Três longos anos depois, é chegada a hora de retornar à terreno fictícia de Piltover e Zaun, cidades que permanecem em eterno confronto. Os nomes podem ser estranhos para os não familiarizados com a mitologia de “League of Legends” (LoL), jogo eletrônico da Riot Games que permite aos jogadores encarnarem diversos personagens —entre guerreiros, feiticeiros e criaturas bizarras— e se enfrentarem online.
Isso ao menos antes do lançamento de “Arcane”, série animada que chegou à Netflix no final de 2021 e conquistou o público e a sátira. A animação alcançou o primeiro lugar do catálogo em 52 países e foi celebrada com quatro Emmys, incluindo o de melhor animação, e nove estatuetas no Annie Awards, “Oscar das animações”, em 2022.
“O melhor feedback que já recebi enquanto trabalhava em Arcane veio de uma moça que pôde ver ao piloto antes do lançamento. Ela trabalhava na Riot fazia sete anos e disse que tinha encontrado a primeira chance de explicar pros pais porque amava tanto aquele jogo e os seus personagens”, conta Christian Linke, um dos criadores do seriado, que recebe a sua segunda e última temporada neste sábado (9).
Ele diz que a série é um portão para aqueles que não conhecem esse mundo virtual. “Arcane” acompanha o embate de Vi, voz original de Hailee Steinfeld, e Jinx, dublada pela atriz Ella Purnell, duas irmãs nascidas no submundo que se tornam inimigas em razão dos conflitos entre os nobres representantes de Piltover e a subjugada população de Zaun, tida porquê a Cidade Subterrânea.
Em meio a magias proibidas, intrigas entre clãs anciãos e segredos que podem colocar em risco a existência de todos, os novos episódios voltam ao momento em que fomos deixados anos detrás: quando Jinx declarou guerra ao recomendação real depois perder a sua figura paterna, o temido chefão do delito Silco.
Dividida entre suas origens e a urgência de proteger o seu povo, Vi se une à guarda da cidade subida ao lado de Caitlyn Kiramman, voz original de Katie Leung, agora uma temida solene movida por vingança. Do outro lado, Jinx mergulha em uma lesma de loucura enquanto se transforma em símbolo anárquico para os moradores do subterrâneo.
“Com a morte de Silco, chega a hora de Jinx desvendar por si mesma quem ela é. As vozes que a atormentavam agora estão mortas e, de certa forma, ela ainda deseja ser controlada por alguém. Por outro lado, a federação com Caitlyn e Piltover transforma Vi em uma espécie de extraterrestre para a sua própria lar. Existe uma crise de identidade para as duas irmãs”, diz Linke.
Segundo ele, essa procura pela compreensão de si não se limita a elas. A segunda temporada amplifica suas ramificações, desenvolvendo os personagens com maior intimidade, apesar de novas aparições e do fúria manente que movimenta a história.
É o caso de Mel Medarda, dublada por Toks Olagundoye, conselheira real que, se antes se mantinha em segundo projecto, agora precisa se mobilizar contra a perigosa conspiração movida pela mãe, a temida general Ambessa. Um pouco parecido acontece com Caitlyn, atormentada pelas decisões que é obrigada a tomar. Entre o papel herdado da família e a conexão que tem com Vi, ela se questiona a todo momento.
“Inicialmente, definir a história desses personagens não foi zero fácil. É vasqueiro ter um jogo porquê LoL, onde tudo está sempre se transformando. É reptador mourejar com esse organização que vive e respira. No início não tínhamos certeza do que as pessoas iriam gostar. Mas agora existe uma noção de que esse é o jeito claro de recontar a história”, afirma o pai.
Com o misticismo ao volta de Viktor, investigador que se encontra no limite entre o varão e a máquina, a investigação de outras realidades lideradas por Jayce, membro incerto do recomendação real, e o gênio lendário Heimerdinger, “Arcane” mantém as marcantes sequências de ação e seus visuais.
“Já não havia a mesma urgência de edificar os sistemas, a iluminação e os ambientes da série. Os animadores puderam sonhar mais. Existem visuais loucos e momentos muito inventivos, que vem desse paixão pela animação”, diz Linke.
Ele confirma que, apesar da peroração do seriado, o universo de LoL está longe de ter sido totalmente explorado. “Estamos sempre nos questionando sobre o que vem a seguir. ‘Arcane’ foi somente o primeiro passo e nós já estamos decididos a recontar mais histórias. Tudo depende de encontrar a visão e a paixão certa.”