Nicole Santaella, que é formada no curso de imagem e som da Universidade Federalista de São Carlos (UFSCar), contou ao g1 curiosidades do filme que atraiu holofotes mundialmente. Produtora formada na UFSCar fala dos bastidores de ‘Ainda Estou Cá’
O carisma, a simpatia de quem levava quentinhas ao set e a postura amigável de Fernanda Torres com equipe e fãs chamou a atenção de quem teve a sorte de trabalhar pela primeira vez com a atriz. A experiência foi vivida por Nicole Santaella, formada no curso de imagem e som da Universidade Federalista de São Carlos (UFSCar), e que teve a função de coordenadora de produção em ‘Ainda Estou Cá’. (veja supra vídeo com trechos da entrevista ao g1).
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Nicole acompanhou de perto todas as gravações do filme que tem três indicações ao Oscar (melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz, para Fernanda Torres) e contagiou brasileiros, trazendo um clima de Despensa do Mundo.
A cerimônia terá transmissão ao vivo na TV Orbe, neste domingo (2), e você também poderá presenciar ao vivo pelo g1. O filme é uma produção original Globoplay.
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Equipe de produção do filme “Ainda Estou Cá” com Fernanda Torres
Registro pessoal
A obra do diretor Walter Salles é baseada em uma história real, retratada no livro de Marcelo Paiva. Nela, Eunice Paiva, personagem medial, sofre o luto junto aos filhos pela morte de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, vítima da violência na ditadura militar brasileira.
Em entrevista ao g1, a coordenadora de produção contou que, durante o trabalho no filme, usou pela primeira vez na curso a técnica de filmagem em película, com câmeras analógicas (veja mais sobre esse processo inferior).
A atriz brasileira Fernanda Torres posa com o prêmio de Melhor Performance de Atriz em Filme – Drama por ‘Ainda Estou Cá’ na sala de prensa durante a 82ª edição anual do Orbe de Ouro no hotel Beverly Hilton, em Beverly Hills, Califórnia
Robyn Beck/AFP
E o caminho de Nicole foi longo até fazer secção de uma obra tão reconhecida. Tudo começou com um projeto de extensão da universidade, a Rádio UFSCar.
“A graduação em imagem e som [cinema] é precípuo para dar ao profissional a noção do todo em um filme, entender a informação entre os departamentos, por exemplo”, afirmou a Nicole.
Fernanda Torres no set
Equipe da produção de “Ainda Estou Cá” no Rio de Janeiro
Registro pessoal
Entre as histórias curiosas lembradas por Nicole, Fernanda Torres se preparava para uma das cenas dramáticas quando foi interrompida por fãs que estavam no entorno do set e gritavam ‘Eterna Vani’, referência à personagem da série de comédia ‘Tapas e Beijos’, viralizada nas redes sociais recentemente.
“A Fernanda é uma pessoa incrível, sensacional, a gente brinca que ela é a Vani. Eu quase não consigo invocar de Nanda. Ela é muito meticulosa com o trabalho dela, estuda, é focada, é um monstro”, afirmou a produtora.
A postura regrada da atriz também surpreendeu a equipe. “Tanto Fernanda Torres quanto Fernanda Montenegro estavam sempre focadas. Lembro de vê-las carregando suas quentinhas (marmitas) para o trabalho.”
Equipe de produção do filme “Ainda Estou Cá” com Fernanda Montenegro
Registro pessoal
E uma das missões de Fernanda Torres foi guiar um Kadett, veículo importado nos anos 1960 e que realmente pertenceu ao ex-deputado Rubens Paiva.
Mas trazer um carruagem tão vasqueiro à produção exigiu atenção diária de uma equipe de suporte, uma vez que mecânicos à disposição e carruagem para reboque.
Sege vasqueiro, Kadett, usado por Fernanda Torres em “Ainda Estou Cá”
Registro pessoal
Outras curiosidades dos bastidores
1 – Cortes com tesoura e revelação na França:
A filmagem do longa utilizou câmeras analógicas para dar o efeito visual nostálgico da obra. Nicole lembrou que o processo era minucioso, praticamente artesanal. Para torná-lo provável, a luz do envolvente atravessa a lente da câmera e registra quadro a quadro de forma química na película. Em seguida, essas imagens são captadas em “negativos”, ou seja, os tons claros se tornam escuros e vice-versa. O processo é chamado de revelação.
O material era captado em mídia física, portanto o processo para colocar os rolos de negativos em seus chassis era quebradiço – o material foi manipulado dentro de barracas duplas para prometer que nenhuma luz entrasse, ou o filme poderia ser “velado” e todo o material captado perdido.
Ao longo das gravações no Brasil, os rolos de filme eram levados em duas remessas semanais para um laboratório especializado, localizado em Paris, na França – país onde também aconteceu a mixagem de som. Aliás, a correção de cor foi feita em Novidade York;
Película, filme fotográfico, utilizado para produção do filme “Ainda Estou Cá”
Registro pessoal
2 – Leito no camarim de Selton Melo:
Os dias eram puxados durante as filmagens, muitas vezes com mais de 12 horas de trabalho. Secção do elenco que não estava na produção costumava reservar um momento de cochilo sempre posteriormente o almoço. Selton Mello, aderente também do folga pós-refeição, pediu uma leito em seu camarim.
3 – Realismo da cenas dos anos 1970:
A direção de arte feita pelo prateado Carlos Conti prezou pelo realismo que existe no cotidiano brasiliano no início dos anos 1970.
Detalhes uma vez que sujeira no solo, areia e até marcas de mão nas paredes da lar foram feitos para deixar o envolvente mais familiar ao público.
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Reprodução Google
A coordenadora de produção também citou o olhar minucioso de Walter Salles na cena de livraria. “Ele olhava cada lombada de livro na estante, para não decorrer o risco de ter um réplica que não estava relacionado às publicações da estação.”
Espanto por Salles
Produtora Nicole Santaella, que se formou na UFSCar em São Carlos, fala sobre Fernanda Torres e o filme ‘Ainda Estou Cá’
Reprodução e Juliana Lisboa/g1
Durante a entrevista, Nicole fez questão de substanciar a satisfação em trabalhar com o cineasta carioca, já indicado ao Oscar três vezes durante a curso de diretor.
Além de ‘Ainda Estou Cá’, protagonizado por Fernanda Torres, o filme ‘Mediano do Brasil’ concorreu a melhor filme internacional e melhor atriz por Fernanda Montenegro, em 1999. Outro filme produzido por Salles a receber duas indicações foi ‘Diários de Motocicleta’, que concorreu na categoria melhor roteiro ajustado e venceu uma vez que melhor música original.
O zelo de Salles durante os trabalhos é uma marca registrada. Em ‘Ainda Estou Cá’, segundo Nicole, o diretor convidava a equipe para uma sessão de cinema às sextas-feiras. O objetivo era apresentar obras de referência para a filmagem do longa, “Isso eu nunca vi na vida e acho que nunca mais verei.”
Foto da equipe responsável pelo filme “Ainda Estou Cá”, dirigido por Walter Salles
Mariana Vianna
Prestígio histórica do filme
Além do impacto na curso, a coordenadora de produção acredita que ao retratar a violência e repressão militar, o cinema brasiliano provoca o telespectador em um lugar afetivo, dissemelhante de outras obras já vistas, uma vez que documentários.
“Quando colocamos o período histórico da ditadura militar no Brasil em um lugar distante e imaginoso, corremos o risco de olvidar e repetir o que de vestimenta foi feito”, contou Nicole.
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MPF/Divulgação
Para Nicole, a partir do momento em que Eunice Paiva, personagem interpretada por Fernanda Torres, perde o marido e pai dos seus filhos para a ditadura, ‘Ainda Estou Cá’ leva os números de estatísticas até um ponto sensível e geral às famílias.
‘Velhos Bandidos’
Nicole conta que finalizou o trabalho de produção do filme em 2023, e já em 2024 co-assinou pela primeira vez a direção de produção da comédia policial, ‘Velhos Bandidos’, que ainda não estreou.
A obra também é brasileira, estrelada por Fernanda Montenegro, Ary Fontoura, Bruna Marquezine, Vladimir Brichta e Lázaro Ramos. A estreia está prevista para levante ano nos cinemas.
*Sob supervisão de Fabio Rodrigues e Esdras Pereira.
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Fonte G1
