Adriana Calcanhotto, 'a Arquiteta Da Canção', Conta Em Talk Show No

Adriana Calcanhotto, 'a arquiteta da canção', conta em talk-show no Rio como construiu músicas de sucesso

Celebridades Cultura

Convidada da estreia do projeto ‘Me cante sua história’ no Teatro Prio, a artista revive hit infantil de Adriana Partimpim em dueto gracioso com Isabela, filha da apresentadora e jornalista Natália Boere. Adriana Calcanhotto recorda a cantiga ‘Fico assim sem você’ com a rapariga Isabela e com o guitarrista Pedro Sá no talk-show ‘Me cante sua história’
Amanda Rosas / Divulgação
♪ Saudada porquê “a arquiteta da cantiga” ao ter o nome anunciado por Natália Boere no palco do Teatro Prio, Adriana Calcanhotto contou porquê construiu algumas das composições mais conhecidas do cancioneiro da artista.
Fina estilista da cantiga brasileira, herdeira das liberdades estéticas da Tropicália, Calcanhotto foi a convidada de Boere na estreia do talk-show Me cante sua história no Teatro Prio, no Rio de Janeiro (RJ), na noite de ontem, 20 de março.
A rigor, as histórias das canções já tinham sido contadas por Calcanhotto em vídeos disponíveis na internet, porquê ressaltou a própria apresentadora, jornalista e criadora do talk-show. Só que ninguém se importou, porque o público estava ali para ouvir Calcanchotto trovar as músicas ao violão em seguida revelar os bastidores da geração da respectiva cantiga.
A propósito, a artista normalmente se basta ao violão, mas se permitiu o luxo de dividir o palco com Pedro Sá. O toque minimalista da guitarra de Sá teve função mais decorativa, exceto quando, na hora de Calcanhotto trovar o xote Pra lhe expor (2023), o músico mostrou na guitarra a levada que, criada no estúdio pelo guitarrista Davi Moraes, norteou a gravação da elaboração no último álbum da artista, Errante (2023).
Elaboração iniciada por Calcanhotto em Novidade York (EUA), entre 2017 e 2018, a partir do verso “Eu vou mudar de você”, Pra lhe expor foi a única música menos conhecida do roteiro subjugado pelos maiores hits de Calcanhotto.
A primeira música contada e cantada no talk-show foi Metade (1994), hit do terceiro álbum da artista, A fábrica do poema (1994). Metade, contou a arquiteta, foi construída a partir do refrão, que veio fácil. Só que, quando a cantiga ficou pronta, ela surgiu com a incômoda sensação – para a autora – de que já existia antes e era de geração alheia.
“De certa forma, ela já existia em mim”, concluiu a compositora, convencendo-se da autoria em seguida perguntar aos amigos, primeiros ouvintes de Metade, de “quem era essa música” e ouvir porquê resposta que a música parecia ser dela, Calcanhotto.
Metade ganhou projeção pátrio porquê tema do par Babalu (Letícia Novaes) e Raí (Marcello Novaes) na romance Quatro por quatro (TV Orbe, 1994 / 1995). Um ano antes, Mentiras (1992), ganhou as rádios e o coração do Brasil quando foi amplificada na trilha de outra romance de sucesso da TV Orbe, Renascer (1993), dando visibilidade ao segundo álbum de Calcanhotto, Senhas (1992), lançado meses antes da romance com relativo sucesso.
A chispa de inspiração para a geração de Mentiras foi um verso da letra da power balada pop O nosso paixão a gente inventa (Rogério Meanda, João Rebouças e Cazuza, 1987), sucesso do segundo álbum solo de Cazuza (1958 – 1990), Só se for a dois (1987).
O verso “Ficou tudo fora do lugar, moca sem açúcar, dança sem par” deu o mote para o verso inicial de Mentiras, “Zero ficou no lugar”, ponto de partida para o quebra-quebra físico e existencial narrado na letra de Calcanhotto e provocado pelo eu-lírico inconformado com o término de relação amorosa.
Já Vambora (1998) – outro tema de romance da Orbe, no caso de Torre de Babel (1998) – veio a partir de um sample literário, Dentro da noite veloz, título do livro de poemas lançado em 1975 pelo plumitivo Ferreira Gullar (1930 – 2016), até ser lapidada pela compositora. “Lapidar é trinchar, trinchar, trinchar…”, enfatizou Calcanhotto para a plateia do Teatro Prio.
Antes, a arquiteta contou que construiu Esquadros (1992) a partir de levada de “um baiãozinho” ao violão. Foi o ponto de partida para a geração da cantiga de letra escrita com inspiração no encantamento da artista pelo filme Ata-me (1990), um dos maiores sucessos do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, e pelas cores da obra da pintora Frida Khalo (1907 – 1954).
No término, no bis hipotético, feito sem ninguém trespassar do palco, Calcanhotto mergulhou em Maresia (Paulo Machado e Antonio Cícero, 1981) e deu voz ao maior sucesso de Adriana Partimpim, Fico assim sem você (Cacá Morais e Abdullah, 2002), em dueto gracioso com Isabela, filha de Natália Boere.
A espirituosidade da arquiteta da cantiga valorizou a noite de músicas e histórias.
Adriana Calcanhotto (ao meio) entre Natália Boere e o guitarrista Pedro Sá no palco do Teatro Prio no talk-show ‘Me cante sua história’
Amanda Rosas / Divulgação

Fonte G1

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