Estrela do camming, Pocahontas diz que público se interessa por transmissões eróticas ‘sem simulação’. Nesta semana, g1 publica série de reportagens sobre cam girls e cam boys. Entenda o que é camming, prática que rende numerário a criadores de teor +18
A goiana Luana da Silva, 26 anos, vivia um relacionamento a três quando passou a ser chamada de Pocahontas. “Eu, meu ex-namorado e minha ex-namorada frequentávamos casas de swing e, nessas casas, começaram a me invocar assim”, lembra.
Hoje, o nome é um dos mais conhecidos do site Câmera Privê, que reúne adeptos do camming. A prática cresce no mercado erótico, com cam girls e cam boys faturando para se apresentar ao vivo e realizar desejos de seguidores em frente à câmera.
Nesta semana, o g1 publica uma série de reportagens para desvendar o trabalho de cam girls e cam boys de sucesso no Brasil.
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Pocahontas, estrela do camming, em foto publicada no Instagram
Reprodução/Instagram
Foi através do ex-namorado que Pocahontas conheceu o camming. “Ele viajou para a fora do Brasil, onde já era muito geral esse tipo de trabalho, com gente fazendo muito numerário. Fiquei curiosa.”
“Comecei a fazer pelo numerário. Sempre trabalhei com carteira assinada, mas não eram trabalhos que me davam essa possibilidade de lucrar bastante.”
Na plataforma, é provável faturar vendendo assinaturas e conteúdos em fotos e vídeos, uma vez que em outros sites adultos. A maior segmento do numerário, no entanto, circula nos chats ao vivo, que têm várias modalidades e tarifas cobradas por minuto. Funciona assim:
Para observar às performances ao vivo com outros espectadores no formato mais barato, chamado de chat simples, o preço por minuto — definido pelo possuinte do show — varia de R$ 1,20 a R$ 2,10;
É provável optar pelo chat privado, pagando de R$ 2,10 a R$ 3 por minuto, por uma conversa mais íntima, mas que ainda pode ser assistida por “voyeurs”;
O padrão mais custoso é o chat individual, em que unicamente um testemunha tem aproximação à cam girl ou ao cam boy, podendo até vincular a própria webcam para uma videoconferência. Os preços vão de R$ 2,70 a R$ 3,60 por minuto;
Também é provável enviar presentes em numerário e remunerar valores adicionais para entrar em contato com o performer quando ele não está on-line ou para interagir através de brinquedos sexuais.
Até 12 horas ao vivo
Em todos os formatos, o valor gasto pelo tempo de conversa é mostrado aos pagantes na tela em tempo real. O Câmera Privê fica com metade do faturamento e o restante é embolsado pelos produtores de teor.
Lançado em 2012 por uma empresa brasileira, o serviço propõe um dos novos modelos de negócio, que mudaram radicalmente o mercado adulto nos últimos 15 anos. Nessas plataformas, criadores podem faturar com transmissões eróticas e teor diletante, gravado em moradia, sem o intermédio de grandes produtoras.
Mas lucrar nessa indústria pode não ser tão fácil quanto parece. Uma vez que o pagamento é feito por minuto no Câmera Privê, ganha mais quem destinar mais tempo à plataforma. Em fóruns sobre o ponto na internet, há relatos de usuários que passam até 12 horas por dia ao vivo no site.
Cam girl Pocahontas diz que passa em média três horas por dia ao vivo no Câmera Privê
Reprodução/Instagram
Pocahontas diz que passa em média três horas diárias nas transmissões. “Dedico uma hora por vez”, afirma. “Tento não entrar sempre no mesmo horário, para atingir novos públicos.”
Com mais de 70 milénio seguidores no Instagram, a criadora também faz venda avulsa de teor e tem canais pagos de assinaturas em aplicativos de mensagens, em que a renda vai toda para ela, sem o intermédio das plataformas. Assim, no caso de Pocahontas, o Câmera Privê acaba sendo supra de tudo um meio de divulgação de sua imagem.
On-line com convidados
Para atrair mais espectadores, a brasiliense costuma levar convidados às transmissões: se apresenta acompanhada de amigas e do atual namorado. “Existe um público que só quer ver casais”, explica.
“As pessoas se interessam muito pelo vestimenta de ser uma troca verdadeira, sem simulação. O site não tem muitos casais, mas os poucos que têm fazem muito sucesso.”
Seja sozinha ou acompanhada, ela se diz ocasião a realizar desejos dos espectadores, que pagam para ter seus pedidos atendidos. “Poderia passar uma lista de pedidos inusitados, estranhos e engraçados”, brinca.
“Acho que o que as pessoas mais ficam chocadas quando eu raconto é o fetiche do balão. Um faceta entra na minha transmissão e eu tenho que estar com bexigas. Ele só quer que eu fique enchendo o balão até ela estourar. Quando a varíola estoura, é o momento em que ele chega lá.”
Cam girl Pocahontas em foto publicada no Instagram
Reprodução/Instagram
Fonte G1
