“Ainda Estou Cá”, longa de Walter Salles indicado a três categorias do Oscar, atingiu um faturamento no país de R$ 104,6 milhões e se sagrou uma vez que a terceira maior bilheteria do Brasil desde 2018, quando começa a série histórica da Ancine. Visto por mais de 5,1 milhões no país, o filme também faz sucesso no exterior, com somando ao todo US$ 27,4 milhões, ou R$ 159 milhões.
O longa foi o filme que chegou ao maior números de cidades no Brasil nos últimos sete anos, em números absolutos, exibido em 420 das 439 cidades. O primeiro lugar proporcional à quantidade de salas disponíveis é ocupado por “Minha Mãe É uma Peça 3”, protagonizado por Paulo Gustavo.
No exterior também faz sucesso —arrecadou US$ 4,26 milhões, muro de R$ 24,8 milhões, desde sua estreia nos cinemas dos Estados Unidos e Canadá, onde estreou em janeiro. Posteriormente as indicações ao Oscar –a melhor filme, melhor filme estrangeiro e melhor atriz, com Fernanda Torres– atingiu seu pico de exibição, em 704 cinemas nos EUA.
Com a marca histórica, também superou o faturamento de outros filmes brasileiros no mercado americano, uma vez que “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, e “Mediano do Brasil”, também de Salles.
Já em Portugal, “Ainda Estou Cá” estreou no topo das bilheterias –com 37 milénio ingressos vendidos em seu primeiro final de semana–, foi o mais exibido em salas de cinema durante quatro semanas e faturou R$ 11 milhões.
A produção estreou no dia 15 de janeiro na França, em 200 salas de cinema por todo o país. Os números só vêm aumentando e, segundo o IMDb Pro, chegou a ser exibido em 475 salas –entre 5 a 9 de fevereiro– e faturou, no totalidade, R$ 12,7 milhões.
Nas últimas semanas a produção também estreou em outros países uma vez que México, Argentina e Israel, mas ainda não há dados de bilheteria disponíveis para o desempenho do filme.
“Ainda Estou Cá” acompanha a família Paiva em seguida seu patriarca, o ex-deputado Rubens, ser sequestrado e assassinado pela ditadura militar. Fernanda Torres vive sua viúva, Eunice, dona de mansão que precisa se reinventar para se harmonizar à sua novidade verdade.
O roteiro é fundamentado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. Além das indicações ao Oscar, o longa levou o prêmio de melhor roteiro, no Festival de Veneza, e melhor tradução de uma atriz em drama, no Mundo de Ouro, com Fernanda Torres.
Atualmente, ocupa o quinto lugar na lista filmes brasileiros com maior público. O topo do pódio é ocupado por “Zero a Perder”, cinebiografia do patriarca Edir Macedo, que teve 11,4 milhões de espectadores. Em seguida estão “Minha Mãe É uma Peça 3”, com 11,3 milhões; “Minha Vida em Marte”, com 5,28 milhões; e “Zero a Perder 2”, com 5,25 milhões.
Apesar de mais espectadores, “Zero a Perder 2” teve menos sessões, 53.044, que “Ainda Estou Cá”, com 106.841. Reportagem da Folha à era do lançamento relatava que muitas das salas com ingressos esgotados tinham assentos vazios, revérbero de doações de bilhetes feitas por igrejas.
O pico de público de “Ainda Estou Cá”, que estreou comercialmente no Brasil em 7 de novembro do ano pretérito, foi entre 18 e 24 de novembro, com 714 milénio espectadores.
A média semanal caiu nas semanas seguintes, mas houve novos picos no número de espectadores em seguida a conquista do Mundo de Ouro de melhor atriz, por Fernanda Torres, e em seguida ser indicado ao Oscar.
Apesar de retratar um transgressão cometido pela ditadura, a escolha de Salles por diminuir a voltagem política do drama o ajudou a superar outros longas identificados com a esquerda –uma vez que “Marighella”, de Wagner Moura, tal qual tom de confronto gerou boicotes e protestos e resultou em um saldo de 308 milénio espectadores, e “Meu Nome É Gal”, que terminou sua temporada de exibição com 155 milénio espectadores.
“Ainda Estou Cá” teve bom desempenho universal, mesmo em cidades com grande frase de voto no ex-presidente Jair Bolsonaro. Ensaios de boicotes por secção de perfis da direita não impediu o sucesso do longa em redutos bolsonaristas, uma vez que as cidades catarinenses Joinville e Balneário Camboriú –foi vencedor pátrio de público em 2024 e, até cá, também em 2025.
As cidades que registraram maior público para o filme de forma proporcional à sua população, ignorada a possibilidade de uma mesma pessoa ver o filme mais de uma vez, foram São Caetano do Sul (SP), com uma estimativa de 14% da população uma vez que espectadora, seguida de Niterói (RJ), com 13%; Votorantim (SP), com 12%; Balneário Camboriú e Porto Satisfeito, com 11,6% cada, e Florianópolis, com 10%. São Paulo é a 15ª cidade, com muro de 7%.
O filme, que também conta com Selton Mello e Fernanda Montenegro no elenco, segue em uma campanha intensa de premiações, alcançando feitos históricos. No dia 8 de fevereiro, o filme recebeu o prêmio de Melhor Filme Ibero-Americano no Goya, principal premiação do cinema espanhol.
O prêmio da Liceu ocorre no dia 2 de março, a partir das 21h, no Teatro Dolby, em Los Angeles. A cerimônia será transmitida nos canais Mundo e TNT e, no streaming, pela plataforma Max.