Algoritmos levam usuários a bolhas; entenda 12/05/2025 tec

Algoritmos levam usuários a bolhas; entenda – 12/05/2025 – Tec

Tecnologia

Quando navegamos nas redes sociais, somos apresentados a diferentes conteúdos, mas já parou para pensar quem escolhe o que vemos? São os algoritmos, criados por programadores seguindo instruções de empresas porquê X, TikTok e Meta, dona do Facebook e Instagram.

Nas redes sociais, eles respondem a estímulos dados pelos usuários. Quanto mais você curte um tipo de teor, mais eles te recomendam outros semelhantes —inclusive posts com desinformação. A seguir, o Comprova traz informações sobre porquê eles funcionam.

Códigos

Segundo Paola Accioly, professora de engenharia de software da UFPE (Universidade Federalista de Pernambuco), o concepção de algoritmo é genérico, e significa um passo a passo com instruções para a realização de uma tarefa.

Em informática, os algoritmos são criados por meio de linguagens de programação, porquê Python. Nas redes sociais, explica a professora, são utilizados algoritmos de perceptibilidade sintético, que aprendem, por exemplo, sobre o que o usuário gosta de ver para recomendar conteúdos parecidos. O objetivo é manter o usuário fidelizado à plataforma.

“Qualquer interação que uma pessoa fizer na rede social, os algoritmos vão estar aprendendo sobre o seu padrão de comportamento”, diz Paola Accioly.

A professora Kérley Winques afirma que os algoritmos das redes sociais são programados por meio de códigos que, alimentados com dados dos usuários, geram resultados específicos, porquê filtrar informações e qualificar conteúdos.

“A teoria de que esses códigos, por serem matemáticos, são neutros, não é verdadeira”, diz Kérley. “Há desenvolvedores humanos que tomam decisões em relação a que perguntas responder e companhias que gerenciam esses ecossistemas informacionais com objetivos comerciais.”

Por combinarem tecnologia e elementos sociais (porquê as preferências do usuário), diz Virgílio Augusto Fernandes Almeida, professor emérito do Departamento de Ciência da Computação da UFMG (Universidade Federalista de Minas Gerais), esses algoritmos são chamados de sociotécnicos.

“Eles tomam decisão por nós”, diz Almeida. “Quando você abre, por exemplo, o TikTok ou o Facebook, os algoritmos já tomaram as decisões de te apresentar aquele conjunto de notícias, posts ou imagens que eles sabem que vão te aprazer.”

Personalização

Nos últimos anos, empresas de redes sociais contaram alguns aspectos do funcionamento dos seus algoritmos. “Nossos sistemas de IA tentam mostrar mais do tipo de teor em que as pessoas demonstraram interesse, enquanto criam oportunidades para a invenção de novas coisas que o sistema de IA prevê que elas podem curtir”, publicou a Meta, responsável pelo Facebook e Instagram, em 2023.

No mesmo texto, a empresa descreve o funcionamento de alguns sistemas de IA, que influenciam, por exemplo, a ordem dos posts que aparecerão no feed, que comentários o usuário verá primeiro em um post e sugestões de teor. “Essas decisões são resultado de ‘previsões’ que os algoritmos fazem de negócio com os conteúdos que você interagiu anteriormente”, diz Paola Accioly.

Segundo ela, milhares de algoritmos podem funcionar ao mesmo tempo para coletar padrões de comportamento.

Também em 2023, o X divulgou dados sobre o funcionamento dos algoritmos de recomendação de teor. Os códigos executam funções porquê selecionar os tuítes mais populares das contas que um usuário segue e prever aqueles com maior verosimilhança de engajamento. A risco do tempo “Para você” apresenta ao usuário, em média, 50% de tuítes dentro da sua rede e 50% de fora.

Bolhas

Ao apresentar aos usuários o que lhes agrada para mantê-los conectados, formam-se as bolhas informacionais. “Os algoritmos, percebendo as características de quem está interagindo com eles, vão recomendando conteúdos. E não mostram o lado oposto”, diz Almeida.

Um exemplo: se o usuário gosta do político de esquerda, os algoritmos entendem que, ao mostrar conteúdos elogiosos ao da direita, as chances de aquela pessoa trespassar da rede aumentam.

“Mas é uma emboscada ficarmos vendo só o que gostamos”, pontua Kérley. “Eu passo o tempo todo conversando sempre com o mesmo ciclo de pessoas e vendo os mesmos sites, a mesma perspectiva. Isso vai me fechando nessa teoria de bolha. Passo a ter pouco contato com o dissemelhante, com aquilo que me causaria estranhamento”, diz a técnico.

Ao se fechar, diz ela, a pessoa pode se tornar mais furiosa em torno do que acredita. “Ela fica tão fechada que passa a ter dificuldade de conversar com quem pensa de forma dissemelhante.”

Para tentar não desabar nas bolhas, os especialistas recomendam a navegação por conteúdos contraditórios. Abra páginas que talvez você não leria, mesmo que unicamente para personalizar o algoritmo para que ele não seja tão centrado em questões em que você já acredita.

“Mas isso é medida individual. A outra maneira de se precaver é resistir a isso por meio de regulações”, afirma Almeida. “Hoje não há regras sobre os algoritmos, e precisamos de mais transparência.”

Sobre isso, tramita na Câmara dos Deputados desde 2020 o PL das Fake News, que tenta regular as plataformas digitais, mas o texto nunca foi para votação no plenário. Recentemente, o governo federalista começou a discutir um novo projeto, porquê a Folha mostrou, estabelecendo critérios para a remoção de posts criminosos, porquê os que contêm exposição de ódio.

Outro ponto que Kérley ressalta é a valimento da instrução midiática. “O grande repto é tornar as pessoas conscientes do funcionamento das redes, para que elas também possam responder aos seus estímulos sem se deixar levar por bolhas.”

Folha

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