Apuração do carnaval carioca: entenda os quesitos avaliados

 

A partir das 15h45 esta quarta-feira (14), diretores, componentes e torcedores das escolas de samba do Grupo Privativo do carnaval do Rio de Janeiro estarão atentos às notas dos jurados que decidirão a classificação final das agremiações que desfilaram no domingo (11) e segunda-feira (12) de carnaval. Uma novidade deste ano é que a apuração não será na Terreiro da Divinização, mas sim na Cidade do Samba – espaço que reúne os barracões das escolas.

Nos dois dias de apresentação no sambódromo da Marquês de Sapucaí, 36 jurados deram notas às escolas. Foram quatro avaliadores para cada um dos nove quesitos. As avaliações vão de 9 a 10, podendo ser graduadas por décimos, por exemplo, 9,8 e 9,9. A menor nota de cada quesito será descartada pela Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa).

Saiba o que os julgadores avaliam nos quesitos:

Bateria: a manutenção regular e a sustentação da regularidade da bateria em consonância com o samba-enredo; a perfeita conjugação dos sons emitidos pelos vários instrumentos; a originalidade e a versatilidade da bateria.

Samba-enredo: a letra e a melodia do samba-enredo apresentado, respeitando-se a licença poética. A letra poderá ser descritiva ou interpretativa, sendo que a letra é interpretativa a partir do momento que recontar o enredo, sem se fixar em detalhes. Em relação à melodia, são avaliadas as características rítmicas próprias do samba; a riqueza melódica, sua formosura e o bom paladar de seus desenhos musicais; a capacidade de sua simetria músico facilitar o esquina e a dança dos desfilantes.

Simetria: o entrosamento entre o ritmo e o esquina. A perfeita paridade do esquina do samba-enredo pelos componentes da escola, em consonância com o “puxador” (tradutor do samba) e a manutenção de sua tonalidade; o esquina do samba-enredo, pela totalidade da escola; a simetria do samba.

Evolução: é a progressão da dança de congraçamento com o ritmo do samba que está sendo executado e com a regularidade mantida pela bateria. A fluidez da apresentação penalizando, portanto, a ocorrência de correrias e de retrocesso e/ou retorno de alas, destaques e/ou alegorias. A espontaneidade, a originalidade, a empolgação e a vibração dos desfilantes; a coesão do desfile, isto é, a manutenção de espaçamento o mais uniforme provável entre alas e alegorias, penalizando, portanto, a buraco de claros (buracos) e a embolação de alas e/ou grupos (exemplo, uma lado invadindo outra).

Enredo: o teor da narrativa construída sobre um tema, um noção ou uma história que é apresentada de forma sequencial, por meio de representações iconográficas porquê elementos cenográficos (alegorias e adereços) e figurinos (fantasias). São dois subquesitos, concepção e realização. São penalizadas troca de ordem, falta ou presença não prevista em roteiro de alegorias, tripés ou alas.

Alegorias e adereços: estão em julgamento as alegorias (entendendo-se, porquê tal, qualquer elemento cenográfico que esteja sobre rodas, incluindo os tripés) e os adereços (entendendo-se, porquê tal, qualquer elemento cenográfico que não esteja sobre rodas), exceto os utilizados para a realização das comissões de frente. são dois subquesitos, concepção e realização. Há perda de pontos para a inclusão de qualquer tipo de merchandising, quantidades de alegorias e/ou tripés fora dos limites mínimo ou sumo fixadas pelo regulamento.

Fantasias: no subquesito concepção – a concepção e a adequação das fantasias ao enredo as quais devem executar a função de simbolizar as diversas partes do teor desse enredo; a capacidade de serem criativas, mas devendo possuir significado dentro do enredo.

No subquesito realização – a sensação causada pelas formas e pelo entrosamento, utilização, exploração e distribuição de materiais e cores; os acabamentos e os cuidados na confecção que deverão também possibilitar uma boa evolução dos componentes; a uniformidade de detalhes, dentro das mesmas alas, grupos e/ou conjuntos (paridade de calçados, meias, shorts, biquínis, soutiens, chapéus e outros complementos, quando permanecer nítido esta proposta).

Há penalização para a falta significativa de chapéus, calçados e outros complementos de fantasias, quando permanecer nítido que a proposta, originariamente, era com a presença desses elementos.

Percentagem de frente: a concepção da percentagem de frente e a sua capacidade de impactar positivamente o público; a indumentária; o cumprimento da função de saudar o público e apresentar a escola; a coordenação, o sincronismo e a originalidade. A percentagem de frente poderá se apresentar a pé ou sobre rodas, trajando fantasias dentro da proposta do enredo ou tradicionalmente.

Rabino-sala e porta-bandeira: a indumentária do parelha, verificando sua adequação para a dança e a sensação causada pelas suas formas e acabamentos; formosura e bom paladar; a exibição da dança do parelha, considerando-se que não “sambam” e sim executam um bailado no ritmo do samba, com passos e características próprias, com meneios, mesuras, giros, meias-voltas e torneados; a simetria do parelha.

A função do mestre-sala é namorar a porta-bandeira, muito porquê proteger e apresentar o pavilhão da escola, desenvolvendo gestos e posturas elegantes e corteses, que demonstrem reverência à sua mulher. A função da porta-bandeira é conduzir e apresentar o pavilhão da escola, sempre desfraldado e sem enrolá-lo em seu próprio corpo.