Após copa 14, seleção abandona cidades que não foram sedes

Após Copa-14, seleção abandona cidades que não foram sedes – 09/06/2025 – Esporte

Esporte

Ao enfrentar o Paraguai nesta terça-feira (10), pelas Eliminatórias da Despensa do Mundo de 2026, na Neo Química Estádio, no bairro de Itaquera, em São Paulo, a seleção brasileira reforçará uma tendência observada durante os últimos dez anos. A equipe pátrio tem usado preferencialmente estádios novos ou reformados em cidades que serviram porquê sede da Despensa de 2014.

O movimento não chega a surpreender e reflete a procura da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por arenas modernas, logística mais favorável em meio o calendário apertado e maximização dos lucros. Mas acaba distanciando o time verde-amarelo de torcedores em regiões que não contam com essas estruturas.

O Brasil fez 41 apresentações em território pátrio de 2015 a 2024, entre amistosos e jogos das Eliminatórias e da Despensa da América. Foram 39 partidas —95% do totalidade— nas 12 cidades-sedes do Mundial de 2014. Exclusivamente Goiânia e Belém conseguiram furar a bolha nesse período.

No pausa de 2004 a 2013, em 33 partidas da seleção no Brasil, 25 delas, ou aproximadamente 75%, ocorreram em oito das cidades que seriam escolhidas para homiziar jogos do torneio da Fifa (Federação Internacional de Futebol).

Nesse período, Maceió, Campo Grande e Gama, além de Goiânia e Belém, tiveram a oportunidade de receber a seleção pentacampeã.

Segundo Eduardo Corch, consultor de marketing esportivo e professor do Insper, a concentração dos jogos da seleção em seguida a Despensa nas cidade-sedes reflete uma lógica correta sob a ótica da gestão esportiva.

“Esses centros passaram a oferecer estádios modernos, com padrão Fifa, infraestrutura e melhores condições logísticas ao torcedor”, afirmou.

“Globalmente, ligas, confederações e detentores de direitos têm priorizado experiências completas e seguras aos seus fãs, e o Brasil não é exceção. A escolha permite proporcionar ao torcedor uma jornada mais qualificada, do aproximação à redondel até os serviços disponíveis durante o jogo, além de facilitar ativações de marcas e transmissões de subida qualidade.”

Economista e sócio da consultoria Convocados, que atua no mercado do futebol, Cesar Grafietti acrescentou que o indumento de os jogadores estarem espalhados por diferentes clubes ao volta do mundo e terem pouco tempo juntos para treinar antes das partidas acaba demandando uma logística muito específica.

“São 12 as cidades com logística e infraestrutura adequadas, e fica inimaginável ver uma partida da seleção no Parque do Sabiá, em Uberlândia, por exemplo, porquê já vimos no pretérito. A logística é complexa, e o estádio não comporta estruturalmente uma partida assim”, disse.

A região Sudeste foi a que mais se beneficiou da tendência recente. Foram 14 jogos do Brasil na região, de 2004 a 2013; de 2015 a 2024, foram 20.

Rio de Janeiro e São Paulo, que passaram de cinco para nove e oito partidas, respectivamente, foram as cidades que mais receberam novos jogos da seleção até cá.

A novidade redondel do Corinthians, palco da exórdio da Despensa, e o Maracanã, palco da final, foram os estádios usados no torneio que mais viram a seleção depois do Mundial de 2014, com quatro jogos cada.

Foi o Engenhão, porém, construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007, o estádio que mais recebeu a seleção brasileira pós-Despensa do Mundo. Foram cinco partidas no palco que hoje é chamado de Nilton Santos, quatro delas durante a Despensa América de 2021. A redondel não recebeu jogos no Mundial de 2014.

Manaus, Natal e Cuiabá, com estádios construídos para a competição vencida pela Alemanha, apareceram pela primeira vez no levantamento em seguida o Mundial.

Para Amir Somoggi, diretor da consultoria Sports Value, as escolhas dos estádios que recebem a seleção passaram a incorporar, além de aspectos políticos, as receitas em potencial.

“A CBF vai buscar sempre a maximização desses jogos, em estruturas que rendam mais quantia”, disse.

“Qualquer estádio que seja escolhido hoje não será somente por aspectos políticos. Vai ter também o vista econômico em primeiro lugar, quanto é verosímil faturar. Parece-me uma tendência irreversível, e quem não tiver estrutura não deverá receber mais jogos importantes.”

A região Meio-Oeste teve a maior queda no número de jogos da seleção, com oito partidas de 2004 a 2013 e cinco de 2015 a 2024.

O Serra Dourada, em Goiânia, recebeu três jogos da seleção no primeiro pausa, incluindo o Superclássico das Américas contra a Argentina, em 2012.

No segundo, a capital de Goiás só viu a seleção brasileira mais uma vez, em jogo da Despensa América contra o Equador, em 2021, mas dessa vez no Estádio Olímpico, que também já havia recebido jogos da Despensa do Mundo sub-17, em 2019.

Os estádios Rei Pelé, em Maceió, Morenão, em Campo Grande, e Bezerrão, no Gama, não voltaram a ver jogos da seleção brasileira depois da Despensa.

“É preciso ter zelo com o retraimento de cidades que não foram sede, já que isso pode comprometer, a longo prazo, a conexão afetiva da seleção nessas regiões. O duelo é lastrar eficiência e experiência com inclusão e presença pátrio”, afirmou Corch, do Insper.

O Pacaembu, que havia sido palco de dois jogos —e ficou fechado entre 2021 e 2025— também não voltou a receber a seleção. O Allianz Parque recebeu duas partidas.

O estádio de Pituaçu, em Salvador, e o Arruda, no Recife, ficaram fora. Os jogos nessas cidades passaram para a Estádio Manancial Novidade e a Estádio Pernambuco, da Despensa do Mundo.

“O vista positivo é entregar facilidades e boas condições de jogo aos atletas. Por outro lado, deixa-se a seleção mais distante de secção da população, mas faz secção da veras do esporte atualmente”, disse Grafietti.

Folha

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *