Associação Denuncia Presença De “barbeiros” Infectados No Butantã

Associação denuncia presença de “barbeiros” infectados no Butantã

Brasil

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) denunciou à Sucursal Brasil que dois insetos do tipo fígaro foram encontrados no último trimestre de 2024 no pavilhão Lemos Monteiro, prédio centenário do Instituto Butantã ajustado para uso de laboratórios de pesquisa. Os espécimes foram capturados em outubro e novembro de 2024 e ambos tinham a presença do protozoário Trypanossoma cruzi, motivador da Doença de Chagas, em seu organização.

“No dia em que os técnicos da vigilância em saúde da prefeitura vieram fazer uma vistoria para procurar o foco da infestação, eles nos informaram que mais dez barbeiros haviam sido localizados em outra dimensão do instituto e que dois deles estavam contaminados por Trypanosoma cruzi”, informou em nota Patricia Clissa, pesquisadora e associada da APqC. O Campus Butantã, da USP, onde circulam tapume de 70 milénio estudantes e funcionários, também teve ao menos seis barbeiros encontrados no final do ano pretérito.

O bairro tem a presença de animais silvestres que são reservatórios naturais do verme, porquê saruês, em todo o província do Butantã, onde residem pouco mais de 350 milénio habitantes. A região tem corredores ecológicos que se estendem pela região metropolitana e para as regiões sul e setentrião da cidade. 

“O próprio Instituto Butantã fez uma retirada importante de árvores para sua expansão, enquanto no entorno há uma verticalização gigantesca, com a construção de prédios no lugar de casas, com supressão de vegetação e isso tudo acaba alterando o envolvente, deslocando os saruês de seu habitat oriundo e favorecendo o contato do fígaro com os humanos. O que mais nos preocupa é que se nenhuma atitude for tomada pela Secretaria da Saúde, no que diz saudação a alertar a população e renovar as atividades da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) para que voltem a ser conduzidas de forma articulada junto às vigilâncias municipais, isso pode resultar em infecções de seres humanos, se é que já não estão ocorrendo”, afirma, em nota, Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC.

A Sucen, citada por Lutgens, foi um dos institutos estaduais de pesquisa extintos por decreto em 2020. Segmento de suas atribuições foi direcionada às coordenadorias de Controle de Doenças estaduais e das vigilâncias epidemiológicas municipais. Segundo a APqC, esse escorço é insuficiente para dar conta da urgência de pesquisas específicas e impede o monitoramento mais detalhado e treinamento adequado das equipes das prefeituras.

Há registros de mais de uma centena de barbeiros catalogados pela equipe da Sucen entre 2014 e 2019, segundo o pilha de notícias da Revista Fapesp, controle aparentemente interrompido, pois com o esvaziamento do prédio da superintendência, no bairro de Pinheiros, não se monitora se animais infectados tiveram contato com sangue humano, indicando a urgência de testagem de populações.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que monitora, desde 2019, a circulação do Trypanosoma cruzi em toda a metrópole paulista, e que até o momento não foram registrados casos de infecção em humanos na dimensão urbana. “Ou por outra, técnicos da CCD realizam capacitação com agentes de saúde do município de São Paulo para a identificação do inseto triatomíneo (fígaro), a realização de exames de teor intestinal para verificar a positividade por Trypanosoma cruzi, o manejo do envolvente e o controle químico, quando necessário”, acrescentou o órgão.

Sobre o Instituto Butantã, a secretaria afirmou que “o caso foi monitorado e, de combinação com laudo técnico de biólogo do Meio de Controle de Zoonoses, o emergência do fígaro no Pavilhão Lemos Monteiro foi um caso solitário, oferecido o lugar onde foi encontrado. O monitoramento continua sendo realizado com equipe técnica por empresa contratada para o controle de pragas”.

A Secretaria Municipal da Saúde da cidade de São Paulo informou que “monitora a ocorrência de triatomíneos hematófagos (barbeiros), por meio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). Os insetos encontrados na região pertencem à espécie Panstrongylus megistus, que ocorre naturalmente em áreas florestais”. Segundo a pasta não há transmissão da doença de Chagas na capital paulista. “A vigilância tem trabalhado para informar a população sobre a ocorrência do Panstrongylus megistus e monitora regularmente as áreas propícias à presença desse inseto”, explicou, além de recomendar medidas de prevenção à população.

Além da região do Butantã, a APqC citou a dimensão do Zoológico Municipal porquê propensa às infestações de triatomíneos. A assessoria de prensa informou, em nota, que “a concessionária responsável pela gestão do Zoológico mantém contato com as autoridades competentes, recebe visitas de agentes da Ramificação de Vigilância de Zoonoses da prefeitura de São Paulo e da Coordenadoria de Controle de Doenças, do governo estadual. Conforme protocolo vigente, encaminha insetos suspeitos às autoridades de saúde, visto que o perímetro de licença é um migalha inserido em dimensão de Mata Atlântica. No período citado pela reportagem, o segundo semestre de 2024, não houve informação de teste positivo por secção das autoridades competentes”.

Chagas, doença negligenciada

A Doença de Chagas é considerada uma doença negligenciada, por não ser mira prioritário no desenvolvimento de novos medicamentos ou métodos de prevenção. Segundo o Ministério da Saúde “é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma tempo aguda (doença de Chagas aguda) que pode ser sintomática ou não, e uma tempo crônica, que pode se manifestar nas formas indeterminada (assintomática), cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva”. Na tempo aguda, quando o tratamento é mais eficiente, os sintomas mais comuns são febre prolongada (mais de 7 dias), dor de cabeça, fraqueza intensa e inchaço no rosto e pernas.

Sua incidência, de combinação com a iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), ocorre nas Américas, com casos ainda na Austrália, no Japão e em alguns países da Europa. É endêmica em todos os países da América Latina. 

Os principais países afetados são a Argentina e o Brasil, cada qual com tapume de 2 milhões de pessoas diagnosticadas, segundo o Observatório Chagas, que monitora a doença e os esforços para erradicá-la. A subnotificação, porém, é regra. As estimativas são de 70% a 90% de casos em que a pessoa não sabe que tem a doença. A maior secção dos casos está relacionada à contaminação de vitualhas por fezes do inseto.


Fonte EBC

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