Ainda Estou Aqui: Conheça A História Dos Carros Do Filme

Ainda Estou Aqui: conheça a história dos carros do filme – 12/01/2025 – Você viu?

Celebridades Cultura

São Paulo

A orla do Leblon, no Rio, voltou no tempo em julho de 2023. Fuscas, Opalas e outros carros com mais de 50 anos percorreram a avenida Delfim Moreira durante as gravações de “Ainda Estou Cá”. O longa dirigido por Walter Salles é protagonizado por Fernanda Torres. Sua atuação rendeu o Mundo de Ouro de melhor atriz em drama.

“Tudo foi feito de forma muito muito organizada, e muitos que por ali passavam ficavam admirados e com seus celulares na mão”, diz o fotógrafo André Vasconcelos, que registrou a cena em foto e vídeo. “Disseram que Selton Mello e Fernanda Torres estavam ali, na areia, próximos ao mar.”

Os carros também foram protagonistas e coadjuvantes do filme fundamentado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. É a história de sua mãe, Eunice, depois o sequestro e assassínio de seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva, durante a ditadura militar.

A produção de “Ainda Estou Cá” recorreu a quatro empresas especializadas na locação de veículos para cenas, que entraram em contato com colecionadores. Restaurados e impecáveis, os automóveis precisavam passar por uma maquiagem antes de entrar em cena.

“Os carros sempre chegavam em reboque e muito muito conservados, todos limpinhos, e Walter,tinha o zelo de respeitar e reproduzir fielmente uma vez que era na estação”, diz Lili Nogueira, produtora delegada do filme.

“Os contra-regras tinham borrifadores. Todos os dias, quando os automóveis chegavam, eles passavam por um processo, digamos, para sujá-los, para dar uma vivência de carros que dormiam na rua, que estavam em uso.”

Lili conta ainda que uma pessoa da equipe rodava com os veículos para gravar os sons que passavam para o interno. Walter Salles ouvia e, a partir daí, sugeria ajustes e revisão mecânica. O diretor do longa já participou de provas de automobilismo e é fã do esporte a motor.

Sobre a pátina dos automóveis em cena, Salles revela o recomendação oferecido a ele pelo cineasta boche Win Wenders: “Vai fazer um filme de estação? Suje os carros”.

Foram 399 diárias de veículos. Com 65 locações, o Fusca foi o protótipo mais geral no set de filmagem, o que reflete a verdade da estação. Esse Volkswagen, portanto produzido em São Bernardo do Campo (ABC), liderava o mercado com folga. Em 1971, ano da prisão e morte do ex-deputado Rubens Paiva, foram vendidas 175,5 milénio unidades do protótipo.

Ao todo, foram 412 milénio carros de passeio e 55 milénio comerciais leves vendidos no Brasil naquele ano, segundo os dados da Anfavea (associação das montadoras). O número inclui modelos nacionais e estrangeiros, já que a proibição aos importados só passou a vigorar em 1976.

Foi em um Fusca que Eunice, personagem vivida por Fernanda Torres, seguiu para a sede do DOI-Codi. As cenas no órgão de repressão da ditadura foram gravadas no Instituto Municipal Nise da Silveira, no Talento de Dentro (zona setentrião do Rio).

O Opel Kadett vermelho usado pela família de Rubens Paiva foi produzido na Alemanha. Lili Nogueira conta que o veículo usado no filme era originalmente amarelo evidente, mas foi pintado de vermelho para se manter leal à história. O proprietário não se opôs à mudança, segundo a produtora delegada.

Além da novidade cor, o veículo passou por uma extensa revisão mecânica e teve as molas dos bancos trocadas para que o “nhéc-nhéc” não interferisse na captação do áudio.

O Opel boche foi vendido por diferentes empresas no Rio. De entendimento com anúncios publicados em 1968, o veículo era negociado na Importadora Tijuca (zona setentrião) com ingresso de 20% e o restante parcelado em 24 meses.

A concessionária Iamsa (“seu revendedor Chevrolet de crédito”, segundo a propaganda) exibia o coche na loja da rua São Clemente, em Botafogo (zona sul do Rio). O lugar foi transformado em um condomínio residencial e mercantil nos anos 1980.

Trata-se de um cupê duas portas da geração B do Kadett, que foi produzida entre 1965 e 1973. E, sim, é um antepassado do Chevrolet Kadett vendido e produzido no Brasil de 1989 a 1998. Na estação, a General Motors era dona da Opel, e diversos modelos produzidos no Brasil tiveram origem nesse braço boche da montadora.

Um deles é o Chevrolet Opala, que nasceu na Europa uma vez que Opel Rekord. Em “Ainda Estou Cá”, um protótipo na cor virente idoso aparece em uma das cenas que retratam o envolvente de repressão da estação.

Tons vibrantes com nomes exóticos eram comuns nos carros daqueles tempos. No filme, há Karmann-Ghia TC laranja outono, Ford Corcel turquesa royal, Variant virente amazonas e Kombi amarelo safari.

Um perito de carros antigos pode reparar que há raras concessões históricas nas cenas, com alguns carros pintados de cores que só entraram no catálogo das marcas depois 1971.

Tanto pela raridade uma vez que pelo nível de conservação ou restauro, os modelos usados no filme tem cimalha valor de mercado. Um Opel Kadett igual ao da família Rubens Paiva foi anunciado recentemente por R$ 170 milénio em um site de classificados.

Um Opala 1970 original e em perfeito estado, por exemplo, é encontrado por valores entre R$ 100 milénio e R$ 200 milénio.

Já a tábua de preços dos Fuscas é uma montanha-russa. Considerando somente modelos feitos entre o término dos anos 1960 e o início da dez seguinte, os valores para opções muito preservadas podem ir de R$ 30 milénio a R$ 150 milénio, de entendimento com anúncios

Folha

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