Moradores de grupos de risco de 50 a 70 anos, da cidade ribeirinha de Óbidos (PA), de difícil chegada, onde só se chega de paquete, fizeram exames de sangue oculto nas fezes por profissionais que participam da campanha Março Azul e aqueles dos quais resultado foi positivo estão sendo submetidos agora a exames de colonoscopia, para prevenir o cancro de tripa. A campanha é resultado de parceria entre três entidades médicas que tratam de cancro do tripa: a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG). A campanha tem porquê lema “Médico e paciente: uma parceria que salva vidas! Juntos na prevenção do cancro de tripa.”
O presidente da SBCP, Hélio Moreira, informou nesta terça-feira (12) à Dependência Brasil que “há expectativa de realizarmos em Óbidos 460 colonoscopias nessa população. Lembrando que são pessoas que não têm sintoma nenhum. O único fator de risco que foi levantado para definir o rastreamento foi a idade e, em seguida, presença de sangue oculto nas fezes ou não”. Já foram feitas em Óbidos mais de 170 colonoscopias. Nessas, diagnosticaram dois pacientes com cancro de tripa e murado de 35% com diagnóstico de pólipos, ou lesões, que foram removidos e, consequentemente, tratados.”
O médico observou que, no cancro de tripa, a prevenção é mais eficiente. “Quando você fala de cancro de seio ou de próstata, a recomendação para realização de exames de prevenção, na verdade, tem objetivo de diagnosticar a doença em um estágio precoce. Ela já é um cancro. Já no cancro de tripa, o rastreamento é para detectar lesões que ainda não viraram cancro e, quando tratadas com a remoção dessas lesões, você evita de o quidam ter o cancro”.
Essas lesões, chamadas pólipos ou verrugas, nascem dentro do tripa. Com a colonoscopia, esses pólipos são tratados. Hélio Moreira esclareceu que embora aquele pólipo tenha sido tratado, a pessoa pode ter novos pólipos no horizonte. Mas o tempo que decorre entre surgir um pólipo e ele virar um cancro varia de 8 até 10 ou 12 anos, destacou. “Não é uma coisa rápida”. Tirando esses pólipos agora, o médico pode recomendar a repetição desse inspecção para rastrear novos pólipos em um período longo, dando aos indivíduos a chance mínima deles terem um cancro de tripa com esse tipo de rastreamento.
Estimativa
Estimativa do Instituto Pátrio de Cancro (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, são de 45.630 novos casos de cancro colorretal no Brasil, em cada ano do triênio 2023/2025, afetando potencialmente mais de 136 milénio brasileiros. O Inca aponta um risco estimado de 21,10 casos por 100 milénio habitantes, divididos entre 21.970 homens e 23.660 mulheres. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Datasus, referentes a 2020, indicam que 20.245 pessoas faleceram devido ao cancro de cólon, reto e ânus, ressaltando a urgência de ações preventivas e de conscientização.
“Para ter teoria de quanto isso é um problema importante e precisa ter uma sensibilidade maior do poder público para essa questão, em 2010, nós tivemos 23 milénio casos de cancro de tripa no Brasil. Em dez anos, dobrou o número de casos de cancro de tripa. Hoje, é o segundo tipo de cancro mais frequente, tanto para homens, porquê para mulheres, na nossa população. E a incidência vem aumentando de forma alarmante”, assegurou Hélio Moreira.
O presidente da SBCP defendeu o estabelecimento de um programa pátrio que seja secção do calendário do governo federalista de rastreamento do cancro de tripa. Tanto a colonoscopia porquê a pesquisa de sangue oculto nas fezes são feitos no contextura do Sistema Único de Saúde (SUS). “Mas é preciso organizar melhor o sistema, ampliar a quantidade de clínicas que possam oferecer esses exames, para poder atender a demanda que um programa de rastreamento de cancro de tripa vai gerar”.
Hélio Moreira admitiu que, em um primeiro momento, o programa demandará muitos recursos. “Mas no médio e longo prazo, vai se observar que uma quantidade imensa de pacientes que teriam cancro não terão mais. Serão tratados endoscopicamente, uma quantidade imensa de pacientes que são diagnosticados hoje em uma tempo avançada de cancro, onde o tratamento envolve cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, mesmo assim com taxas muito baixas de sobrevida dos pacientes.”
Moreira esclareceu que uma vez que se implementa um sistema de rastreamento, diminui os gastos com tratamento dos pacientes que têm cancro e melhora significativamente suas chances de tratamento. “Portanto, no médio e longo prazo, esse investimento inicial é amplamente justificado. Para salvar uma vida, qualquer gasto é justificado. Mas até no ponto de vista financeiro, é muito mais interessante a gente implementar um sistema de rastreamento do que deixar as coisas porquê estão hoje”, indicou.
Sintomas
Atualmente, no Brasil, mais de 70% dos casos de cancro de tripa são diagnosticados em tempo avançada da doença. “É uma catástrofe”. Estamos falando aí de tratamentos caríssimos, prolongados, sofrimento imenso do paciente e da família, retiro de trabalho, premência de uso de bolsas de colostomia, que poderiam ser evitados com um sistema de rastreamento adequado,” explicou.
Moreira reforçou que no diagnóstico do cancro de tripa na tempo inicial, o sintoma mais generalidade é não ter sintoma. “Quando tem sintomas, normalmente já são casos mais avançados e é preciso que a população entenda que devem ser valorizados”. O principal sintoma é a presença de sangue vivo nas fezes. Outros aspectos importantes são o emagrecimento de pretexto desconhecida, o surgimento de uma anemia de pretexto indeterminada e a presença de uma mudança do hábito intestinal. Ou seja, de repente, o tripa, que funcionava de uma forma, começa a mudar o jeito de funcionar: ele prende, tem episódios de diarreia, depois prende de novo. “Quando isso acontece, valorize os sintomas e procure um médico profissional para que ele possa julgar a premência de uma investigação mais aprofundada.”
Levante é o quarto ano da campanha Março Azul. Até o final deste mês, serão realizadas ações em todas as capitais e em algumas cidades de médio e pequeno porte, com caminhadas, distribuição de panfletos, audições públicas, entrevistas, tudo com interesse maior de alertar a população sobre esse tema, tão importante para a saúde.
A cada ano, o mutirão de exames presenciais é feito em uma cidade específica. No ano pretérito, por exemplo, ocorreu em Cairu (BA) e, no ano retrasado, em Pilar (AL). “A gente vai escolhendo, normalmente, cidades de difícil chegada, com pouca oferta de exames de endoscopia para a região, onde realmente a campanha pode trazer um impacto gigantesco para aquela população”, disse o presidente da SBCP.
Fatores de risco
As três entidades que participam da campanha enfatizam que o tumor intestinal pode ser influenciado por diversos fatores de risco, incluindo histórico familiar de cancro, sobrepeso ou obesidade, idade igual ou superior a 50 anos, uma dieta rica em víveres processados e mesocarpo vermelha, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e a presença de doenças inflamatórias intestinais, porquê retocolite ulcerativa e doença de Crohn.
A prevenção do cancro de tripa está ligada a um estilo de vida saudável, que inclui prática regular de exercícios físicos, manutenção do peso ideal, continência do tabagismo e consumo moderado de bebidas alcoólicas. Outrossim, recomenda-se a adoção de uma dieta rica em verduras, frutas, legumes, farelos e cereais integrais, ingerir murado de dois litros de chuva por dia e limitar o consumo de mesocarpo vermelha e víveres ultraprocessados e embutidos.
A Campanha Março Azul 2024, dedicada à conscientização sobre o cancro de tripa, está disponível no site, onde podem ser encontradas informações sobre a doença, incluindo métodos de prevenção, fatores de risco, diagnóstico e opções de tratamento. A iniciativa conta com o pedestal institucional da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Recomendação Federalista de Medicina (CFM).