Caetano e bethânia eternizam turnê histórica em disco 25/05/2025

Caetano e Bethânia eternizam turnê histórica em disco – 25/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

De 2023 para cá, o cenário da música brasileira foi sacudido por três turnês de shows em grandes arenas de futebol. Antes um rodeio que parecia reservado a nomes porquê Ivete Sangalo e os Amigos do sertanejo, o caminho se abriu para Titãs, Caetano Veloso e Maria Bethânia e Gilberto Gil, oriente ainda viajando com sua turnê de despedida. E o primeiro registro dessas iniciativas sai agora, com o álbum “Caetano e Bethânia”.

Ao selecionar o encontro dos irmãos baianos para um modo exclusivamente de audição, é verosímil dar atenção completa às vozes e aos instrumentos, sem que o ouvinte tenha que dividir isso com a imagem emocionante de ver seus grandes ídolos no palco, com performances vigorosas.

São 33 músicas no pacote. Caetano tem mais tempo no palco do que a mana. E Bethânia canta um repertório majoritariamente escrito por Caetano, com poucas exceções. A distribuição das músicas no show vai outrossim. Estão ali canções que fazem conexões entre as carreiras dos dois.

O disco abre com “Alegria Alegria”, sucesso de Caetano no festival da Record de 1967, servindo porquê ponto de partida, e em seguida vem “Os Mais Doces Bárbaros”, remetendo à mítica turnê que eles fizeram ao lado de Gilberto Gil e Gal Costa nos anos 1970. E a próxima é “Gente”, um exemplo perfeito dessa proposta de mostrar suas intersecções musicais.

“Gente” teve duas gravações em 1977, nos dois álbuns que eles lançaram naquele ano: “Bicho”, de Caetano, e “Pássaro da Manhã”, de Bethânia. É curioso confrontar as duas e ver porquê ele canta de um modo confortável, sem esforço, enquanto Bethânia dispara o vozeirão que é uma força da natureza. Ao vivo, os dois tentam aproximar os vocais um do outro. O resultado é harmonioso e encanta.

Outra filete que retrata essa relação entre gravações é “Motriz”, que Caetano compôs ainda nos anos 1960 e fala de uma viagem de trem feita pela mana e pela mãe, de Santo Amaro a Salvador. Ela aparece primeiro no álbum “Caetano Veloso “, de 1969, e ganha uma novidade versão em 1983, quando Bethânia lançou o álbum “Ciclo”.

Já “Tudo de Novo”, cantada na turnê na segmento final do show, faz uma ponte direta com o álbum de 1978 “Maria Bethânia e Caetano Veloso Ao Vivo”, precursor de um registro sonoro de apresentação da dupla.

Grandes hits pontuam o repertório. Caetano canta “Um Índio”, “Sozinho” (música de Peninha que ele elevou a outro nível de popularidade), “O Leãozinho” e “Você É Linda”, cá um dos momentos catárticos dos shows. Bethânia ganha o coral das plateias em canções porquê as dramáticas “Explode Coração” e “Negue”.

Outra música empolgante dela é “Divertir de Viver”, escrita por Guilherme Arantes para o próprio infantil da TV Mundo de 1983, “Plunct, Plact, Zuuum”. Bethânia cantou essa música no programa e depois lançou em seu álbum “Romance”, de 1985. Caetano apresenta uma filete com histórico mais ou menos parecido: “Milagres do Povo”, feita para a série global “Tenda dos Milagres”, em 1985, mas que não aparece em seus discos.

Ainda falando sobre os hits, “Baby” é cantada pelos dois depois de uma fala emocionada de Caetano a reverência de Gal Costa, que eternizou a música. Ele diz que Gal foi “um repercussão da bossa novidade e ao mesmo tempo o que a tropicália tinha de rock and roll”.

E rock bate firme no cover mais inusitado da turnê: “Gita”, o manifesto hippie humanista de Raul Seixas e Paulo Coelho. Com ela, Caetano e Bethânia brincam de “Toca Raul!” com a plateia. E eles seguram o pique roqueiro vertiginoso emendando essa música com “Vaca Profana”. Bethânia tem um grande momento vocal em “Fé”, sucesso da cantora Iza.

Outra música estranha ao repertório de Caetano causou um tanto de polêmica: “Deus Cuida de Mim”, original do cantor e pastor evangélico Kleber Lucas. Durante a turnê, Caetano falou de uma aproximação pessoal com a igreja evangélica, causando manifestações não muito favoráveis nas redes. E boa segmento da sátira atacou a música, considerada muito simplória para entrar no repertório de um disco feito para ser um marco histórico.

Além de outros sucessos, porquê “Tropicália”, “Cajuína” e a empolgante “Reconvexo”, o show tem a inédita, “Um Baiana”, que Caetano escreveu durante a turnê e faz referência e reverência ao explosivo grupo BaianaSystem.

É a filete que encerra o álbum, que reúne gravações de vários shows diferentes e contempla 33 das 42 músicas apresentadas durante toda a turnê. É o bastante para mostrar um retrato glorioso de dois irmãos responsáveis por uma boa segmento da glória da MPB.

Folha

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