O Athletico anunciou na manhã desta segunda-feira a contratação do técnico Cuca para a sequência da temporada 2024, em seguida desobrigar na véspera o técnico colombiano Juan Carlos Osório. O treinador inicia os trabalhos no CAT (Meio Administrativo e Técnico Alfredo Gottardi) do Caju nesta terça-feira (5).
O treinador teve rápida passagem pelo Parque São Jorge em 2023, mas pediu destituição em seguida duas partidas devido aos protestos por sua contratação.
Na idade, a permanência dele se tornou insustentável pela pressão de torcedores, sobretudo de mulheres, indignadas com a postura do clube diante do caso de violência sexual registrado contra Cuca em 1987, na Suíça, quando ele ainda era jogador.
Cuca e outros três jogadores que na idade defendiam o Grêmio —Henrique Etges, Fernando Castoldi e Eduardo Hamester— estavam em uma excursão com o clube pela Europa quando foram acusados pela Justiça suíça de cometer ato sexual sob coerção contra uma pequena de 13 anos, filha de um funcionário do hotel em que estavam hospedados.
A pequena disse à polícia que foi ao quarto dos jogadores com dois amigos para pedir autógrafos, camisas e flâmulas, mas acabou abusada.
Os jogadores foram levados para prisões separadas e acabaram soltos em seguida um mês, passada a instrução inicial do processo, e levados para o Brasil pelo legista Luiz Carlos Pereira Silveira Martins, o Cacalo, vice jurídico do Grêmio à idade. Eles pagaram fiança de US$ 1.500 cada (R$ 20 milénio hoje, em valores corrigidos pela inflação americana).
Os jogadores não voltaram à Suíça para se proteger e nunca cumpriram as penas de 15 meses de prisão, que prescreveram.
O caso teve repercussão na prelo, mas esfriou e não foi grande empecilho para a curso de Cuca, que saiu do Grêmio em 1990 para jogar no Valladolid, da Espanha, e passou por outros grandes clubes, uma vez que Internacional e Palmeiras. Tornou-se treinador ainda mais vitorioso e tem na Despensa Libertadores de 2013, com o Atlético Mineiro, seu maior título.
Foi só nos últimos anos, na esteira de transformações na sociedade e no desenvolvimento do movimento feminista, que o incidente ressurgiu. E a repudiação ao paranaense cresceu.
Cuca sempre disse ser singelo. “Eu não sou bandido”, disse Cuca durante sua apresentação no Corinthians em 2023. “Não sou culpado de zero. Sou singelo. Tenho minha consciência tranquila, durmo tranquilo. Eu sou uma pessoa decente, supra de tudo. Minha bandeira sempre foi a correção”, afirmou, enquanto torcedores empunhavam faixas com os dizeres “fora, Cuca” e “respeita as minas???”.
“Por que devo desculpa para a sociedade se eu não fiz zero? A vida passou quase 37 anos. Joguei cá do lado, treinei vários times, nunca fui questionado. Nos últimos dois anos, a coisa mudou. O mundo mudou, de um jeito melhor, a mulher tem uma resguardo muito maior, e sou segmento disso, quero isso. Sou pai, sou marido, sou fruto. Quero que as mulheres estejam cada vez mais protegidas”, afirmou na ocasião.
Depois de toda a confusão e a saída do Corinthians, a resguardo de Cuca pediu a reabertura do caso e um novo julgamento, alegando que ele havia sido réprobo à revelia e que poderia ser inocentado. Essa argumento foi acatada em 22 de novembro.
Uma vez que o Ministério Público considerou o caso prescrito, em 28 de dezembro a Justiça extinguiu a pena e o processo sem uma reavaliação dos fatos em si. A juíza do caso, Bettina Bochsler, determinou indenização estatal a Cuca equivalente a R$ 55 milénio. O brasílio não foi inocentado, mas o processo acabou extinto.
Posteriormente a confirmação da contratação do treinador pelo Athletico, a deputada federalista e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, fez uma publicação nas redes sociais criticando a decisão do clube paranaense.
“Uma pessoa uma vez que Cuca deve remunerar por seu transgressão e não ocupar cargos de liderança, uma vez que o de treinador de futebol, que serve de inspiração e referência para tantas crianças”, escreveu a deputada.
Diferentemente do que alega a política na publicação, porém, o caso de Cuca não é igual ao dos ex-jogadores Robinho e Daniel Alves, ambos condenados recentemente na Itália e na Espanha, respectivamente, por estupro cometido nos dois países.
Na publicação no X (macróbio Twitter) em que anunciou a contratação de Cuca, a maioria dos torcedores também criticou a decisão do Athletico, presidido pelo cartola Mário Celso Petraglia, sabido pelas polêmicas que circundam seu nome.
O mais recente incidente envolve a mudança do nome solene do estádio do Athletico-PR, Ligga Estádio (assim chamada devido aos naming rights), de Joaquim Américo Guimarães para Mário Celso Petraglia. Uma reunião extraordinária no Recomendação Deliberativo nesta segunda-feira (26) selará a decisão.
“Originário de Curitiba, Cuca tem 60 anos e acumula uma indiscutível curso vitoriosa uma vez que treinador”, diz o Atlhetico-PR em nota, recordando as conquistas da Libertadores (2013), da Despensa do Brasil (2021) e duas vezes o Campeonato Brasiliano (2016 e 2021). Ele também levantou as taças do Campeonato Mineiro (2011, 2012, 2013 e 2021) e do Campeonato Carioca (2009).
