Calderano Encara Domínio Da China Por Medalha Em Paris

Calderano encara domínio da China por medalha em Paris – 16/07/2024 – Esporte

Esporte

Eram quartas de final do tênis de mesa em Tóquio, e Hugo Calderano já havia rompido uma marca. Primeiro brasílio a chegar a essa temporada da modalidade em Jogos, ele dominava Dimitri Ovcharov no terceiro game.

Calderano tinha vencido as duas primeiras parciais sem dificuldades e marcava 8 a 4 naquele momento. Assim, faltavam três pontos e mais um game para o sétimo do mundo à estação seguir às semifinais. Mas aí veio a viradela. O teuto fez sete pontos seguidos, sobreviveu ao atropelo no início e eliminou o brasílio.

Três anos depois, Calderano continua entre os dez melhores jogadores do mundo segundo o WTT (World Table Tennis) —ocupa hoje o sexto lugar— e chega a Paris outra vez uma vez que cabeça de chave e candidato a uma medalha. A diferença agora, diz ele, é na segmento física, uma prelecção que a guião para Ovcharov deixou.

“Não consegui manter a intensidade naquela vez. Tenho um estilo ofensivo, e isso tem um preço”, afirma o mesa-tenista carioca de 28 anos à Folha. “Comecei a trabalhar muito mais potente na segmento física, musculação mesmo, para manter essa intensidade subida por mais tempo durante uma partida e um campeonato inteiro.”

A segmento física de roupa transformou o tênis de mesa na última dez, com a subtracção de jogadas curtas —mais próximas à rede— e atletas atuando mais e mais afastados da mesa, uma vez que explica Hugo Hoyama, 55, referência da modalidade no país e presente em seis edições olímpicas, de Barcelona-1992 a Londres-2012.

Hoyama credita a mudança em segmento ao uso massivo da chiquita, movimento de backhand para responder bolas curtas de forma agressiva e, assim, empuxar o rival para mais longe da mesa. “Hoje em dia, o jogo é muito mais cândido e corrido, o que proporciona trocas mais longas”, diz ele. “E aí a segmento física conta muito.” Pesa também a introdução de borrachas que dão mais velocidade à globo e favorecem jogadas de força.

Bruna Takahashi, 23, número 20 do mundo, tem uma visão dissemelhante, ainda que a desfecho seja a mesma. Para a mesa-tenista brasileira, que também estará em Paris, no último ano os homens passaram a jogar um pouco menos longe da mesa e estão mais rápidos, o que ao final também exige bastante da segmento física.

O resultado dessa preparação de Calderano tem aparecido na temporada atual, em que o desportista, além de ter vencido torneios, derrotou rivais de peso, uma vez que os chineses Fan Zhendong e Liang Jingkun, números 4 e 2 do ranking. Mesmo quando foi superado por atletas do país asiático, tradicionalmente os melhores desse esporte, Calderano exibiu bom desempenho, venceu games e ofereceu dificuldades aos adversários.

A predominância chinesa é gigante. A última vez em que atletas do país não venceram todas as medalhas de ouro nas disputas individuais em Jogos Olímpicos foi em Atenas-2004, quando o sul-coreano Ryu Seung-min superou o chinês Hao Wang. De lá para cá, não só os campeões, mas também os vices, no individual masculino e no feminino, foram da China, sem narrar as medalhas de ouro conquistadas por equipes.

Para buscar um estabilidade maior, o COI, a partir de Londres, limitou a dois o número de jogadores indicados por cada país, já que em Pequim-2008 todas as medalhas de ouro, prata e bronze foram para chineses. Em Paris, estarão Fan Zhendong e o atual líder do ranking, Wang Chuqin, que detém um aproveitamento surreal, da ordem de 93%. A concorrência interna é tão potente que Ma Long, 35, considerado o melhor de todos os tempos e único bicampeão olímpico (Rio-2016 e Tóquio-2020), só disputará a competição por equipes.

“Muitos atletas asiáticos e europeus buscam se aproximar tecnicamente dos chineses, mas não acho que seja o caminho visível”, diz Calderano. “Eles começam a treinar aos dois anos de idade, repetem o mesmo movimento um milhão de vezes, portanto você até pode evoluir, mas sempre estará aquém deles.” Assim, para o mesa-tenista brasílio, a estratégia para surpreendê-los é apostar na originalidade e na originalidade.

“Muitas vezes um chinês número 200 no ranking mundial consegue jogar muito contra outro chinês top do mundo, mas perde para atletas europeus que têm um estilo dissemelhante”, completa Calderano. “Os melhores do país com certeza têm características que os diferenciam, mas as horas de treino e de repetição estão no sangue, portanto não é verosímil jogar uma vez que eles. Imitá-los não parece um caminho muito inteligente.”

Caso avance nos Jogos, o brasílio, por ser cabeça de chave, só enfrentaria um desportista chinês na semifinal. Antes, ele terá ao menos três partidas, em que pode encarar outros rivais complicados, uma vez que as sensações da França, os irmãos Felix e Alexis Lebrun, o taiwanês Lin Yun-ju, o nipónico Tomokazu Harimoto e, sabe-se lá, Ovcharov. Desde o jogo em Tóquio, ele e Calderano se enfrentaram três vezes. O brasílio ganhou todas.

Além do atual número 6 do mundo, que estará em sua terceira Olimpíada, Vitor Ishiy (individual), Guilherme Teodoro (disputa por equipes) e Leonardo Izuka (suplente) formam o time masculino em Paris. No feminino, Bruna e Giulia Takahashi serão as titulares no individual, e Bruna Alexandre, primeira desportista brasileira a disputar as Olimpíadas e as Paraolimpíadas, estará no torneio por equipes. Laura Watanabe é a suplente.

Para Calderano, também espargido devido às habilidades fora da mesa, uma vez que o roupa de falar sete línguas —inglês, teuto, gálico, espanhol, italiano e chinês, além do português—, resolver cubos mágicos, tocar instrumentos musicais e saber todas as capitais do mundo, o tênis de mesa é “uma guerra mental”.

“Tem que sentir o que o seu rival vai fazer e tentar alguma coisa dissemelhante quando ele antecipa a sua ação. É sobre quem está um passo adiante. Você tenta ler a mente do justador e tenta não deixar que ele leia a sua.”

Para permanecer de olho

  • O teuto Timo Boll, ex-número 1 do mundo e o mais carismático desportista do rotação mundial, despede-se de torneios internacionais aos 43 anos, posteriormente suportar com lesões. Ele estará na disputa por equipes
  • Sede das Olimpíadas, a França conta com dois atletas em subida: Felix e Alexis Lebrun. Agressivos e por vezes sem o controle mental necessário para reagir a momentos de tragédia, os irmãos de 17 e 20 anos levaram o país ao vice do Mundial por equipes, em fevereiro. O terceiro elemento do time gálico —e que também estará em Paris— é Simon Gauzy, possessor de técnica refinada e estilo de jogo muito plástico, entretenimento puro. O ponto fraco do mesa-tenista, no entanto, é a regularidade
  • Hoje, atletas de supino nível que jogam com a empunhadura caneta são raridade, mas dois atletas nos Jogos, Felix Lebrun e o teuto Dang Qiu, conservam ao menos segmento desse estilo ao atuarem uma vez que classinetas, mistura do caneta com a técnica clássica. É um delícia ver o backhand desses jogadores
  • Depois maus resultados, Fan Zhendong, prata em Tóquio, chega com moral a Paris posteriormente vencer o WTT Champions de Chongqing contra Wang Chuqin, que o destronou do topo do ranking. Torcedor do Real Madrid e fã de Taylor Swift, Fan pode ser considerado o mais ocidental entre os atletas chineses

Folha

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