A Vitória De Donald Trump Nas Eleições Americanas Fede?

A vitória de Donald Trump nas eleições americanas fede? – 10/11/2024 – Luiz Felipe Pondé

Celebridades Cultura

Fosse eu um iniciante, pensaria coisas do tipo “espero que a bolha da prensa e dos intelectuais tenha aprendido a prelecção com essa segunda vitória de Trump”. Mas, uma vez que não sou iniciante, sei que não servirá para zero. Continuaremos passando ridículo.

A verdade é que todos da prensa estavam babando na saia da Kamala. A primeira mulher negra que chegaria ao poder nos Estados Unidos. Trump, um criminoso sentenciado, nazista, voraz de criancinhas. Sentenciado por sentenciado, o Brasil também tem um presidente sentenciado. A Justiça é a vivenda da casuística.

A verdade é que a bolha inteligente —jornalistas, acadêmicos, artistas, editores, livreiros, escritores e similares— tem pretérito por um evidente processo de retrocesso cognitiva e epistêmica, em linguagem dos mortais, retrocesso da capacidade de pensar, saber e entender o mundo. Trocando em miúdos: opor a perfeita ao bandido é coisa de párvulo.

Mas não vai antecipar zero. Se em quatro anos o atual vice de Trump, J.D. Vance, concorrer —jovem promissor no partido republicano, por isso Trump o escolheu uma vez que vice, pensando no horizonte— a bolha inteligente vai procurar adjetivos infantis para descrever o jovem satanás.

Finalmente, qual o problema de agir uma vez que adulto regredido hoje? O problema nuclear é que produz desinformação. Aliás, termo da voga, que faz o atual governo Lula e seus parceiros quererem instaurar a increpação no país com esse “mimimi” de regulação das redes.

A patranha é o manual do departamento de informação de todo governo, a mídia profissional sempre manipulou conteúdos. Quer expor que só o povo não pode mentir? Bonito, né? As redes democratizaram a patranha, ela está, agora, ao alcance de todos. PL das fake news é PL da increpação, sim.

Voltemos à desinformação gerada pela retrocesso cognitiva e epistêmica da bolha inteligente com relação à recente eleição Kamala versus Trump.

Uma questão assaz importante é que o mesmo tipo de retrocesso citada supra acometeu a mesma bolha quando teve que mourejar com a vitória de Bolsonaro em 2018, e com as recentes eleições municipais em que a esquerda perdeu de lavada.

O dano que nos justificação a bolha da lucidez em ambos os casos é que, em vez de nos oferecer informação com reflexão sobre o mundo, ela oferece seu pânico, sua inapetência analítica, travestida de preocupação com o “muito do mundo”. A direita populista cresce no mundo. O que é isso?

Primeiro, tomaria desvelo com o adjetivo “populista” no caso. O que é fazer toda uma campanha da Kamala em cima do seu belo sorriso —uma bela mulher, sem incerteza— se não uma forma de marketing populista? Conhecida por suas posições extremadas no Partido Democrata, sem nenhuma grande realização pública ou participação significativa no debate político, com pânico de dar ruim, a teoria dos profissionais de marketing foi mantê-la calada sorrindo e falando banalidades.

Enfim, Lula é um populista clássico de esquerda da América Latina. O adjetivo “populista” hoje não segura muita chuva, uma vez que dizem os americanos —não uso o termo “estadunidense” porque é muito ridículo.

A bolha inteligente não quer ver que a esquerda se perdeu na sua preocupação identitária, fazendo as pessoas engolirem goela a ordinário sua pregação, que elas detestam porque está longe de suas próprias agonias.

Gente generalidade quer serviço, dane-se os estrangeiros, não quer ser assaltado ou morto na rua, dane-se o exposição dos direitos humanos dos bandidos, quer meninos casando com meninas. Você acha um contra-senso? Pois muito, ninguém tá nem aí para você. Isso é o que está acontecendo. Não se trata de preconceito, a priori, mas de outras prioridades.

Bom, para a esquerda identitária, só vale a arte dos afrodescendentes, ou a que evoca a santidade LGBTQIA+ e dos indígenas, ou a que reafirma a sublimidade das mulheres vítimas dos homens desde a pré-história. Trocando em miúdos: o povo, que não tem tempo para essas coisas —uma vez que tem a rapaziada da esquerda atual, fetiche do capitalismo, coisa de riquinhos e riquinhas—, já se encheu. Motivo dos votos na direita? Simples: saco referto.

A bolha inteligente insiste em descobrir que essas pessoas que continuam votando em “criaturas horrorosas, oh! Meu Deus” não atingiram a maioridade kantiana —não introjetaram a lei universal da razão prática. Difícil né? Portanto, precisam ser tuteladas pelos santos da esquerda. Ou simplesmente não prestam.

A esquerda ficou burra e alienada da verdade. Acha-se saudável, magra, sustentável. A direita é tóxica quando respira, gorda, fede. Essa bolha tem nojo do povo.


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Folha

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