Argentina goleia o brasil e eleva a pressão sobre dorival

Argentina goleia o Brasil e eleva a pressão sobre Dorival – 25/03/2025 – Esporte

Esporte

O esperado clima de hostilidade no duelo entre Brasil e Argentina nesta terça-feira (25), em Buenos Aires, ficou somente na expectativa. Principalmente, porque assim quiseram os donos da vivenda. Em vez de revidar a promessa de “porrada” feita por Raphinha na véspera do jogo, os argentinos nocautearam a equipe virente e amarela com um futebol envolvente, dominante e um placar elástico: 4 a 1.

Foi a exibição perfeita para premiar a classificação antecipada dos líderes das Eliminatórias para a Despensa do Mundo de 2026. Antes mesmo de a esfera rolar no estádio Monumental, a vivenda do River Plate, os argentinos celebraram o empate sem gols entre Bolívia e Uruguai, que selou a vaga dos atuais campeões mundiais.

Os bolivianos, na sétima posição do classificatório, foram a 14 pontos e têm somente mais quatro jogos a disputar. No sumo, chegariam a 26. A Argentina soma agora 31. Os seis primeiros colocados garantem vaga direta para o Mundial. O sétimo ainda disputa uma repescagem.

Derrotado, o Brasil caiu uma posição e aparece somente em quarto, com 21 pontos, seis a mais do que os venezuelanos, que figuram na sétima posição. Na reta final das Eliminatórias, a vaga para a Despensa de 2026 não parece ameaçada. O que preocupa mesmo é o futebol que a seleção tem apresentado.

No clássico desta terça-feira, a equipe de Dorival Júnior foi dominada. A estatística de posse de esfera, que nem sempre costuma retratar exatamente o que foi uma partida, desta vez é um bom exemplo de porquê os brasileiros quase não viram a cor da esfera. Com 57%, a Argentina passou boa secção do confronto trocando passes objetivos, buscando o ataque e costurando a resguardo brasileira para chegar ao gol.

Só no primeiro tempo, eles vazaram a meta de Bento três vezes. Julián Alvarez, Enzo Fernández e Alexis Mac Allister marcaram, respectivamente, aos 4, 12 e 37 minutos. Matheus Cunha, num dos raros lances de transe para os visitantes, descontou aos 26.

Os donos da vivenda foram para o pausa aplaudidos pelos milhares de torcedores que lotaram o estádio e entoaram os cânticos que embalaram a Argentina na campanha do título na Despensa do Qatar em 2022 —na edição, o Brasil logo comandado por Tite caiu nas quartas de final, diante da Croácia, nos pênaltis.

Nem parecia que jogavam sem sua maior estrela. Machucado, Lionel Messi ficou fora do jogo, assim porquê Neymar, do lado brasiliano, também em recuperação de uma lesão.

Foi a primeira vez desde 2005 que nenhum dos dois esteve em campo no maior clássico das Américas. Nos últimos 20 anos, houve 20 confronto entre as duas seleções, sendo cinco com os dois em campo e 15 com pelo menos um deles presente.

Organizada, a seleção argentina soube mourejar com a exiguidade de seu histórico camisa 10. O Brasil, por outro lado, não tinha somente a exiguidade de Neymar em sua lista de desfalques.

Depois da sofrida vitória contra a Colômbia, por 2 a 1, na última rodada, Dorival se viu obrigado a fazer seis mudanças na equipe, forçadas por lesões, suspensões e opção técnica.

Mesmo com o elenco desfigurado, os brasileiros fizeram questão de provar crédito antes do jogo. Raphinha até subiu o tom. Durante entrevista ao ex-jogador Romário, chegou a declarar que daria “porrada neles” (argentinos), dentro e fora de campo, para vencer.

A promessa não se traduziu em mais ímpeto em campo. Pelo contrário, ninguém da equipe se salvou na péssima atuação.

Depois do domínio no primeiro tempo, o controle dos donos da vivenda se manteve. Mesmo sem o volume de gols dos 45 minutos iniciais, os argentinos continuaram criando boas chances —terminaram o duelo com sete finalizações certas contra somente uma dos brasileiros.

Um delas também terminou no fundo das redes, aos 25 minutos, quando Giuliano Simeone finalizou potente para fazer o quarto gol.

À borda do campo, Dorival parecia mais azoado do que seus jogadores. Sem opções no banco para fazer uma mudança significativa no jogo —revérbero de suas próprias escolhas na convocação—, o treinador não sabia o que fazer para ajudar o Brasil. Seu função nunca esteve tão ameaçado porquê agora a pouco mais de um ano para a Despensa do Mundo.

A seleção canarinho tem problemas em todos os seus setores. Mas a resguardo é o maior exemplo dessa péssima tempo enfrentada pela equipe. Na disputa das Eliminatórias para a Despensa do Mundo de 2022, em 17 jogos, o Brasil sofreu somente cinco gols. Na disputa atual, já são 16.

Sob gritos de “olé” de sua torcida, a Argentina manteve ainda seu tabu diante do Brasil. Há 16 anos, eles não perdem o clássico em vivenda. A última vitória brasileira por lá ocorreu em 2009, sob o comando de Dunga, pelas Eliminatórias, por 3 a 1.

Faz tempo que o Brasil não joga um futebol capaz de reproduzir um placar semelhante contra seu maior rival.

A goleada desta terça foi a pior da história da seleção canarinho em Eliminatórias. Antes, o pior resultado era um 3 a 0 para o Chile, em 2000.

Foi também a primeira vez que o Brasil perdeu os dois jogos para a Argentina na disputa do torneio de classificação para o Mundial. Em 2023, foi superado no Maracanã por 1 a 0.

Argentina 4 x 1 Brasil

Sítio: Estádio Monumental, em Buenos Aires (ARG)

Data: 25 de março de 2025 (terça-feira)

Horário: 21h (de Brasília)

Louvado: Andres Rojas (Colômbia)

Cartões amarelos: Tagliafico, Almada, Otamendi, De Paul e Enzo Fernández (Argentina) e Murillo, Raphinha, André, Léo Ortiz e Endrick (Brasil)

GOLS

Argentina: Julián Alvarez, Enzo Fernández e Mac Allister, aos 5, 12 e 37 minutos do 1º tempo; Simeone, aos 27 minutos do 2º tempo;

Brasil: Matheus Cunha, aos 26 minutos do 1º tempo

Argentina: Dibu Martínez; Molina, Romero, Otamendi e Tagliafico (Medina); Rodrigo De Paul, Leandro Paredes (Palacios), Enzo Fernández e Alexis Mac Allister (Nico Sossego); Thiago Almada (Simeone) e Julián Álvarez (Correa)

Técnico: Lionel Scaloni

Brasil: Bento, Wesley, Marquinhos, Murillo (Léo Ortiz) e Guilherme Arana; André (Éderson), Joelinton (João Gomes) e Raphinha; Vinicius Junior, Rodrygo (Endrick) e Matheus Cunha (Savinho).

Técnico: Dorival Júnior

Folha

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