Espanha e Brasil fizeram um jogo referto de gols, na noite de terça-feira (26), em Madri. Os donos da morada tiveram superioridade na maior segmento do confronto –e contaram com decisões da arbitragem muito questionadas pelo opositor–, mas os visitantes tiveram poder de reação e buscaram, nos acréscimos do segundo tempo, um empate por 3 a 3.
O duelo no estádio Santiago Bernabéu foi o segundo na seleção do técnico Dorival Júnior, que havia estreado adiante da formação pátrio com uma vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, em Londres, no último sábado (23). Ele considerou positivo o saldo dos dois amistosos, apesar da irritação com a atuação do juiz português António Transcendente no jogo em território espanhol.
Mas, sem avaliador de vídeo na partida por decisão da Federação Espanhola, não adiantou reclamar quando o luso apitou pênalti de João Gomes, convertido por Rodri. A Espanha ainda ampliou no primeiro tempo, em golaço de Dani Olmo, porém o goleiro Unai Simón errou na saída de esfera, entregou-a a Rodrygo e colocou o Brasil no jogo, antes do pausa.
Endrick aproveitou sobra no início da lanço final para empatar. Aí, o time dirigido por Luis de la Fuente voltou a estrebuchar em procura da vitória, que parecia assegurada com mais um pênalti questionável convertido por Rodri, aos 42 minutos. No entanto, também de pênalti, levante simples, Paquetá definiu o empate, aos 51.
O jogo não teve os habituais ares de um amistoso, com chegadas duras, discussões e reclamação permanente com a arbitragem. Também não teve –ao menos, em um primeiro momento, não houve registros– episódios de racismo, que têm sido comuns contra o atacante Vinicius Junior brasílio na Espanha.
A partida foi marcada justamente nesse contexto, com o lema “uma só pele”. Havia a preocupação de novos insultos contra Vinicius, já que, embora o confronto tenha sido realizado no estádio de seu clube, o Real Madrid, havia torcedores de outras equipes. Junior, que teve atuação ruim, foi aplaudido por fãs das duas seleções no momento em que foi substituído.
Ficou simples, ao longo do embate no Bernabéu, que a Espanha é um time mais pronto, que entrará na Eurocopa do meio do ano uma vez que um dos favoritos ao título. Não fossem falhas de finalização, uma goleada poderia ter sido estabelecida pelos donos da morada, que trocaram passes com maior precisão e, segundo o site de estatísticas Sofascore, tiveram 58% de posse de esfera.
Mas posse de esfera não é gol, e o Brasil renasceu no jogo com o gol oferecido a Rodrygo por Simón. Endrick voltou a comparecer no lugar patente para lucrar pontos com o dirigente –e com seus futuros torcedores, já que está negociado pelo Palmeiras com o Real Madrid. E Paquetá, nos acréscimos, converteu o pênalti que impediu a guia.
“O Danilo falou na roda, antes do jogo, que a gente precisa vencer, mostrar a faceta do Brasil”, vibrou o jovem Endrick, 17, que, uma vez que os companheiros, vibrou com o empate com faceta de vitória, pelo momento do último gol. “O Vini também falou para a gente colocar o Brasil no topo, de onde nunca deveria ter saído. Para isso, a gente precisa lucrar campeonatos.”
Não foi um campeonato, mas deixar a série de amistosos na Europa com uma vitória na Inglaterra sobre a Inglaterra e um empate com a Espanha foi motivo de alegria. “Estamos felizes pelo nosso desempenho, por conseguir a recuperação depois de estar perdendo. É importante para o nosso desenvolvimento”, disse Rodrygo.
ESPANHA 3 X 3 BRASIL
Lugar: estádio Santiago Bernabéu (Madri, Espanha)
Louvado: António Transcendente (POR)
Cartões amarelos: Le Normand, Laporte e Carvajal (ESP); Bruno Guimarães, Fabrício Bruno, Paquetá, Endrick, Andreas Pereira e Beraldo (BRA)
Gols: Rodri, aos 12 minutos do primeiro tempo, Olmo, aos 36 minutos do primeiro tempo (ESP), e Rodri, aos 42 minutos do segundo tempo; Rodrygo, aos 40 minutos do primeiro tempo, Endrick, aos 5 minutos do segundo tempo, e Paquetá, aos 51 minutos do segundo tempo
Espanha: Unai Simón; Carvajal, Le Normand (Cubarsí), Laporte e Cucurella; Rodri, Fabián Ruiz e Dani Olmo; Yamal (Jesús Navas), Morata (Oyarzabal) e Nico Williams (Sancet)
Técnico: Luis de la Fuente
Brasil: Bento; Danilo (Yan Couto); Fabrício Bruno, Beraldo e Wendel; João Gomes (Andreas Pereira), Bruno Guimarães (André) e Paquetá, Raphinha (Endrick), Rodrygo (Galeno) e Vinicius Junior (Douglas Luiz)
Técnico: Dorival Júnior
