As Distâncias De Escolas E Blocos De Carnaval 26/02/2025

As distâncias de escolas e blocos de Carnaval – 26/02/2025 – É Logo Ali

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Quem está pensando que caminhar, escalaminhar e passar não têm zero a ver com o universo dos carnavalescos, é porque nunca teve que percorrer os aparentemente intermináveis percursos dos blocos e escolas de samba mais tradicionais, se empoleirar em um carruagem emblemático sem estragar a fantasia, nem correr o passo para evitar que a escola perdida pontos. E, sim, esta semana vamos falar de bateção de pernas muito privativo: a dos carnavais em todo o país.

Começando pelas mais óbvias passarelas do samba, também os trajetos mais curtos (mas não menos exigentes) da folia, temos em São Paulo a Passarela Adoniran Barbosa, mais conhecida porquê o sambódromo do Anhembi. Tem unicamente 530 metros de comprimento, tudo muito —mas o companheiro já pensou em percorrer essa intervalo com uma sandália salto 15, saracoteando (não me peçam para manifestar sambando, pelamor) sem perder o ritmo e de olho no cronômetro que ameaço punir a escola se a pessoa se distrair e atrasar a evolução que conta um supremo de 65 minutos para cruzar inteirinha a risca de chegada? Melhor não.

O mesmo vale para a mundialmente conhecida Passarela Darcy Ribeiro, vulgo sambódromo do Rio de Janeiro, maravilha projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer que recebe em seus 700 metros de comprimento um mínimo de 2.500 componentes por assembleia e que, pela grandiosidade de suas escolas, dá uns minutinhos a mais, 80 no supremo, para mostrar seu enredo da risca inicial até a de chegada. É sufoco que labareda? Com certeza.

Mas, porquê nem só de sambódromos se faz o carnaval, e é cada vez maior a adesão dos foliões (gente, eu jurei que não ia grafar essa vocábulo, mas fazer o quê…) aos bloquinhos de rua, que de bloquinhos, por sinal, há tempo não têm mais zero, tendo se transformado em gigantescas filas de gente tomando as ruas das cidades.

Nessa categoria, é precípuo estrear citando o conjunto que figura no Livro Guinness dos Recordes, o pernambucano Galo da Madrugada, que carrega ao longo de 6,5 quilômetros, do Poderoso das Cinco Pontas até a rua do Sol, em Recife, mais de 2,5 milhões de pessoas. Se todos conseguem dançar é um mistério, a coisa está mais para happening no comecinho da manhã de sábado de carnaval, mas quem seguir o trajectória inteiro vai remunerar a quinhão de passeio do dia, vai. Sigamos.

Em Salvador, é a vez de percorrer o chamado Volta Dodô, murado de 4,5 quilômetros que vão da praia da Barra até a de Ondina. Lá, a pendência é boa para saber quem carrega mais gente, mas consta, em tese, que o maior conjunto seria o Camaleão, que junta de 3.500 a 5.000 pessoas a cada dia —só que sai três dias em cada Carnaval. E isso é só a contabilidade de quem comprou o famoso abadá, a camiseta que permite ao cidadão quicar dentro do perímetro de uma corda carregada ao longo de todo o trajectória, que no caso desse conjunto, o mais dispendioso da capital baiana, custa de R$ 1.490 a R$ 1.990 o dia. Nesse valor, a organização anuncia que oferece estrutura de segurança completa nos limites da corda, banheiros masculinos e femininos no carruagem de base, bar, lanchonete e atendimento médico para quem passar da conta na birita. Quem não estiver a termo de remunerar pode seguir o trio elétrico do lado de fora da corda, na chamada pipoca, e ser feliz do mesmo jeito, vá lá, sem mordomias.

Dali partimos de volta ao Rio de Janeiro, onde o conjunto Cordão da Esfera Preta, mais antiga assembleia da cidade, fundada em 1918, garante que já superou o Galo pernambucano, tendo reunido mais de 2,5 milhões de (de novo…) foliões, mas ficou devendo comprovação ao Guinness, paciência. A povaléu percorre 1.800 metros da avenida Rio Branco, no núcleo da cidade, sem cobrança de abadá e evocando os tempos de seu promanação, no bairro da Lapa, quando aquilo ainda não era a muvuca hypada de hoje, mas zona de boêmia à voga antiga e malandra.

E voltamos a São Paulo, cidade onde por lei a cobrança de abadás e delimitação de áreas vip é proibida, e na qual o vencedor de multidões é o Acadêmicos do Reles Augusta, que desce a rua da Consolação, de unicamente 2,4 quilômetros, saindo da esquina da avenida Paulista e chegando até a esquina da Xavier de Toledo. Leste ano, eles dizem que vão ter pelo menos 1 milhão de seguidores concentrados nesse trajeto —e, vale lembrar, ninguém paga zero para seguir o trio. Se alguém conseguir evoluir a mais de 1 quilômetro por hora nessa conta que, tá, melhor não fazer, ganha um sanduíche de pernil no bar do Estadão, logo ali na esquina da dissipação.

E logo, qual vai ser sua rota neste Carnaval? Não precisa nem arrumar a mochila. Bora lá!


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Folha

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