Brics 2024: Ia, Cibersegurança E Soberania Digital 25/10/2024

Brics 2024: IA, cibersegurança e soberania digital – 25/10/2024 – Tec

Tecnologia

Nesta semana, os chefes de estado do Brics se reuniram em Kazan, capital da República do Tartaristão, recebidos pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. Pela primeira vez o grupo se encontra oficialmente na sua novidade formato expandida, que incluiu Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.

Depois da presidência russa, será a vez do Brasil que, em menos de 12 meses a partir de novembro, será também o anfitrião do G20 e da COP30. Para o governo brasiliano, essa ultramaratona diplomática é uma ocasião única de desempenhar um papel de liderança internacional.

O momento é particularmente decisivo para costurar agendas entre as mais cruciais para desenvolvimento do país: transformação do dedo justa, promoção da sustentabilidade e luta contra as desigualdades. É cada vez mais visível que estes assuntos são intimamente conectados.

A automatização por meio de lucidez sintético (IA) é um exemplo grandiloquente. Dependendo de uma vez que e para quem são construídos e regulados os sistemas de IA e as infraestruturas que os suportam, eles podem ser poderosos vetores de desenvolvimento e aumento de produtividade ou facilitar autoritarismo, desastres ambientais e concentração de poder.

Neste sentido, observar os desenvolvimentos que acontecem no contextura do Brics se torna particularmente relevante para entender quais são as estratégias e as prioridades das lideranças do Sul Global e uma vez que podem impactar a elaboração de políticas nacionais e internacionais. Uma vez que revelam as pesquisas do projeto CyberBrics do Núcleo de Tecnologia e Sociedade da FGV Recta Rio, os trabalhos do Brics são um preditor bastante interessante das evoluções globais.

Ao longo da última dez, a transformação do dedo começou a ocupar um lugar cada ano mais proeminente na agenda do grupo. Desde a Cúpula de 2013, que aconteceu somente algumas semanas depois das revelações de Edward Snowden, os países do conjunto reafirmam seu compromisso com a cibersegurança e a soberania do dedo, que passaram a ser prioridades domésticas e internacionais pela maioria.

Vale a pena frisar que, para os países do Sul Global, basicamente zero mudou desde as revelações sobre os esquemas de espionagem maciça orquestrados pela NSA, que na quadra implicaram até a interceptação ilícito da portanto presidente Dilma, vários membros do governo e executivos brasileiros, entre outros.

Desde portanto, os membros do Brics destacam a relevância da cibersegurança e a urgência de se definir uma estrutura regulatória universal sobre luta ao cibercrime, liderado pelas Nações Unidas. É importante frisar que, em agosto deste ano, essa visão intensamente apoiada pelo Brics ao longo de uma dez se concretizou, não sem críticas e turbulências, na novidade convenção sobre violação cibernético adotada por consenso pela ONU.

Esse talvez seja um dos maiores produtos da coordenação e atuação conjunta das lideranças do Brics no que diz reverência às políticas digitais, apesar das críticas que podem ser legitimamente levantadas sobre a Convenção —do qual escopo é tão extenso a ponto de poder facilitar vigilância e repressão. Porém, somente há cinco anos, pensar que o texto de uma Convenção sobre cibercrime proposto por países do Brics pudesse ser adotado pela ONU não era uma opção tomada a sério pela enorme maioria dos observadores.

Uma vez que muda o mundo. A corrida tecnológica para ser líder em IA e a crescente percepção de nossa falta de soberania do dedo, no meio de uma digitalização acelerada à qual a pandemia nos obrigou e num envolvente internacional extremamente tenso, de traje turbinaram o progresso do objetivo pelo qual o Brics foi criado.

Desde sua geração, o Brics almeja a construção de um uma ordem multipolar no qual as lideranças do Sul Global não tenham um papel exclusivamente passivo, mas se tornem atores ativos da governança e o desenvolvimento global.

Ao averiguar os acontecimentos mais recentes parece que, para o muito ou para o mal, esta ordem multipolar esteja sendo estabelecida a pleno vapor.

Em 2017, em tempos diplomaticamente muito mais descontraídos que hoje parecem uma quadra muito distante, o próprio Vladimir Putin comentava que “quem se tornar o líder [em IA] se tornará o governante do mundo.” O tom bastante terrível do aviso russo não foi desmentido pelas evoluções tecnológicas, políticas e econômicas dos últimos anos.

Quando se fala em IA e, mais geralmente, na transformação do dedo que a adoção da IA possibilita, é de valor extrema ter um entendimento simples sobre o que queremos, quais são os nossos interesses e uma vez que alcançá-los de maneira efetiva. Não ter perspicuidade e visão estratégica sobre estes assuntos é uma irregularidade capital.

Assim, o Brasil deveria usar os próximos meses uma vez que uma oportunidade para testar e apurar sua estratégia. O país tem uma ocasião única para promover uma visão positiva de soberania do dedo, que promova o desenvolvimento e recuse o autoritarismo, priorizando uma transformação do dedo cibersegura e sustentável.

Folha

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