Após 20 Dias No Grizzlies, Mãozinha Sonha Com Espaço Definitivo

Após 20 dias no Grizzlies, Mãozinha sonha com espaço definitivo na NBA

Brasil

O renque brasílico João Marcello ‘Mãozinha’ Pereira, postou uma mensagem na terça-feira (9) em sua conta no Instagram agradecendo pela oportunidade de tutelar o Memphis Grizzlies, time da NBA, a principal liga de basquete dos Estados Unidos). O jogador revelou ter vivido um sonho, durante os 20 dias em que atuou na equipe. Ao concluir o texto, escrito em inglês, Mãozinha disse esperar que a despedida não seja um adeus, mas sim “um até logo”.

Em sete jogos pela franquia do estado do Tennessee, na reta final da temporada regular, ele teve médias de 17.4 minutos em quadra, 6.9 pontos e 5.3 rebotes por partida e chamou a atenção pela capacidade atlética para voar para enterradas. Encerrando a temporada sem um vínculo fixo com nenhum time, Mãozinha agora aguarda por possíveis novas propostas. Na semana passada, ele conversou com exclusividade com a Filial Brasil.

Mãozinha – que tem esse sobrenome em menção ao pai, o Mãozão, pivô que jogou na viradela do século – conseguiu uma oportunidade na maior liga de basquete do mundo na base de muito esforço.  Aos 23 anos, o jogador do Memphis, nascido no Rio de Janeiro  atuou por três equipes no Novo Basquete Brasil (NBB): Pinheiros, Fortaleza e Corinthians. No ano pretérito, ele assinou com o Mexico City Capitanes, da G-League, a liga de desenvolvimento associada à NBA. Rapidamente, começou a se primar, não exclusivamente pelas enterradas, mas também pela produção em quadra: 10.8 pontos e 8.8 rebotes por jogo em pouco menos de 24 minutos em quadra.

Na mira dos scouts (olheiro) dos times da NBA, ele ganhou a chance que tanto sonhava no último dia 20 de março. O Memphis Grizzlies, que inicialmente era cotado porquê um dos favoritos ao título, sofreu com lesões no time e, já sem maiores pretensões para o resto da temporada, resolveu dar uma oportunidade de 10 dias para testar Mãozinha em uma equipe repleta de jovens na mesma situação que ele. Ele foi muito e recebeu um novo contrato de 10 dias, prova de que estava sendo muito estimado.

A chegada à NBA, um sonho para qualquer menino que começa a jogar basquete, fascinou o jogador até nos mínimos detalhes.

“O que mais me impressionou foi a estrutura extra-quadra. Tem três pessoas ali no banco de reservas só para te ajudar caso você precise de alguma coisa. Uma pomada, uma chuva, uma toalha, qualquer coisa. Quando chegamos, eles pegam a nossa mala e colocam no nosso quarto. Ao trespassar, a mesma coisa. Até mesmo para ver ingressos para a minha esposa, nem sou eu que preciso resolver. Tudo isso faz com que a gente se preocupe exclusivamente em treinar. Não é à toa que é a maior liga do mundo”, expõe o jogador.

O técnico do Grizzlies, Taylor Jenkins, destacou várias qualidades do brasílico posteriormente uma vitória com boa atuação dele. Elogiou a versatilidade do jogador em quadra, além do espírito e da personalidade fora dela. Mãozinha revelou que tinha planos de incorporar o sobrenome ao seu nome solene, para que pudesse colocá-lo na camisa, assim porquê fez o pivô Nenê, que atuou na liga entre 2002 e 2019. No entanto, não foi rápido o suficiente e acabou tendo que usar o sobrenome, Pereira, às costas.

“Quando eu cheguei no Capitanes, falei que ia fazer isso se eu chegasse à NBA, acabou que consegui chegar antes de fazer isso. Cá todo mundo me labareda de ‘Mao’, porque não conseguem falar o ‘ão’, portanto talvez eu mude, sim. É mais único”, disse o desportista, aos risos. 

Mar 30, 2024; Orlando, Florida, USA; Memphis Grizzlies forward Maozinha Pereira (25) dunks during the second half against the Orlando Magic at KIA Center. Mandatory Credit: Mike Watters-USA TODAY Sports
Mar 30, 2024; Orlando, Florida, USA; Memphis Grizzlies forward Maozinha Pereira (25) dunks during the second half against the Orlando Magic at KIA Center. Mandatory Credit: Mike Watters-USA TODAY Sports

“Eu quero ser o melhor que eu puder. Se isso valer 20 dias na NBA, vou percorrer detrás ao sumo. Se for para permanecer mais tempo e depois jogar na Euroliga, vou trabalhar para ser o melhor que eu posso ser”, afirmou Mãozinha – Mike Watters-USA TODAY Sports/Reuters/Direitos Reservados

Durante todo o tempo em que esteve na NBA, Mãozinha estava consciente de que zero era guardado. Porquê o contrato com o Grizzlies se encerrou a poucos dias do termo da temporada, a hipótese da não-continuação era um pouco compreensível. Ainda jovem, o brasílico viu uma porta importante se perfurar. Mesmo que agora ela esteja entreaberta, ele tenta pensar em porquê tirar o melhor proveito da situação.

“Eu quero ser o melhor que eu puder. Se isso valer 20 dias na NBA, vou percorrer detrás ao sumo. Se for para permanecer mais tempo e depois jogar na Euroliga [principal liga de basquete da Europa e segunda do mundo] vou trabalhar para ser o melhor que eu posso ser. O sonho é jogar nessas ligas, as melhores do mundo, evidente. Sei que se eu me esforçar o sumo que eu puder, não vou me arrepender no porvir”.

Embora tenha conseguido o status de jogador de NBA, Mãozinha segue lutando para ter um lugar guardado na liga. Para isso, talvez seja necessário participar de um dos eventos mais importantes no calendário do basquete para quem procura uma chance de asseverar um contrato. Trata-se da Summer League (Liga de Verão, em português) que reúne novatos e outros jogadores em desenvolvimento. Durante a competição, eles são observados pelos dirigentes mais influentes do basquete dos Estados Unidos. Neste ano, o evento acontecerá entre 12 e 22 de julho, em Las Vegas. Pouco antes, no período de 2 a 7 de julho, a seleção brasileira buscará na Letônia uma vaga na Olimpíada de Paris. 

Mãozinha prefere não pensar na possibilidade de os eventos decisivos entrarem em conflito na agenda dele. São muitos fatores a se tarar na hora de optar por um deles.

“Não existe honra maior para mim do que simbolizar o Brasil. Por outro lado, a seleção é só durante uma secção do ano, eu tenho todo o resto, que é o que paga o meu salário. E ainda preciso saber se terei que fazer essa escolha mesmo. Se eu só tiver a Summer League, jogarei lá. Se só tiver a seleção, também estou patente. É muito difícil porque são duas coisas muito boas. Mas ainda falta muito tempo. Não sei onde vou estar daqui a cinco dias, que dirá daqui a três meses? [risos]”, conclui o jogador.



Fonte EBC

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *