Após Desfiliação, Atletas Defendem Confederação Brasileira De Skate

Após desfiliação, atletas defendem Confederação Brasileira de Skate

Brasil

Desde que a World Skate, federação responsável pelo skate olímpico, comunicou a desfiliação da Confederação Brasileira da modalidade (CBSk), na última quarta-feira (10), os principais atletas do país se manifestaram em prol da entidade pátrio. O Comitê Olímpico do Brasil (COB), indicado para gerir o esporte até os Jogos de Paris, na França, também se pronunciou, garantindo que a preparação não será comprometida, apesar de os skatistas afirmarem o contrário.

Bicampeã mundial de skate street, Pâmela Rosa se disse “constrangida” pela entidade indicada pela World Skate porquê a responsável pela modalidade ser a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP). Segundo ela, a instituição “zero tem a ver” com a comunidade do skate.

“Nesse momento, fico extremamente triste com uma decisão não democrática, que irá prejudicar e muito a minha preparação nesse ano olímpico”, escreveu Pâmela no Instagram.

Outra estrela do skate a se manifestar pela rede social foi Rayssa Leal. A Fadinha, também bicampeã mundial de street e prata nos Jogos de Tóquio, no Japão, argumentou que a CBSk foi quem realizou os treinos e competições que preparam os brasileiros para voltarem da Olimpíada na capital japonesa com três medalhas.

“A cultura do skate tem três valores: superioridade, amizade e saudação. Por isso foi tão permitido ver o skate nos Jogos Olímpicos! [Sobre] valores, dá para ver na nossa comunidade, porque nós, skatistas, fazemos questão de praticar todos os dias nas ruas. Está no nosso sangue! Eu acredito que conseguimos mostrar isso, para o mundo todo ver, através dos Jogos Olímpicos, porque quem estava ali eram skatistas sabe? Skatistas de verdade!”, declarou Rayssa.

Prata em Tóquio no skate park, Pedro Barros foi outro a se pronunciar pelo Instagram. Para ele, a ingresso do skate na Olimpíada trouxe clarão à modalidade, mas veio acompanhada de “questões políticas”, sem consulta aos atletas.

“Imaginem que a comunidade do basquete recebe um expedido de que não será mais representada pela CBB [Confederação Brasileira de Basquete], mas sim pela CBV [Confederação Brasileira de Voleibol], pois é um esporte de esfera, rede e se joga com as mãos. Nem o basquete e nem o vôlei são unicamente isso. Existe uma cultura ligada a essas duas modalidades e não seria justo com a comunidade do basquete, ou com a comunidade do vôlei, tratá-las da mesma maneira”, descreveu Pedro.

Referência do paraskate brasiliano, Vini Sardi disse que a CBSk “abraçou” a versão adaptada da modalidade, mesmo que ela ainda não integre o programa da Paralimpíada. O desportista, que também preside a Associação Brasileira de Paraskate (ABPSk), criticou a World Skate por, segundo ele, ter negligenciado a possibilidade de o esporte ter sido incluído na edição de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 2028.

“A World Skate nunca fez zero pelo paraskate e, quando teve a chance, perdeu o prazo para enviar os documentos para iniciar o processo de inserção do paraskate nos Jogos Paralímpicos. Hoje, sabemos que foi pura politiquice. Trabalhamos possante […] para que o paraskate entre na Paralimpiada. Caso isso aconteça, queremos a CBSk porquê representante da nossa modalidade”, comentou Vini no Instagram.

COB cita Epístola Olímpica

O COB se pronunciou sobre a polêmica envolvendo CBSk e CBHP na última sexta-feira (12), em missiva direcionada aos skatistas, assinada pelo presidente da entidade, Paulo Wanderley. Segundo o dirigente, a entidade precisa seguir o que determina a Epístola Olímpica, sob risco de punições, porquê o país não ter representantes daquela modalidade em Campeonatos Mundiais e na Olimpíada.

“O Comitê Olímpico Internacional [COI] é a mando máxima deste sistema, em termos de gestão. Já os Comitês Olímpicos Nacionais [CONs] são representantes do COI em seus respectivos países. […] Todas essas entidades têm autonomia em sua respectiva jurisdição, mas sempre em obediência à Epístola Olímpica. Portanto, cabe ao COB, assim porquê às outras entidades esportivas, respeitar estatutos e executar as determinações da Epístola Olímpica, sempre respeitando o nível hierárquico”, disse Wanderley.

“O COB assegura que a preparação olímpica rumo a Paris 2024 dos atletas, cujos resultados esportivos tanto nos orgulham, não será comprometida. Esse respaldo também se estende a todos os integrantes de suas comissões técnicas”, completou o dirigente.

A Percentagem de Atletas do COB (Cacob) também se manifestou. Em nota divulgada pelo Instagram, o colegiado afirmou que está trabalhando junto aos skatistas para que não haja prejuízo na preparação olímpica.

“Sabemos que levante é um momento frágil para os atletas, onde estão concentrados em suas preparações e classificações olímpicas. Precisamos unir forças para prometer que o skate tenha o melhor desempenho e preparação verosímil para Paris 2024”, concluiu o posicionamento do Cacob.

Polêmica antiga

O skate foi incluído no programa dos Jogos a partir de Tóquio. Tanto CBSk porquê CBHP eram filiadas à World Skate. A primeira, desde o início, recebeu pedestal dos skatistas porquê entidade responsável pela modalidade olímpica, resultando no COB reconhecê-la porquê tal. A federação internacional, porém, alterou o regimento, passando a admitir somente uma confederação por país. As pastas teriam até o último dia 31 de dezembro para serem unificadas, mas não houve consenso.

A World Skate informou que a CBHP propôs a geração de uma federação “guarda-chuva”, chamada Skate Brasil, abarcando as 13 modalidades gerenciadas pelas duas entidades. A teoria, porém, não teve pedestal junto à CBSk, que, segundo a federação internacional, negou-se a colaborar, além de realizar uma “campanha difamatória na mídia”.

Sem concordância, a World Skate delegou à CBHP a geração de um único órgão pátrio para gerir as modalidades. Outrossim, confiou ao COB as gestões “técnica, esportiva e financeira do skate” até a Olimpíada de Paris.



Fonte EBC

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