Argentina: suspeita de propina abre crise no san lorenzo

Argentina: Suspeita de propina abre crise no San Lorenzo – 07/05/2025 – Esporte

Esporte

Enquanto rendia homenagens a um de seus torcedores mais ilustres —o papa Francisco, fanático pelo time e que morreu há duas semanas—, o San Lorenzo de Almagro tem enfrentado dias de calvário.

O clube prateado de futebol foi sacudido nas últimas semanas, quando veio a público um par de vídeos em que o presidente (agora remoto), Marcelo Moretti, é visto recebendo US$ 25 milénio (R$ 141 milénio), supostamente uma propina para admitir um jogador na equipe juvenil.

Na primeira gravação, em que é filmado recebendo um bolo de US$ 20 milénio (R$ 113 milénio), Moretti pergunta a uma mulher “porquê está o garoto” e ela lhe responde que ele está “desesperado para jogar”. No segundo registro, de uma outra reunião, o presidente teria recebido os US$ 5.000 (R$ 28 milénio) restantes.

O material foi divulgado pelo jornalista Tomás Méndez, no programa Telenueve Denuncia (do ducto 9), no último dia 21 de abril. A reportagem afirma que as reuniões ocorreram em maio de 2024.

Moretti nega que tenha recebido propina. Nas redes sociais e à TV argentina, ele afirmou que o quantia que aparece aceitando no vídeo é uma doação para o clube. Ele também diz ter sido níveo de roubo e perseguição por opositores à sua gestão, que dura pouco mais de um ano. No mundo do esporte, passou-se a especular que ele renunciaria —o que até agora não ocorreu.

“Nunca vou renunciar, com tudo pelo que trabalhei, com tudo o que fiz no clube e todo o quantia que eu e o vice-presidente [Néstor Navarro] e as pessoas que nos acompanharam colocamos. É impossível, além de o San Lorenzo estar muito”, disse ele.

“Eles estão me extorquindo com esses vídeos há um ano, vou levar tudo à Justiça. Nunca recebi suborno, tem gente na política que quer me prejudicar”, afirmou o presidente do San Lorenzo.

Além das imagens, o programa de TV divulgou um áudio em que aparece a voz da empresária da cidade de La Plata (a 55 km de Buenos Aires) María José Scottini, que também foi pré-candidata à prefeita. Ela é mãe de um ex-jogador da subdivisão subalterno.

“O que aconteceu foi o que Moretti disse, foi uma doação. Houve mais uma doação e haverá uma terceira nos próximos dias”, defendeu-se Scottini em entrevista ao ducto de TV TyC Sports.

Segundo a empresária, quando seu fruto foi jogar no San Lorenzo, ela e alguns conhecidos se juntaram para fazer as doações, pelas más condições em que se encontravam o campo e os vestiários. Ela afirmou que o fruto treinou no ano pretérito e em 2025 deixou o clube, para estudar medicina.

“Comparecerei perante o tribunal ordinário e o tribunal de Moral e Disciplina do clube para provar minha absoluta inocência. Peço esta licença para que a Justiça possa investigar com absoluta tranquilidade e transparência. O San Lorenzo está supra de tudo e de todos”, disse Moretti em nota.

O Tribunal de Moral da AFA (a federação argentina de futebol) também iniciou investigações sobre o caso, e a organização exige que o juízo encontre um nome para comandá-lo.

A crise chegou ao vice-presidente, Navarro, um poderoso empresário do setor de carnes que vive no Uruguai e que declarou no termo de semana não ter intenção de assumir o comando —sua presença na placa seria pelo escora econômico que deu à campanha de Moretti.

O juízo do San Lorenzo é chefiado por Julio Lopardo, que foi vice-presidente de 1995 a 1998, que é um dos favoritos para assumir o comando da equipe.

A falta de meio tem afetado a atividade administrativa, com fornecedores reclamando de falta de pagamento e a impossibilidade de fazer movimentações bancárias sem a assinatura de Moretti.

Para evitar que o escândalo afete também o desempenho em campo, o diretor esportivo, Carlos Sánchez, reuniu jogadores e percentagem técnica, e pediu foco no torneio Apertura 2025, que dá o chuto inicial no calendário da primeira subdivisão do Campeonato Prateado. No próximo sábado (10), o San Lorenzo enfrenta o Tigre.

O escândalo ocorreu em meio ao luto dos torcedores pela morte do papa Francisco, que tinha uma profunda relação com o time do Ordinário Flores. Os jogadores prestaram uma homenagem ao pontífice no último dia 26, no primeiro jogo depois a sua morte, quando enfrentaram o Rosario Mediano usando uma camisa com a imagem de Bergoglio e uma tira com a frase “juntos pela perpetuidade”.

O religioso cresceu perto de onde fica o estádio do San Lorenzo e não escondia a paixão pelo clube, do qual era o sócio nº 88.235.

Folha

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