Luca Kumahara, Primeiro Atleta Trans Do Tênis De Mesa

Atletas trans falam sobre as dificuldades no esporte – 05/06/2025 – Esporte

Esporte

“Muitas crianças e adolescentes se inspiram em mim e acreditam que podem voltar a lucilar, a ter um lugar no sol. Porque as pessoas trans saem da escola muito cedo por transfobia. Elas não têm espaço no mercado de trabalho. Elas não têm visibilidade. E hoje, a cada dia que passa, mais pessoas trans têm essa visibilidade.”

Logo posteriormente se tornar a primeira trans campeã da Superliga feminina de vôlei com o Osasco, Tifanny Abreu se emocionou ao abordar as dificuldades enfrentadas por pessoas trans no meio esportivo e na sociedade, em próprio no Brasil.

Segundo relatório da Antra (Associação Vernáculo de Travestis e Transexuais), o Brasil é o país que mais mata trans e travestis no mundo —foram 122 assassinatos no ano pretérito, mantendo o país na liderança do ranking pelo 16º ano seguido.

Aos 40 anos, a ponteira fez a transição de gênero há muro de uma dez e iniciou a trajetória na categoria feminina em meados de 2017, atuando pelo Golem Palmi, da segunda partilha italiana.

No final do mesmo ano, fez sua estreia na Superliga feminina pelo time de Bauru, convivendo com uma série de questionamentos por atletas de outras equipes, que viam em sua presença em quadra vantagem injusta e risco de perda de espaço das mulheres cis no esporte.

Na estação, ela era respaldada por lei do COI (Comitê Olímpico Internacional) que permitia a presença de atletas trans com nível subordinado a 10 nmol/L (nanomoles por litro) de testosterona no sangue.

Em 2021, a federação internacional (FIVB), seguindo novidade diretriz do COI, delegou a cada confederação vernáculo que adotasse o próprio critério. A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) anunciou portanto limite de testosterona inferior de 5 nmol/L (nanomoles por litro), com base em recomendação da FIMS (Federação Internacional de Medicina do Esporte). O de Tifanny costuma oscilar em torno de 0,2 nmol/L.

“Eu vou continuar a minha luta”, afirmou Tifanny ao Sportv na quadra no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

Vitórias de atletas trans trouxeram endurecimento de regras

O sucesso da jogadora de vôlei ainda representa mais a exceção do que a regra em relação à roboração de atletas trans na categoria feminina.

Vitórias em outras modalidades já foram usadas inclusive uma vez que pretexto para que regras mais restritivas fossem adotadas.

Foi o que aconteceu na natação, posteriormente triunfo de Lia Thomas em competição da NCAA (National Collegiate Athletic Association), em 2022, e no ciclismo, depois que Austin Killips venceu prova organizada pela UCI, a federação internacional de ciclismo, em 2023.

Porquê consequência, a World Aquatics (federação internacional de natação) e a UCI praticamente vetaram a participação das trans, estabelecendo uma vez que critério de elegibilidade que elas não tivessem pretérito pela puberdade masculina, o que costuma ocorrer por volta dos 12 anos.

Lia Thomas chegou a entrar com um recurso no CAS (Tribunal Arbitral do Esporte), mas teve o apelo refutado.

“A decisão do CAS é profundamente decepcionante”, disse a nadadora na ocasião. “Proibições generalizadas que impedem mulheres trans de competir são discriminatórias e nos privam de valiosas oportunidades atléticas que são centrais para nossas identidades.”

Além de serem proibidas de competir entre as mulheres, as atletas também se tornaram níveo de uma série de ataques nas redes sociais.

“A ciclista transgênero Austin Killips venceu a corrida feminina e causou indignação —isso vai suceder cada vez mais. O esporte feminino NÃO É O LUGAR para atletas masculinos que se identificam uma vez que trans”, escreveu no X a ex-tenista Martina Navratilova, uma das principais vozes contra a participação de mulheres trans em competições femininas.

Vivência do varão trans é muito dissemelhante, diz mesa-tenista

Enquanto atletas mulheres transgênero enfrentam resistência por razão de sua opção, no caso de homens trans, a veras se mostra muito dissemelhante.

“Felizmente, não vivi nenhum incidente de preconceito. No universal, a vivência de homens trans é muito dissemelhante de mulheres trans. Não se compara nem de longe”, afirmou Luca Kumahara, mesa-tenista com três participações em Olimpíadas e medalhista em Jogos PanAmericanos na categoria feminina, antes de fazer a transição de gênero, em meados de 2023.

“Varão trans não gera polêmica, ninguém discute. Isso porque, no caso do varão trans, a chance é dele ter um desempenho pior do que o do varão cis, portanto ninguém se incomoda”, disse Rogério Friedman, médico endocrinologista professor titular da Faculdade de Medicina da UFRGS (Universidade Federalista do Rio Grande do Sul) e consultor da ABCD (Mando Brasileira de Controle de Dopagem).

Segundo o mesa-tenista, a maior dificuldade que enfrentou durante o processo foi tomar a decisão sobre quando debutar o tratamento hormonal.

“Ter que escolher entre focar no profissional, pensando em metas, resultados e curso, ou no pessoal, sendo reconhecido socialmente por quem realmente sou, foi um grande repto, pois um faria eu ter que terebrar mão do outro.”

Ele conta que, nos primeiros meses posteriormente iniciar a transição, “parecia estar mais fácil jogar, uma vez que se tivesse que fazer menos esforço para ter a mesma potência nos golpes.”

Com o aumento da força e da fardo física na ateneu, no entanto, vieram as primeiras dores no corpo. “Essas dores acabaram quebrando o meu ritmo de treino e comecei a me desmotivar”.

A saída encontrada foi mudar a forma de treinamento e adotar um “foco dissemelhante”, voltando-se, a partir de portanto, para a prática dos fundamentos básicos do esporte, assumindo o recomeço no esporte. Também ajudou um trabalho de alinhamento corporal junto com seu massagista.

“A desenlace até agora desse processo é que deveria ter controlado muito mais o aumento de fardo na musculação e treinado mais a base, para ir sentindo aos poucos as mudanças do corpo.”

Folha

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