Depois uma temporada com grande sucesso de público e sátira, “Cintilação Eterno” volta em papeleta a partir de sexta-feira (10) no teatro Bravos. Com idealização, direção e encenação de Jorge Farjalla a peça é livremente inspirada no filme “Cintilação Eterno de uma Mente sem Lembranças” (2004), escrito por Charlie Kaufman, dirigido por Michel Gondry e estrelado por Jim Carrey e Kate Winslet. A novidade temporada do espetáculo celebra os 21 anos do longa-metragem vencedor do Oscar de melhor roteiro original e atriz.
O espetáculo, que estreou em 2022, é protagonizado por Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller e se propõe a investigar porquê as lembranças moldam a identidade dos personagens e porquê a escolha de recordar ou olvidar pode impactar suas vidas. O paixão é meão na narrativa, abordando suas complexidades, alegrias e dores. A peça explora tanto o paixão romântico quanto as relações familiares e de amizade.
A procura por reconciliação e a possibilidade de um novo prelúdios também permeiam a trama, mostrando que, mesmo posteriormente a dor, há espaço para a esperança e a transformação. “Cintilação Eterno” também questiona a risco entre o que é real e o que é quimérico, desafiando os personagens e o público a refletirem sobre suas próprias percepções da vida.
Na novidade montagem há um tanto de novo apesar de ser uma reestreia. “O que há de sensorial e moderno no espetáculo é pouco visto no teatro no Brasil, a mistura entre som e luz é um tanto bastante inusitado e faz deste trabalho um tanto muito peculiar enquanto encenação porque procura trazer ao testemunha um tanto inusitado, realmente uma experiência teatral cinematográfica”, explica Farjalla.
O diretor que na primeira vez decidiu encenar o texto por justificação de uma desilusão amorosa também afirma estar em um novo momento e, embora não haja mudanças no texto de André Magalhães, “em relação ao paixão, tudo mudou”, diz. “De repente me vejo tendo um distanciamento de uma história que é dissemelhante daquela vivida quando escrevemos o texto e sou surpreendido com um “déjàvu” nessa reestreia. Uma loucura!”
Teatro Bravos – Rua Coropé, 88, Pinheiros, região oeste. Sex. 21h. Sáb. 17h e 21h. Dom. 18h. Ingressos em sympla.com.br e na bilheteria do teatro.
Três perguntas para…
… Reynaldo Gianecchini
O espetáculo traz alguma novidade para essa novidade temporada? Sua percepção em relação ao texto mudou desde a primeira montagem?
O espetáculo volta basicamente com a mesma concepção, com o mesmo elenco. Por fim, a gente não quis mexer no time que tá ganhando, né? A peça foi muito muito recebida em 2022, portanto, a gente tá voltando do mesmo jeitão que ela era. Evidente que sempre com uma percepção mais afinada. Depois desse tempo todo, muita coisa muda dentro da gente porquê pessoa e porquê artista. Portanto, na hora de expor o texto, acrescentamos novas camadas aos personagens e à história. Estamos muito felizes de voltar agora com “Cintilação Eterno” porque acreditamos muito na conexão que a peça tem com as pessoas.
Li em uma entrevista que uma desilusão amorosa inspirou Jorge Farjalla a montar “Cintilação Eterno”. Para você os dramas afetivos também servem de impulso criativo?
Sim, eu acredito que uma boa história tem sempre um bom conflito por trás. E os conflitos amorosos são os que mais as fazem pessoas se identificarem, porque são geralmente as dores e reviravoltas do paixão, que ampliam a nossa percepção e que são pontos de viradela para grandes mudanças. Portanto, essas histórias, quando muito contadas, tendo porquê tecido de fundo esses dramas amorosos, geralmente são onde as pessoas mais se reconhecem e se identificam.
Pegando uma dos cenários mais destacados da peça (e do filme também), em qual situação da sua vida você usaria um dispositivo para extinguir memórias?
Eu sempre encarei minhas dores porquê material de estágio. Uma vez que bom escorpiano, penso sempre na transformação. Viver um ciclo e debutar outro. Geralmente, a gente aprende muito nesses momentos de dor. São os momentos que a gente renasce e se transforma. Às vezes a gente precisa ir até o fundo do poço para conseguir entender e debutar a mudar o que precisa ser mudado. Portanto, não, eu não apagaria a minha memória, eu encararia essa dor. A nossa história é feita do jeito que ela é. Dos momentos todos, né? Portanto, eu não me arrependo de zero e também não gostaria de limar nenhuma temporada da minha vida porque isso me fez ter o entendimento que eu tenho hoje.
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