Brasileiro Quer Levar Tecnobrega Para Estreia Do Breaking Nas Olimpíadas

Brasileiro quer levar tecnobrega para estreia do breaking nas Olimpíadas – 21/04/2024 – Esporte

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Quando ouviu de seu primo que um varão se levantara do pavimento sem nenhum machucado depois de ter girado de cabeça para inferior durante quase cinco minutos na terreiro de São Braz, em Belém, Leony Pinho, logo com 12 anos, ficou impressionado. “A gente foi até lá para ver, e eu simplesmente me apaixonei”, diz ele à Folha. “É isso o que eu quero fazer na minha vida”, lembra o paraense sobre o que pensou naquele dia.

O jovem, que na estação trabalhava uma vez que reparador de bicicletas —”em São Paulo seria uma vez que um flanelinha, mas de bicicletas”—, havia completo de ter seu primeiro contato com o breaking.

Nas semanas seguintes, Leony e seu primo deixaram o futebol e o caratê de lado e passaram a frequentar a terreiro, onde muro de 150 pessoas se reuniam para ensaiar seus passos de dança.

Não demoraria muito para ele deixar de ser exclusivamente um observador e passar a desenvolver os próprios movimentos. “Logo que comecei a praticar, foi muito fácil para aprender.”

Também o motiva a possibilidade de empregar um estilo próprio à dança de rua criada na dez de 1970 em Novidade York. Leony costuma buscar referências da cultura, da dança e da música do Pará, principalmente o tecnobrega, para fabricar seus movimentos.

Nascido e criado no estado, de onde não quer transpor, apesar de ter recebido propostas para morar em São Paulo, no Rio de Janeiro e fora do país, ele também deseja usar a dança para ajudar a desenvolver o bairro em que cresceu, chamado Quarenta Horas.

“Cá, chamam de invasão, mas esse bairro é uma vez que se fosse uma favela do Rio de Janeiro”, conta. “Graças à visibilidade que a gente teve, a prefeitura finalmente vai asfaltar uma rua, e fui chamado para inaugurar.”

Ele mesmo tenta ajudar, dando aulas de dança para crianças em um projeto social. “Sou um faceta que defende muito a nossa regionalidade. O Brasil é um país muito cultural. Cada região tem a sua particularidade. Defendo que a gente honre essas particularidades”, afirma. “Sou do Pará e levo a minha cultura para onde eu vou.”

Hoje, aos 28 anos, Leony tem uma vez que sonho levar o breaking misturado com tecnobrega aos Jogos de Paris, onde a dança de rua vai estrear uma vez que modalidade olímpica.

A capital francesa é um lugar privativo para Leony. Quando tinha 15 anos, ele fez sua primeira viagem internacional justamente para a França, onde teve a chance de competir com B-Boys e B-Girls (uma vez que são chamados os homens e mulheres do esporte) que ele só conhecia por DVD, participou uma vez que figurante do filme “Guerra do Ano”, com o rapper norte-americano Chris Brown, e ganhou seu primeiro cachê.

“Foi muito louco ver uma vez que fomos tratados lá. Era uma paragem totalmente dissemelhante do que é cá no Brasil. O breaking é muito possante na França, e não é de hoje. Tem muitos anos que o governo de lá investe, apoia e incentiva”, observa.

No ano seguinte, Leony foi indicado para participar do documentário “Red Bull Under My Wing”, organizado pelo B-Boy brasílio Pelezinho, que convidou destaques da novidade geração no Brasil para reprofundar nas raízes do hip-hop e do breaking, além de disputar um lugar no Red Bull BC One, maior torneio individual do mundo entre B-Boys e B-Girls .

Em 2013, aos 17 anos, o paraense ganhou seu primeiro título do Red Bull BC One Brazil, feito que repetiria em 2016, 2017, 2022 e 2023.

Pelezinho se tornou um grande simpatizante do paraense e torce para que ele possa simbolizar o Brasil em Paris. Ele também espera que o breaking possa aproveitar a estreia olímpica para crescer ainda mais, uma vez que aconteceu com o skate, que estreou nos Jogos de Tóquio.

“Querendo ou não, o skate sempre teve uma visibilidade, conquistada por eles mesmos, pelas marcas que apoiavam e patrocinavam. Quando teve a Olimpíada, eles já estavam mais preparados”, afirma Pelezinho à Folha. “Por isso sou em prol do breaking nos Jogos, porque sempre imaginei o boom que poderia ter.”

Leony é o único brasílio ainda com chances de buscar uma vaga no rotação olímpico. Ele vai participar das duas últimas etapas qualificatórias, em Xangai, na China, de 16 a 19 de maio, e, depois, em Budapeste, na Hungria, de 20 a 23 de junho. Somente os sete primeiros colocados de cada gênero vão lucrar uma vaga em Paris.

A novidade modalidade olímpica terá 32 atletas, 16 homens e 16 mulheres, respeitando uma quota máxima de dois B-Boys e duas B-Girls por país. A França, país-sede, já tem garantidas duas vagas, uma por gênero.

“Não é fácil, é muito difícil, porque agora a gente só tem os 40 melhores do mundo, e, sendo muito sincero, não estou entre os dez melhores do mundo. Talvez no top 16 do mundo eu esteja”, reconhece.

“A classificação já seria alguma coisa incrível. Não que a gente se contente com uma classificação, mas é importante a presença do Brasil nesse momento histórico [para o breaking].”

Folha

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