Bibliotecas Ibero Americanas Querem Ampliar A Preservação Dos Acervos

Biblioteca Nacional lança livros contam sua história e a do Brasil

Brasil

A Instauração Livraria Pátrio (FBN) lança nesta quinta-feira (27) três livros que tratam da história da instituição: A Livraria e a País: entre catálogos, exposições, documentos e memória, escrito por Carlos Henrique Juvêncio; O Bibliotecário Perfeito: o historiador Ramiz Galvão na Livraria Pátrio, de Ana Paula Sampaio Caldeira; e A Livraria Pátrio: instituição, coleções e imaginário social, com organização conjunta dos autores dos outros dois livros.

Em entrevista à Escritório Brasil, o professor Carlos Henrique Juvêncio, um dos escritores, destaca que os trabalhos reafirmam o compromisso da Livraria Pátrio em edificar a história do país e também a ciência brasileira.

“Preservar a história dela [Biblioteca Nacional], com certeza, recontar mais da história dela, na verdade é preservar e recontar mais a história do nosso país, das instituições do Brasil”, defende ele, que afirma que o título A Livraria e a País é uma provocação do quanto as duas histórias se entrelaçam.

O lançamento das publicações, que é uma parceria da entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) com o grupo de pesquisa Sociedade, Memória e Poder, vai ocorrer no Auditório Machado de Assis, na sede da Livraria Pátrio, no meio do Rio, a partir das 14h30. O público poderá participar de um bate-papo com os autores que estarão presentes. A ingresso é gratuita, e quem não puder estar no lugar terá exigência de seguir por transmissão ao vivo no YouTube.

De entendimento com a FBN, o livro A Livraria e a País: entre catálogos, exposições, documentos e memória, fundamentado em estudo de conteúdos dos Anais da Livraria Pátrio, procura entender os caminhos e descaminhos na construção do imaginário social sobre o que é a País brasileira pela Livraria Pátrio. O texto analisa ainda os acervos chamados de Memória do Mundo pela Unesco e as exposições em comemorações e efemérides nacionais.

O Bibliotecário Perfeito: o historiador Ramiz Galvão na Livraria Pátrio mostra o perfil do considerado uma vez que o mais importante diretor da Livraria Pátrio (BN) no século XIX. Foi por meio do trabalho dele que a instituição criou uma série de padrões, técnicas e procedimentos biblioteconômicos. Isso tudo em uma estação em que a ciência da organização de acervos não estava totalmente estruturada. A gestão de Ramiz Galvão deu passos decisivos ao encontro da modernização.

“Ele queria sintonizar a Livraria em um projeto maior de um Brasil moderno, além de ter contratado pessoas novas e ter sintonizado a Livraria com certas discussões do meio intelectual da estação, e mesmo do meio internacional. Ele fazia propaganda da Livraria fora do Brasil, também criou os Anais da Livraria Pátrio, que é uma das revistas mais antigas que temos no país. Criou exposições importantes. A maior valia do Ramiz Galvão foi ter pensado, efetivamente, o que era uma Livraria Pátrio”, descreveu a autora Ana Paula Sampaio Caldeira em entrevista à Escritório Brasil.

Para o presidente da Instauração Livraria Pátrio (FBN), Marco Lucchesi, Ramiz Galvão escreveu uma história sempre mais profunda e adequada da Livraria Pátrio nas decisões que tomou, sempre dentro daquilo que existia de melhor no seu tempo.

“A Livraria Pátrio deve a Ramiz Galvão esse olhar de conservação, inovação e transformação da Livraria Pátrio do Brasil”, disse por meio de áudio enviado da Colômbia, a pedido da Escritório Brasil.

Por sua vez, o livro A Livraria Pátrio: instituição, coleções e imaginário social incentiva os leitores a conhecerem a trajetória, os acervos e os atributos reais e simbólicos que fazem da BN várias bibliotecas nela mesma. “Ele [o livro] não foi produzido pela Livraria, mas tem entre os seus autores, muitos funcionários da Livraria, são pessoas que estão ali dentro, realizam pesquisa de muitíssima qualidade, fizeram muitas vezes, suas teses de doutorado sobre a Livraria ou com alguma coisa relacionada”, informou Ana Paula.

Segundo a professora, o lançamento dos livros reforça um movimento que vem sendo feito pela Livraria de popularizar cada vez mais a instituição.

“A Livraria tem recebido muitas pessoas uma vez que visitantes. Tem crédulo as suas portas para que as pessoas possam entrar e saber aquele espaço. Todo mundo que entra fica muito perplexo com a grandeza e venustidade daquele lugar. É legítimo, porque isso remete a toda uma discussão que a Livraria faz de qual é o seu público. É para iniciados, pessoas que vão ali para fazer suas pesquisas, ou deve ser ocasião para um público maior? Essa é uma questão que tensiona um pouco o próprio noção de Livraria Pátrio. Hoje acho muito legítimo a gente ver a Livraria se abrindo para outros públicos”.

Autores

Ana Paula Sampaio Caldeira é professora do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federalista de Minas Gerais (UFMG), graduada em história e rabi em história social pela Universidade Federalista do Rio de Janeiro (UFRJ), além de doutora pelo Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais do CPDOC/ FGV. A sua tese de doutorado foi a origem do livro que conta a história de Ramiz Galvão na Livraria Pátrio.

Já Carlos Henrique Juvêncio é graduado em Biblioteconomia pela Universidade Federalista do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), doutor e rabi pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCINF) da Universidade de Brasília (UnB). Carlos Henrique foi funcionário da Livraria Pátrio entre 2004 e 2010 nas divisões de Manuscritos, Música e Registro Sonoro e Publicações Seriadas. Atualmente, é professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) e do Departamento de Ciência da Informação (GCI) da Universidade Federalista Fluminense (UFF).

Fonte EBC

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