Campeão Do Ufc, Poatan Relembra Batalha Contra Alcoolismo 12/01/2024

Campeão do UFC, Poatan relembra batalha contra alcoolismo – 12/01/2024 – Esporte

Esporte

Alex Pereira, 36, mais divulgado uma vez que Poatan, foi o primeiro varão brasílio a se tornar vencedor em duas categorias diferentes do UFC (Ultimate Fighting Championship), principal organização de artes marciais mistas do planeta. Entre as mulheres, Amanda Nunes também já havia conquistado a façanha, em 2018.

Antes de se tornar um multicampeão no mundo das artes marciais, no entanto, o paulista de São Bernardo do Campo precisou primeiro vencer uma guerra contra o álcool.

Nascido e criado em uma região periférica na cidade do Grande ABC, Pereira conta que teve uma puerícia difícil. Começou a trabalhar aos 12 anos, em uma borracharia, e não demorou para que o álcool também começasse a fazer secção de seu cotidiano. Em muitas vezes, de maneira exagerada. “Chegou um momento em que eu queria parar de tomar e não sabia uma vez que”, afirma o lutador à Folha.

O esporte surgiu portanto uma vez que sua tábua de salvação. Deixando para trás o histórico de brigas na rua durante a juventude, começou os treinos de kickboxing em meados de 2009, sem imaginar que um dia se tornaria profissional. “Na era, não acreditava que podia viver do esporte ou me tornar um vencedor. Só queria parar de tomar.”

Não demorou muito tempo para que Poatan, que adotou o sobrenome em homenagem às origens indígenas, percebesse que levava jeito para a coisa. Ele emplacou uma série de conquistas —foi vencedor paulista, brasílio e sul-americano. Enquanto nocauteava os adversários em cima do ringue, todavia, persistia em sua luta pessoal contra o álcool, em uma rotina de treinos e bebida que perdurou por murado de quatro anos.

“Fui disputar o mundial, perdi e percebi que a bebida me atrapalhou muito. Foi quando me dei conta que, se não parasse [de beber], não ia ter sucesso. De lá para cá, nunca mais coloquei uma pinga de álcool na boca”, diz o lutador, que aponta a força de vontade uma vez que uma das maiores virtudes.

O sucesso em cima dos ringues se consolidou nos anos seguintes. No início de 2021, tornou-se o primeiro vencedor em duas categorias do Glory, principal evento mundial de kickboxing.

A estreia no MMA ({sigla} para mixed marcial arts, em inglês) havia ocorrido alguns anos antes, em 2015. Foi no evento brasílio Jungle Fight, quando perdeu para Quemuel Ottoni por finalização. “Mesmo com o resultado negativo, achei que levava jeito e não desisti.”

A perseverança trouxe resultados. O lutador engatou uma sequência de três vitórias seguidas que lhe abriu as portas para o UFC. Sua estreia no evento foi em novembro de 2021, com um nocaute técnico brutal contra o heleno Andreas Michailidis, resultado de uma potente joelhada voadora.

Ao cartão de visitas se seguiram mais duas vitórias até que, em novembro de 2022, faturou o cinturão dos médios. A vitória veio com um nocaute no quinto e último round contra o nigeriano Israel Adesanya, oponente que ele já havia vencido duas vezes no Glory.

Eles voltaram a se enfrentar em abril de 2023, quando Adesanya deu o troco, nocauteou o brasílio e recuperou o cinturão.

Poatan optou portanto por subir para os meio-pesados por sentir que seu corpo se adaptaria melhor à novidade categoria. Em seu primeiro compromisso, derrotou o ex-campeão Jan Blachowicz em uma guerra acirrada e se credenciou para a disputa pelo título.

Em novembro de 2023, no mítico Madison Square Garden, em Novidade York, fez a luta pelo cinturão dos meio-pesados, que estava vago posteriormente o portanto vencedor, Jamahal Hill, declinar do título por conta de uma lesão.

A disputa foi contra o tcheco Jiri Prochazka, que também já havia sido o detentor do cinturão. Venceu com um nocaute técnico no segundo assalto, posteriormente desferir uma sequência de socos e cotoveladas. Era a glorificação de Poatan no UFC.

Ainda dentro do octógono já com seu segundo cinturão, o brasílio recordou um incidente vivido alguns anos antes. Em meados de 2020, quando ainda lutava no Glory e Adesanya já brilhava no UFC, o africano deu uma entrevista que mexeu com os brios do brasílio. Disse que ele não teria sucesso uma vez que profissional e assistiria suas lutas pela televisão, sentado com os amigos bebendo em um bar.

“Tomei isso uma vez que motivação, fiz dissemelhante e dei a volta por cima”, afirma Poatan, que chegou a desafiar Adesanya para uma quinta luta entre eles logo posteriormente a vitória contra Prochazka. Algumas semanas antes, depois de uma itinerário inesperada, o nigeriano havia pronunciado que só deve voltar a lutar em 2027. “Da forma uma vez que ele me resgatou, eu também queria resgatar esse rosto, porque ele é um talento e não pode permanecer esse tempo todo parado”, disse Pereira na ocasião.

Para 2024, no entanto, o primeiro compromisso no UFC pode ser outro. A expectativa é que ele encare o ex-campeão Jamahal Hill, que abriu mão do cinturão em julho de 2023 devido a uma lesão no tendão de Aquiles.

O brasílio sabe que trata-se de um oponente difícil de ser derrotado, mas acredita já ter enfrentado nomes mais duros na categoria. “Se tivesse de escolher contra quem faria a minha estreia nos meio-pesados, iria escolher o Jamahal”, diz Poatan, que vê um casório de estilo de luta mais favorável a ele em um eventual confronto contra o ex-campeão.

Enquanto aguarda a definição do próximo compromisso, o são-bernardense segue com os treinos nos Estados Unidos, com o foco voltado a aprimorar as habilidades na luta de solo. Sem se olvidar do caminho que trilhou até saber o status de nome a ser derrotado na principal organização de artes marciais mistas do mundo.

“As conquistas são importantes por proporcionarem uma vida melhor à minha família e para mostrar às pessoas que não acreditam, uma vez que eu também não acreditava depois de quatro anos [lutando contra o alcoolismo enquanto treinava], que tudo é verosímil”, diz “Poatan”. “A vida difícil que tive me ajudou a ser quem eu sou hoje”.

Folha

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