Antonio Meneses Foi Músico Para Os Músicos 02/09/2024

Antonio Meneses foi músico para os músicos – 02/09/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Antonio Meneses tinha 10 anos quando ele e seus quatro irmãos foram recrutados para a Orquestra do Teatro Municipal do Rio. Seu pai, um trompista no Rio de Janeiro, decidiu que seus filhos deveriam tocar instrumentos de cordas para aumentar suas chances de serviço.

Aos 24 anos, Meneses havia superado as expectativas de seu pai. Ele havia vencido dois importantes concursos internacionais de violoncelo, incluindo o Concurso Tchaikovsky em Moscou, e estava a caminho de gravar obras de Johannes Brahms e Richard Strauss com Herbert Von Karajan e a Filarmônica de Berlim. Mais tarde, ele foi recrutado por Menahem Pressler para se tornar o último violoncelista no maior trio de piano do final do século 20, o Beaux Arts Trio.

Meneses, que se tornou um dos principais violoncelistas de sua geração e uma figura importante na vida músico de sua terreno natal, o Brasil, morreu em 3 de agosto em Basel, Suíça. Ele tinha 66 anos.

Sua morte, em um hospital, foi confirmada por seu agente, Jean-Marc Peysson. A mídia brasileira informou que a desculpa foi um cancro cerebral.

Com sua versão séria e concentrada, seu tom cantante, sua técnica segura e sua dedicação absoluta ao texto músico, Meneses se destacou porquê um músico para músicos.

Ele era procurado por maestros porquê Zubin Mehta, Claudio Abbado e Andrew Davis, e por recitalistas porquê a grande pianista portuguesa Maria João Pires, com quem gravou obras de Brahms e Franz Schubert. Com a pianista Cristina Ortiz, sua compatriota, ele gravou um memorável disco de Heitor Villa-Lobos.

A risca serena e pura que ele produziu em “O Quina do Cisne Preto” nessa gravação é particularidade, descomplicada e lírica ao mesmo tempo. Essas foram as qualidades que chamaram a atenção de Pressler, segundo Peysson.

“O Meneses tem uma técnica infalível, um som de venustidade privativo e uma procura pela musicalidade que o tornam um artista porquê poucos”, disse Pressler sobre ele. (Pressler faleceu no ano pretérito.)

Meneses era um parceiro ideal na música de câmara, disseram aqueles que trabalharam com ele, por desculpa de suas qualidades discretas. “Ele tinha uma solidez, uma certeza, uma fidelidade músico”, disse Peysson em uma entrevista. “Quando alguma coisa estava no lugar” posteriormente um experimento, “ele respeitava isso. Seus colegas sempre se sentiam tranquilos. Ele não tentava coisas novas.”

Em entrevistas, Meneses deixava simples de forma tranquila que era o servo da música, e não o contrário. “Não é o instrumento em si”, disse com ligeiro exasperação em 2013 a um entrevistador de televisão romeno que estava exaltando as habilidades de Meneses no violoncelo antes de uma apresentação do concerto para violoncelo de Edward Elgar. “É somente alguma coisa que você usa para produzir música.”

Meneses deixou sua terreno natal aos 16 anos para estudar na Alemanha com o grande violoncelista italiano Antonio Janigro, e viveu pelo resto de sua vida na Europa. Mas ele frequentemente voltava ao Brasil, onde seus irmãos eram músicos profissionais de cordas, cumprindo o que ele chamava de “sonho” de seu pai para a família. Lá, ele tinha uma presença marcante porquê protector tanto de Villa-Lobos quanto de novas obras de compositores brasileiros, e porquê uma estrela internacional.

“O que me impressionou nele foi seu desvelo com o som”, disse o compositor João Guilherme Ripper, ex-presidente da Liceu Brasileira de Música, em uma entrevista do Rio de Janeiro. “Havia um tipo de perfeccionismo nele.”

Em Novidade York, ele foi principalmente respeitado por ajudar a rejuvenescer o Beaux Arts Trio, que existia há mais de 40 anos quando Meneses se juntou a ele em sua última dezena em 1998.

“Ele cria uma bela risca cantante, delicada de uma maneira apropriada para o repertório de trio, e absolutamente segura”, escreveu o crítico Paul Griffiths em dezembro daquele ano no The New York Times em uma resenha da estreia do trio reconstituído.

Antônio Jeronimo de Meneses Neto nasceu em 23 de agosto de 1957, em Recife, no nordeste do Brasil, o rebento mais velho de João Jeronimo Meneses e Rivanice Vieira de Meneses. Seu pai tocava na Orquestra Municipal do Rio e era primeiro trompa na orquestra da ópera do Rio. Antônio ganhou um violoncelo de moço antes de chegar à puberdade. Aos 14 anos, ele já tocava com a Orquestra Sinfônica Brasileira. Janigro, em turnê com a orquestra, ouviu-o tocar e o levou para Düsseldorf para estudar.

Em 1977, Meneses ganhou o primeiro prêmio no Concurso Internacional de Música ARD em Munique, o principal concurso de música clássica da Alemanha, e em 1982 sua versão das Variações Rococó de Tchaikovsky lhe rendeu a medalha de ouro no concurso Tchaikovsky em Moscou. Ele brincou mais tarde que recebeu o prêmio por renitência de um “burocrata” que comentou que o caminho estava livre para ele porque “a URSS não tinha disputas diplomáticas com o Brasil.”

Sua curso decolou depois disso, e Karajan logo o recrutou para gravações com a Filarmônica de Berlim. Meneses se aposentou abruptamente da vida de concertos em julho posteriormente seu diagnóstico. Ele é sobrevivido por sua esposa, Satoko Kuroda; um rebento, Otávio, de seu primeiro conúbio, com a pianista filipina Cécile Licad; e três irmãos, Eduardo, Ricardo e João. Seu outro irmão, Gustavo, um violinista, faleceu em 2021.

Folha

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