lo porquê terceiro varão de meio de campo, avante de dois volantes, na geração, na vaga de Lucas Paquetá.
Tenho dúvidas se dará visível. Todavia, se a escolha for essa, a chance de Pedro jogar aumenta, pois Rodrygo deixa de ser um dos nomes do trio ofensivo, que passaria a ter Savinho (ou Luiz Henrique ou Estêvão) na direita, Pedro no meio e Vinicius Junior na esquerda. Parece bom.
Ressalte-se que Pedro está em recuperação de equimose. Lesionou-se na coxa no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, no dia 15 deste mês, contra o Bolívar.
Deve voltar a jogar no prelúdios de setembro. O Brasil pega o Equador no dia 6 (sexta-feira), em Curitiba, e o Paraguai no dia 10 (terça-feira), em Assunção.
A ver se Pedro estará em boas condições. Se sim, que jogue, que tenha minutos para tentar fazer gols. Se não, será desagregado, e a hora e a vez dele serão adiadas.
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