Acontece nesta sexta-feira (30), às 21h, no teatro do Sesc Belenzinho, em São Paulo, o show em comemoração aos 20 anos de lançamento do primeiro álbum da orquestra de rock Leela.
O espetáculo terá as participações especiais do compositor e músico Fausto Fawcett, além do guitarrista e vocalista Gabriel Thomaz, do grupo Autoramas.
Formada por Bianca Jhordão (voz e guitarra), Rodrigo Brandão (guitarra, voz de esteio), Guilherme Dourado (grave) e Fabiano Sossego (bateria), a orquestra Leela lançará um álbum inédito ainda em produção.
Leia, a seguir, a entrevista exclusiva que a compositora, guitarrista e vocalista da orquestra Leela, Bianca Jhordão, concedeu ao blog Música em Letras.
Porquê a orquestra se vê na atual lance, dentro do mercado fonográfico, em seguida 20 anos de lançamento do primeiro álbum?
Em seguida 20 anos do lançamento do nosso primeiro álbum, percebemos que o mercado fonográfico se tornou mais dinâmico e, ao invés de ver isso porquê um duelo, enxergamos porquê uma oportunidade manente de reinvenção. Hoje, graças às plataformas digitais e ao nosso programa músico ao vivo, LeelaLive [programa musical #LeelaLive transmitido no YouTube desde 2017], conseguimos estar mais próximos e acessíveis ao público do que nunca. Antes, o contato com os fãs era restrito a shows ou por meio de plataformas porquê Fotolog, ICQ e Orkut. Hoje, essa interação se transformou, permitindo uma conexão imediata com nossos seguidores.
Desde o início, a inovação tem sido um diferencial da nossa trajetória. Utilizamos instrumentos inusitados porquê o theremin e sintetizadores, criamos um videoclipe que se tornou um videogame, e fomos pioneiros em ações nas redes sociais. Com o LeelaLive, conseguimos desenvolver um formato independente dentro do nosso próprio estúdio, adaptando-o à veras atual e recebendo convidados de destaque da cena músico brasileira.
Nosso foco continua sendo gerar e compartilhar música de maneira autêntica, sempre explorando novas possibilidades e buscando manter nossa relevância em um mercado cada vez mais segmentado e competitivo. A experiência acumulada ao longo dessas duas décadas nos dá a crédito necessária para seguir evoluindo, sem perder nossa núcleo. Seguimos com a mesma paixão pela música e pela conexão com nossos fãs, e estamos empolgados em levar nossa arte a novos públicos.
O que mudou nesses 20 anos, em termos de produção, apresentações e divulgação de um álbum?
Nestes 20 anos, a transformação na produção, apresentação e divulgação de um álbum foi enorme. Começamos distribuindo CD demo para amigos e formadores de opinião; hoje lançamos singles exclusivamente nas plataformas digitais. A tecnologia se tornou mais alcançável, desde a gravação de ideias, que podem ser feitas no seu próprio telefone, até a produção final com plugins e softwares, o que democratizou o processo criativo.
No início, no Rio de Janeiro, tínhamos a sorte de usar o estúdio Hanoi (de Arnaldo Brandão, pai do Rodrigo), e agora, em São Paulo, com nosso próprio estúdio e a produção do Rodrigo, podemos gravar sem pressão do tempo, podendo explorar timbres e texturas.
Nos shows com repertório próprio mais atual, incluímos bases eletrônicas e efeitos vocais que antes eram inviáveis. O LeelaLive, gravado em nosso estúdio, se tornou um playground para experimentarmos instrumentos e efeitos que não levávamos mais para a estrada há um bom tempo. A relação com os fãs também se transformou com as redes sociais. A conexão é muito mais próxima, o que não era provável há 20 anos.
Sobre a divulgação, o ideal é lançar singles, para ajudar a manter relevância nas plataformas digitais, criando expectativa para um álbum completo. Lançar músicas aos poucos nos ajudou a reconectar com o público e a entender nosso novo momento.
O que o primeiro álbum trouxe para orquestra?
O primeiro álbum “Leela” (2004) foi um marco na nossa curso e trouxe uma série de conquistas e aprendizados. Ele nos apresentou a um grande público, principalmente com o hit “Te Procuro”, que foi uma das músicas mais tocadas de 2005 e se tornou tema da romance “Malhação”, da TV Orbe. Esse sucesso nos levou a lucrar o prêmio de Filarmónica Revelação no VMB da MTV e a receber indicações ao Grammy Latino, além de outros prêmios importantes porquê o Prêmio Multishow e o Meus Prêmios Nick. Também nos abriu portas para tocar em grandes festivais, viajar pelo Brasil e dividir o palco com grandes artistas, o que expandiu ainda mais nossa base de fãs.
O que mudaria no primeiro álbum, caso fosse regravado?
Se tivéssemos a oportunidade de regravar o primeiro álbum, algumas mudanças certamente seriam feitas, não para mudar a núcleo dele, mas para refletir o incremento e as experiências que adquirimos ao longo desse tempo. Escrevi as músicas desse disco no meu quarto, descobrindo acordes e melodias, explorando os sentimentos da estação de juvenil, portanto fico feliz de ter esse registro na minha vida, que é uma retrato do momento que estava vivendo. Voltando a tocar algumas dessas músicas, fico até emocionada lembrando de todos esses momentos.
Agora estamos tocando algumas músicas desse álbum em tonalidades mais graves para explorar uma textura dissemelhante do meu vocal. No início, a gente estabelecia tons mais altos para minha voz “furar” a base da orquestra e deixar as letras mais claras para as plateias dos shows underground onde a qualidade sonora do equipamento não valorizava muito os vocais. E assim gravamos o álbum com essas tonalidades. Portanto acho que mudaria as tonalidades dessas músicas para as que vamos apresentar neste show.
Houve mudanças nas músicas que serão apresentadas no show de sexta-feira, quais?
As principais mudanças são as tonalidades em algumas músicas. Estamos tocando um tom aquém das versões do álbum “Beijos Quentes”, “Qualquer Um”, “Ver O Que Faço”, “Romance Fugitivo”, “Último Jantar” e “Rádio Blá”. Em “Beijos Quentes”, por exemplo, alteramos um pouco o emendo de uma segmento dela. Aliás, incluímos seções instrumentais em “Odeio Gostar”, “Rádio Blá”, “Romance Fugitivo”, “Te Procuro” e “Sou Assim”. Nessa última música também alterei a forma de trovar, mais falado, com efeitos, trazendo uma novidade tradução da letra.
Em 2005, a orquestra ganhou o prêmio “Artista Revelação”, no Video Music Brasil (VMB) da MTV. O que isso trouxe à orquestra, além de prestígio?
Lucrar o prêmio de “Artista Revelação” no VMB da MTV, em 2005, ampliou nossa visibilidade no cenário músico do país e nos conectou com um público ainda maior. A partir desse momento, passamos a ter mais oportunidades de tocar em grandes festivais, participar de programas de TV e rádio, e realizar parcerias importantes. Aliás, o prêmio nos deu uma validação significativa porquê artistas e nos motivou a continuar inovando e investindo em nossa música. Esse reconhecimento também reforçou nosso compromisso de seguir em frente com autenticidade, buscando crescer e evoluir porquê orquestra.
Em seguida o lançamento do primeiro álbum, a Leela foi convidada para uma turnê ao lado da cantora canadense Avril Lavigne. Porquê, quantas e onde foram essas apresentações?
Foi incrível a oportunidade que tivemos nessa turnê com a Avril Lavigne. Fizemos três apresentações, na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, Terreiro da Divinização, no Rio de Janeiro, e no estádio do Pacaembu, em São Paulo, em setembro de 2005. Uma experiência inolvidável que nos permitiu tocar para um público imenso, sentir a correria na estrada com um artista internacional e invadir novos fãs que descobriram nossa música durante essa turnê. Descobrimos, com esses shows, que o público da Avril tinha bastante afinidade com nosso som e conseguimos aumentar muito nosso número de fãs na estação.
Porquê serão as participações de Fausto Fawcett e Gabriel Thomaz no show de sexta-feira?
Fausto Fawcett estará presente em “Último Jantar”, música que ele gravou originalmente no nosso primeiro álbum. Aliás, vamos tocar uma das nossas colaborações mais recentes com ele, chamada “Lazeira de Viver (Fuga pelo Twitter)”, que tem um videoclipe gravado num bar repleto de vampiros em Copacabana. Também faremos uma versão peculiar de “Gimme Shelter”, dos Rolling Stones, onde no refrão cantamos “O firmamento abriu, meu coração partiu / em êxtase”.
Já com Gabriel Thomaz, dos Autoramas, vamos apresentar “Romance Fugitivo”, uma tira que Gabriel elogiava logo que começou a frequentar nossos shows no início dos anos 2000, no Rio de Janeiro; vamos tocar uma música do primeiro álbum do Autoramas e uma música de uma orquestra new wave que amamos e é referência e inspiração tanto para o Leela quanto para o Autoramas, The B-52’s.
A orquestra está preparando um novo álbum. Qual o nome, onde será gravado, qual o selo, quando será lançado, quem participará e quantas faixas terá o novo trabalho?
Ainda não temos um título definido para o novo álbum porque ainda não o finalizamos. A teoria principal é reunir singles recentes que já lançamos e abordam as conexões humanas com as redes digitais, além de incluir outras músicas inéditas, que estamos terminando, sobre esse tema. O álbum está sendo gravado no nosso estúdio e deve transpor pelo nosso selo que leva o nome do estúdio, Music Bunker. O álbum sairá no próximo ano e contará com participações de Fausto Fawcett, Letrux, Bárbara Eugênia, George Israel e mais uma surpresa que ainda estamos preparando. O álbum deverá ter dez faixas, refletindo essa temática de porquê a tecnologia e as redes sociais impactam nossas vidas e porquê nos relacionamos com esses dispositivos eletrônicos e suas plataformas e algoritmos.
O que as pessoas devem esperar do show de sexta-feira?
Será uma apresentação única e inédita. Tocaremos o repertório do primeiro álbum na íntegra, trazendo uma novidade abordagem para algumas faixas, incluindo novas tonalidades e levadas de som. E também teremos as participações especiais de Fausto Fawcett e Gabriel Thomaz. Fizemos um tentativa universal com todos e estamos muito animados. Esperamos que todos se sintam segmento dessa celebração, aproveitando a virilidade que só um show ao vivo peculiar porquê esse pode proporcionar. Nos vemos lá!
SHOW BANDA LEELA
ARTISTAS Bianca Jhordão (voz e guitarra), Rodrigo Brandão (guitarra, voz de esteio), Guilherme Dourado (grave) e Fabiano Sossego (bateria), com as participações especiais de Fausto Fawcett e Gabriel Thomaz
QUANDO Sexta-feira (30), às 21h
ONDE Sesc Belenzinho, r. Padre Adelino, 1000, Belenzinho, São Paulo, tel.(11) 2076-9700
QUANTO De R$ 18 a R$ 60