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‘A Noviça Rebelde’ volta a SP com Larissa Manoela e telão – 13/07/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Investir em uma produção teatral tal qual enredo encanta gerações desde 1959 pode parecer uma aposta certeira para o sucesso de bilheteria. Mas não para o diretor Charles Möeller, que estreia sua terceira montagem de “A Noviça Rebelde” na Vibra São Paulo, neste sábado.

“Estamos nos comunicando com uma plateia que mudou. Quando eu fiz o músico pela primeira vez, em 2008, os celulares não tinham esse poder de hoje”, diz. “E queremos transmitir aos jovens um espetáculo sobre a estupidez da guerra, a estupidez do totalitarismo. Você está abrindo os horizontes, porque é fácil sentar na sua mansão e ver a Julie Andrews rodando naquela serra, aquilo ali está embalado pelo efeito Hollywood.”

Depois sessões esgotadas no Rio de Janeiro, com mais de 60 milénio espectadores, a produção chega a São Paulo em curta temporada, com apresentações nos sábados e domingos, às 15h e 20h, até 28 de julho.

Se as colinas estão vivas ao som da música no filme de 1965, dirigido por Robert Wise, no palco, as montanhas também ganham psique e destaque de personagem.

A formação rochosa cenográfica com a qual a protagonista, a aspirante a madre Maria —cá interpretada por Malu Rodrigues— se deslumbra no início do espetáculo, e que depois será a rota de fuga dos nazistas no fechamento, é turbinada por um pintura de LED que traz paisagens da austríaca Salzburgo.

A paisagem bucólica, somada ao enredo no final dos anos 1930, numa promessa de vigor interrompida pelo horror da Segunda Guerra, é tão fundamental para a peça quanto a presença de Maria porquê governanta da família Von Trapp.

É também um processo de invenção —a personagem, rebelde demais para os muros do convento, é enviada para cuidar dos sete filhos do capitão Georg. Nisso, Maria vai entender que sua verdadeira vocação não é a Igreja, mas o paixão e a maternidade, enquanto o militar percebe que não nutriz de verdade a rica baronesa que corteja.

A tecnologia, trazida pela produtora Façanha em parceria com o cenógrafo Nicolás Boni, é o diferencial desta montagem, na visão de Möeller —é o que dá esteio para a passagem do tempo em toda a narrativa.

Além da profundidade do horizonte, o telão tem elementos em permanente movimento, garantindo a fluidez de detalhes, porquê o vento nas folhas das árvores, as ondas em um lago e o um chafariz no quintal da família Von Trapp.

“É uma versão cinematográfica, para se sentir dentro do filme”, diz Aniela Jordan, produtora do espetáculo. O público é convidado, por exemplo, a escoltar pelas janelas da mansão a tempestade madrugada adentro, enquanto Maria e as sete crianças entoam “O Pastorzinho” até um amanhecer ensolarado.

“Esses compositores [Richard Rodgers e Oscar Hammerstein 2º] conceberam uma mudança significativa na dramaturgia, porque cá, quando uma cantiga acaba, ela muda o estado dramatúrgico das coisas”, afirma Möeller.

Com a supervisão músico de Claudio Botelho, responsável pela versão brasileira das músicas, e direção de Möeller, foi que Malu Rodrigues diz ter encontrado o tom perceptível para a protagonista.

“Eu sabor muito de falar nas canções, isso eu aprendi com a Julie Andrews e o Claudio foi meu rabino. É preciso interpretar a cantiga, a vocábulo tem que ser dita e não unicamente cantada”, afirma a atriz, que participou da versão de 2008, sob a pele das filhas Louisa e Liesl, a mais velha —agora, Larissa Manoela e Giovanna Rangel se alternam no papel— e, em 2018, porquê Maria.

Entre seus pontos favoritos do espetáculo, Rodrigues cita a química que conquistou com o par romântico —Pierre Baitelli, que interpreta o Georg, com quem já contracenou no músico “O Despertar da Primavera”, em 2009.

Mas, para ela, as verdadeiras estrelas de “A Noviça Rebelde” sempre serão as crianças. No totalidade, são 18 atores mirins que se revezam em três famílias. Por isso, a cada sessão, a força na coxia é retomada.

“São três horas pulando e cantando. Eu fico exausta, mas aí chega uma novidade família, e tudo se renova porque elas vêm com força de 220V e se eu não passar detrás, não for que nem elas, eu vou permanecer para trás e nunca elas respeitariam a Maria e seriam amigas dela”, diz Rodrigues.

A cada montagem, a seleção das crianças fica mais difícil, diz a produtora Aniela Jordan. Desta vez, foram mais de 2.000 inscritas. Isso é visto com bons olhos por ela, pois é um exemplo concreto de mudança no mercado de musicais no Brasil.

“Eu senti essa diferença de 2003, quando a gente fez a ‘Ópera do Malandro’, que foi muito sofrido para fechar o elenco, para 2010, sete anos depois, quando a gente fez a audição para ‘Hair’, que tinha muita gente boa já”, afirma. “Hoje em dia é vasqueiro o ator jovem que não faz lição de tudo, tanto dança porquê tradução.”

Nos seis anos que separam uma montagem e outra, Rodrigues diz perceber uma mudança positiva na recepção do público a musicais no universal, mas também afirma que oriente enredo tem muito a aumentar.

“Mormente depois da pandemia e um período difícil politicamente que passamos, muita gente teve questões psicológicas e emocionais. Estão precisando de afeto, paixão e protecção e ‘A Noviça Rebelde’ fala sobre isso: a Maria acolhe todo mundo, as crianças acolhem a Maria.”

Folha

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