O atletismo brasílico estreou com força totalidade no Mundial Paralímpico em Kobe (Japão), a três meses da franqueza da Paralimpíada de Paris. Só nesta sexta-feira (17), primeiro dia de competições, foram quatro medalhas de ouro, três pratas e um bronze. Os vencedores foram o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques – com quebra de recorde mundial nos 5.000 metros -, o paraibano Petrúcio Ferreira (tetracampeão nos 100m), a amapaense Wanna Brito (lançamento de club) e a paulista Zileide Cassiano (salto à intervalo). O Mundial reúne ao todo 1.069 atletas de 102 países até 25 de maio. A delegação brasileira está em Kobe com 46 atletas e 10 atletas-guia.
O primeiro dia de Mundial de Atletismo Kobe 2024 🇯🇵 terminou assim!
Esse é o quadro de medalhas desta sexta-feira, 17 de maio, COM O BRASIL NA LIDERANÇA!!! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷
Mais tarde tem mais! 💛💚 Confira todos os resultados: https://t.co/2BIpGLCP40#Kobe2024 #MundialAtletismo pic.twitter.com/wNWgd4hX8j
— Comitê Paralímpico Brasiliano (@BraParalimpico) May 17, 2024
O primeiro pódio do dia teve dobradinha brasileira. Yeltsin não só foi vencedor na prova dos 5.000m T11 (deficiência visual), uma vez que estabeleceu um novo recorde mundial ao concluir o trajectória em 14min53s97, superando em dois segundos a marca que pertencia ao nipónico Kenya Karasawa (14min55s39). Em segundo lugar, com a prata, ficou o paulista Júlio Agripino (14min57s70).
“Estou muito feliz, foi uma prova muito poderoso, com vários atletas fazendo suas melhores marcas da vida. Mas a gente conseguiu se transpor muito. Tivemos muito controle na prova, largando mais detrás para depois impor um ritmo mais poderoso nos últimos 1.500 metros”, comemorou Yeltsin, que competiu ao lado dos os guias Antônio Henrique Lima e Guilherme Santos.
First gold 🤝first world record
Brazilian 🇧🇷 Yeltsin Jacques wins the men’s 5000m T11 with a world record time (14:53.97) and grabs the first 🥇 medal at #Kobe2024!
🥈Julio Agripino 🇧🇷 14:57.70
🥉Kenya Karasawa 🇯🇵 15:03.25@BraParalimpico @Paralympics @kobe2022wpac pic.twitter.com/wNGRprEwSr— #ParaAthletics (@ParaAthletics) May 17, 2024
A outra dobradinha do dia foi no salto em intervalo da classe T20 (deficiência intelectual). Zileide Cassiano, que fora prata na última edição, foi ouro hoje ao espetar 5,80 m no salto. A acreana Débora Lima, estreante em Mundiais, assegurou a prata com a marca de 5,54m e, de quebra, carimbou o passaporte paralímpico, pois já assegurara vaga para o Brasil na última edição do Mundial ano pretérito, em Paris.
“Não foi fácil não, estávamos um pouco nervosas. Mas uma apoiou a outra e conseguimos essa medalha e mais uma dobradinha para o Brasil”, comemorou Zileide, que teve diagnosticada a deficiência intelectual aos seis anos de idade.
MAIS UMA DOBRADINHA DO BRASILLLLL! 🇧🇷
Zileide Cassiano 🥇 e Debora Lima 🥈 são as novas medalhistas mundiais no salto em intervalo T20.
Só orgulho para o nosso país! 🫶#Kobe2024 #MundialAtletismo #BrasilParalímpico pic.twitter.com/o9N9ysX66m
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Quem também sobrou na estreia hoje foi Petrúcio Ferreira, tetracampeão nos 100m classe T47 (amputados de braço) ao concluir a prova em (10s82). O paraibano já vencera nas edições de Londres 2017, Dubai 2019 e Paris 2023.
“O trabalho que a gente constrói antes de chegar nessas grandes competições e conseguir entregar esse 100% me deixa muito feliz. São 11 anos de curso, acaba ficando um pouco mais ansioso. A classe T47 é uma das classes que mais cresceu no paradesporto e a prova mostrou isso. Ser desportista mais rápido do mundo é ser inspiração e exemplo para outras pessoas e outros atletas”, disse Petrúcio emocionado, logo em seguida vencer a prova dos 100m.
Mesmo com 11 anos de curso, tantos títulos e tantas medalhas, a emoção de seguir o Petrucio é sempre a mesma! ❤️🥹
Hoje foi mais um dia de insensível na bojo assistindo a prova dos 100m T47. E que venha muuuuuuito mais!#Kobe2024 #MundialAtletismo #BrasilParalimplico pic.twitter.com/ZUwYrrTCIw
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E teve ainda o ouro inédito do Brasil nas provas de campo, também com dobradinha de bronze. Wanna Brito conquistou o primeiro título mundial da curso no lançamento de club F32 (paralisados cerebrais), com recta à quebra do recorde da competição, ao atingir a marca de 26.66m. Em terceiro lugar, ficou a paulista Giovanna Boscolo (24,35m), que debutou hoje em Mundiais. A tunisiana Maroua Ibrahmi (26,60m), completou o pódio com a prata.
“Deu patente, conseguimos repetir o que a gente estava treinando. No meio da prova, comecei a sentir muito insensível e precisei permanecer batendo na perna para esquentar. Mas depois consegui me restaurar e fazer o lançamento do ouro. Sou muito grata a tudo. Trabalhei muito para que isso acontecesse. Estou muito emocionada”, disse Wanna, que ano pretérito foi prata na edição de Paris.
MAIS UMA DOBRADINHA 🇧🇷 PARA FECHAR O 1° DIA DE MUNDIAL DE ATLETISMO KOBE 2024!
Wanna Brito 🥇e Giovanna Boscolo 🥉 fizeram uma prova incrível e emocionante, do primícias ao termo, no lançamento de club F32. Parabéns, meninas! 💛💚#Kobe2024 #MundialAtletismo #BrasilParalimpico pic.twitter.com/vF0LQRMZA9
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A terceira prata brasileira no Mundial foi do caçula da delegação, o paulista Vinícius Quintino, de 17 anos, nos 100m T72 petra (de velocidade disputada por atletas com paralisia cerebral). Vinícius concluiu a prova em 17s54, detrás exclusivamente do italiano Carlo Calgani (15s39), que estabeleceu o novo recorde mundial. O lituano Deividas Podobajevas (17s82) ficou com o bronze.