'beatles '64', De Scorsese, Podia Ter Mais Da Banda

‘Beatles ’64’, de Scorsese, podia ter mais da banda – 29/11/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

“Beatles ’64”, disponível no Disney+, não é somente mais um réplica no aparentemente infindável filão de documentários sobre a orquestra de Liverpool. Dirigida por David Tedeschi, a produção tem uma grife poderoso, Martin Scorsese, e concentra os 14 dias mais intensos na história do grupo.

As imagens abrangem o período entre 7 e 22 de janeiro de 1964. Nessas duas semanas, os Beatles desembarcaram em Novidade York, na primeira visitante da orquestra aos Estados Unidos, e detonaram a Beatlemania no país inteiro, com duas aparições na TV em enxovia vernáculo e poucos shows diante de plateias enlouquecidas.

Desde que produziu “George Harrison: Living in the Material World”, documentário de 2011, Scorsese se aproximou bastante da viúva e do rebento de George Harrison. Paul McCartney e Ringo Starr também entraram para o círculo de amizades do cineasta, e conversas entre eles alimentaram a teoria de “Beatles ’64”.

Scorsese sempre teve uma relação muito poderoso com a música. Em 1977, ele transformou a derradeira apresentação do grupo The Band, em San Francisco, no filme “O Último Concerto de Rock”. Fez um documentário sobre Bob Dylan, produziu duas minisséries sobre blues e mais uma, “Vinyl”, dramatização sobre a indústria da música na Novidade York dos anos 1970.

O diretor de “Vinyl”, Tedeschi, foi chamado para mais uma parceria com Scorsese em “Beatles ‘’64”. Os dois fizeram entrevistas recentes com muitas pessoas que vivenciaram de perto a invasão dos Beatles. Esses depoimentos ocupam praticamente a metade da duração do filme, alternados com as imagens dos quatro rapazes e as fãs histéricas.

Esse material original vem de imagens capturadas pelos irmãos cineastas Albert e David Maysles, que lançaram em 1991 o documentário “The Beatles: The First U.S. Visits”. Além delas, a produção de “Beatles ’64” pesquisou mais de 230 horas de filmagens diversas sobre a viagem da orquestra.

Há material até logo inédito do dia a dia dos Beatles nos Estados Unidas, dando declarações engraçadinhas nas entrevistas, correndo das fãs, tocando no programa de TV de Ed Sullivan e, infelizmente em trechos muito curtos, fazendo apresentações em Novidade York e em Washington.

O ponto principal na visitante é a noite do dia 9 de janeiro, quando o grupo foi ao “Ed Sullivan Show” e muro de 73 milhões de espectadores ficaram grudados diante da TV. Esse número significava na era 34% da população do país. Foi um recorde de audiência durante mais de 30 anos, superado somente por transmissões ao vivo do Super Bowl, a grande final do futebol americano.

Os Beatles já tinham conquistado a juventude americana por antecipação. No ano anterior, eles lançaram seus dois primeiros álbuns na Inglaterra, “Please Please Me” e “With the Beatles”. Os fãs americanos pagavam dispendioso pelos exemplares importados. Com a expectativa da chegada do grupo, sua gravadora tratou de lançar às pressas dois álbuns.

Editado com uma mistura das canções dos dois discos ingleses e de alguns singles já lançados nos Estados Unidos, “Introducing… The Beatles” chegou às lojas no dia 10, logo depois da aparição na TV, e simplesmente evaporou das prateleiras. Os Beatles voltaram ao programa de Sullivan na semana seguinte, com 70 milhões de espectadores, e dois dias depois foi lançado “Meet the Beatles”, mais um álbum que era um amontoado aleatório de canções, também batendo recordes de vendas.

As cenas raras ou inéditas do quarteto perambulando pelos Estados Unidos são a grande atração do documentário e o transformam em item obrigatório para os beatlemaníacos. É curioso ver uma vez que eles fumavam compulsivamente, talvez pelo nervosismo, e uma vez que realmente ficaram assustados diante da perseguição física das fãs, muito mais intensa do que eles enfrentavam na Inglaterra.

No entanto, é preciso evidenciar que a proposta de Scorsese para o documentário pode não deleitar tanto assim uma boa secção dos seguidores da orquestra. As entrevistas com as testemunhas da visitante dos Beatles incluem intelectuais, artistas e fãs anônimos que a produção do filme localizou nos dias atuais a partir de aparições nas imagens da era. Exclusivamente algumas são divertidas. Para quem deseja ver os Beatles em ação ou fazendo brincadeiras de bastidores, a falação desse pessoal chega a um ponto repetitivo na narrativa.

“Beatles ’64” é muito bom. Mas poderia ser melhor com menos fãs e mais Beatles.

Folha

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