“Mesmo a mais de 2.000 km de intervalo, conseguimos controlar as máquinas na nossa quinta. Podemos confrontar o desempenho delas, ver o tempo que levam para fazer determinada atividade, medir tudo”, conta o produtor Andrew Miller, possuidor de uma propriedade em Odem, no Texas.
Ele diz porquê a rotina em seu campo de algodão mudou, desde que, a partir de mapas de dados, passou a ajustar a operação das máquinas via software.
“A tecnologia ajudou a aumentar a eficiência da propriedade e evitar perdas. Ainda precisamos ter um empregado em cada trator, mas no porvir vamos ter máquinas autônomas.”
Além do controle de desempenho de tratores e outros equipamentos por meio de smartphones, a cultura de precisão já permite que produtores, assim porquê Miller, consigam rastrear o algodão do campo à camiseta.
Em seu estande na edição deste ano da CES (megaevento de tecnologia para o consumidor que aconteceu no início de janeiro em Las Vegas), a John Deere apresentou seu sistema de colheitadeiras que faz esse rastreio por meio de computadores e imagens de satélite.
O sistema usa RFID (etiquetas de identificação de radiofrequência) integradas na lona do fardo cilíndrico de algodão. Por meio dele, o equipamento lê o número de série do fardo e o compila em um registro.
Depois, o número de série é enviado para uma controladora e combinado com os códigos de identificação do produtor, da quinta e do campo. Também registra os dados de hora e data da colheita. Dessa forma, é provável rastrear a origem do algodão, do campo até o resultado final.
Segundo os executivos Jahmy Hindman, diretor de Tecnologia, e Aaron Wetzel, vice-presidente de Sistemas de Produção e Cultura de Precisão, o sistema dá maior segurança para o produtor, que tem mais controle de sua propriedade, e também para as confecções, que podem se verificar de que seu resultado é feito com matéria-prima certificada.
“O consumidor está cada vez mais preocupado com outras questões além do preço, ele quer ter certeza de que está consumindo alguma coisa que foi produzido de forma responsável”, diz Hindman.
No evento, a marca também mostrou com mais detalhes seu trator autônomo com tecnologia composta por seis câmeras que fornecem visibilidade de 360° ao volta do equipamento. O veículo funciona sem um operador na cabine e para de operar caso perceba um objeto ignoto na rota que foi programada.
A direção autônoma permite que o cultivador planeje o caminho que o trator irá fazer no campo. Para treinar o equipamento, a empresa coletou mais de 200 milhões de imagens que são armazenadas em nuvem. O trator pode funcionar durante todo o dia, inclusive durante a noite.
A marca também apresentou um protótipo de pulverizador de herbicidas para varar ervas daninhas antes do plantio e durante o período de propagação da vegetal.
O equipamento, chamado de See & Spray, usa visão mecânica para detectar ervas daninhas por meio de um banco de dados para reconhecimento que é atualizado com frequência e ativa bicos para pulverizar unicamente os locais onde elas são identificadas.
Com a tecnologia, os fabricantes prometem reduzir o uso dos produtos agressivos e diminuir seu impacto negativo no meio envolvente. As novas versões do equipamento trabalham com um conjunto de 36 câmeras. Ao detectar a grama daninha, o sistema emite um comando para o ponta pulverizá-la.
“A tecnologia é secção tão importante do cotidiano do produtor, que hoje nos vemos também porquê uma empresa de tecnologia e de equipamentos agrícolas. No porvir, isso vai estar cada vez mais misturado”, diz Hindman.
A meta da empresa é conectar 1,5 milhão de máquinas até 2026, considerando desde tratores da própria marca até veículos de suporte agrícola e caminhões de outros fabricantes. Atualmente, são muro de 500 milénio equipamentos conectados, sobretudo nos Estados Unidos.
No Brasil, já há equipamentos assim operando, porquê a colheitadeira da série S700. Ela tem duas câmeras inteligentes que fazem imagens a cada dois segundos para a leitura da passagem do grão com ajustes automáticos na máquina a cada três minutos.
De convénio com a diretora de Inovação da empresa para a América Latina, Heather Van Nest, o Brasil é um dos principais mercados da marca, que é líder na cultura do algodão nos Estados Unidos.
“Um dos maiores desafios para nós é melhorar a conectividade no campo brasílio. Sem isso, o produtor não irá conseguir narrar com os avanços disponíveis e nem com os que irão chegar.”
Para tentar contornar isso, a empresa e a Starlink, serviço de internet via satélite da SpaceX, de Elon Musk, anunciaram um convénio para equipar tratores e outras máquinas agrícolas com internet de subida velocidade no Brasil e nos Estados Unidos. A parceria deve ser implementada ao longo de 2024.
“A Starlink é ideal para localidades rurais. Ainda nascente ano, a JohnDeere começará a equipar máquinas novas e existentes nos Estados Unidos e no Brasil com a Starlink para ajudar a conectar os agricultores com internet de subida velocidade, para que possam aproveitar totalmente as tecnologias de cultura de precisão”, disse a empresa de tecnologia, por meio de sua conta no X (ex-Twitter).
Segundo a empresa de agro, isso possibilitará o uso de tecnologias, porquê autonomia, compartilhamento de dados em tempo real e diagnósticos remotos.
O repórter viajou a invitação da John Deere