Em 2024, o Campeonato Paulista ganha uma novidade ramificação. Batizada de Paulista A4, ela passa a corresponder à quarta ramificação de futebol do estado, inferior das séries A1, A2 e A3 e supra da Segunda Partilha, chamada popularmente de “Bezinha”, que passa a ser a quinta e última ramificação.
A A4 terá 16 times, entre rebaixados da A3 em 2023 e aqueles que avançaram até a terceira tempo na última edição da Bezinha. De modo a fomentar novos talentos, o torneio será formado majoritariamente por atletas sub-23, com a permissão para que cada clube tenha até cinco jogadores supra dessa idade.
A novidade ramificação paulista vai mesclar agremiações tradicionais do estado, uma vez que o XV de Jaú, que completa século anos em 2024, tendo revelado uma série de nomes que se destacaram no esporte, e clubes recém-criados, caso do Ska Brasil, presidido pelo pentacampeão Edmílson.
Na primeira tempo, os times se enfrentarão em vez único. Os oito melhores avançarão às quartas de final, e os dois últimos serão rebaixados.
Quartas de final, semifinais e finais serão disputadas em jogos de ida e volta; em caso de paridade no placar associado, avançará o possuidor da melhor campanha. Vencedor e vice terão aproximação à A3 em 2025. O torneio terá início no próximo sábado (27).
A previsão da FPF (Federação Paulista de Futebol) é repassar aos clubes da A4 tapume de R$ 5 milhões, entre cotas de patrocínio e premiações.
Um dos clubes que despontam uma vez que candidatos ao título da competição é o Ska Brasil, com sede em Santana de Parnaíba. A equipe nasceu em 2019 a partir de uma parceria entre um grupo de investidores japoneses e o ex-jogador Edmílson —pentacampeão com a seleção brasileira, em 2002, e com passagens por Barcelona, Lyon, São Paulo e Palmeiras.
O meio de treinamento foi batizado em homenagem ao treinador Telê Santana (1931-2006), que, segundo Edmílson, foi fundamental para seu desenvolvimento e sucesso, dentro e fora de campo.
Antes de se preocupar com o desempenho do desportista, Telê tinha uma vez que prioridade formar um time com homens responsáveis em relação às suas obrigações pessoais e profissionais, afirma o ex-jogador. “Se não tivesse ouvido o Telê, não teria conseguido nem metade do que alcancei na curso.”
Edmílson diz que tenta repassar essa teoria aos jogadores do Ska Brasil. O ex-atleta, que atuou uma vez que zagueiro e volante, afirma ainda que procura resgatar o “futebol raiz”. O processo inclui a prática do futsal para os pequenos que chegam para comprar fundamentos básicos, uma vez que domínio de globo e drible.
Segundo Edmílson, a tempo ruim atravessada pela seleção brasileira está ligada à falta de uma formação adequada dos atletas.
“Os meninos que estão em formação não têm que lucrar campeonato. Eles têm que performar [sic] muito, nas áreas técnica, física, emocional e cognitiva”, afirma o dirigente, revelado no início dos anos 1990 pelo XV de Jaú, time com o qual o Ska Brasil vai duelar na A4.
Presidente do XV de Jaú, Careca Paiva afirma que a disputa da novidade ramificação aumenta as chances de uma classificação para a A3, uma vez que são 16 clubes na disputa, contra os 36 que participaram da Bezinha em 2023.
“A novidade ramificação demonstra que a Federação Paulista está querendo resgatar as equipes que fizeram história no futebol do estado”, diz Paiva.
Ao longo das últimas décadas, jogadores de frase pátrio e internacional passaram pelo clube do interno, caso do zagueiro Leandro Castán, do volante e faz-tudo Wilson Mano e dos atacantes França e Sonny Anderson.
Também jogou pelo “Galo da Comarca” o lendário atacante Kazu, que, em 1988, foi o primeiro jogador do Japão a marcar um gol no futebol brasílio, em vitória por 3 a 2 sobre o Corinthians de Biro-Biro. Aos 56 anos, Kazu está em ação até hoje, atuando pelo Oliveirense, da segunda ramificação do Campeonato Português.
Para a disputa da A4, Paiva afirma que a intenção é utilizar principalmente jovens revelados nas categorias de base. Aqueles que se destacaram na Despensa São Paulo —o time caiu na segunda tempo, nos pênaltis, diante do CRB— devem integrar a equipe principal.
“Se não aproveitamos no profissional os jogadores que vêm da base, não faz sentido ter a base”, afirma o cartola. “Espero que a gente consiga depreender o objetivo, que é subir para a A3.”
A última vez que o clube disputou a primeira ramificação estadual foi em 1996, quando terminou na 15ª e penúltima posição. O Palmeiras, com Rivaldo, Djalminha e Cafu no elenco, foi o vencedor naquele ano.
Para comemorar o centenário do XV, uma série de ações está prevista para a semana de 15 de novembro, data de instalação da associação. Um jogo amistoso entre o time de másteres do XV de Jaú e uma formação liderada por Edmílson e convidados deve ser a principal atração.