Candidato Ao Ouro, Piu Diz Estar Em Sua 'melhor Temporada'

Candidato ao ouro, Piu diz estar em sua ‘melhor temporada’ – 15/07/2024 – Esporte

Esporte

“Bonjour!” Proprietário de um inglês fluente, Alison Brendom Alves dos Santos, o Piu, gastou todo o seu galicismo apresentando-se à prensa lugar, no último dia 6, véspera da lanço de Paris da Diamond League, o principal volta profissional do atletismo mundial.

Na capital francesa, Piu teve uma prévia do assédio da mídia que sofrerá durante os Jogos na França, onde será uma das maiores estrelas do atletismo. Em poucos minutos, conquistou os repórteres com seu bom humor permanente. Deu entrevistas e até posou para fotos com um croissant gigante.

Era a primeira vez que o recordista sul-americano dos 400 m com barreiras competia na lanço de Paris. Ainda que a prova não tenha sido no Stade de France (69 milénio lugares), palco do atletismo nos Jogos Olímpicos, mas no mais modesto estádio Charléty (16 milénio lugares), o resultado foi auspicioso: vitória fácil, sem forçar, em 47s78.

“Sinto que estou muito melhor que três anos detrás”, disse Piu à Folha. Três anos detrás, o brasílico conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

De lá para cá, o desportista do Esporte Clube Pinheiros foi hegemônico em sua prova na Diamond League de 2022 e teve um 2023 difícil, devido a uma artroscopia no menisco do joelho recta, no mês de março. O problema já ficou para trás, segundo ele. “Estou muito tranquilo em relação a isso.”

“A gente está em outro ‘level’ já”, disse, assim mesmo, inserindo na frase um termo do inglês aprendido nos longos períodos de treinamento nos Estados Unidos. “Comparando as temporadas, esta é com certeza a minha melhor em termos de preparação.”

Na Diamond League deste ano, o brasílico venceu as etapas de Doha (Qatar), Oslo (Noruega), Estocolmo (Suécia) e Paris. Em Oslo, derrotou um de seus grandes rivais, o ídolo da vivenda, Karsten Warholm. Piu foi derrotado exclusivamente na lanço de Mônaco, na semana passada, pelo norte-americano Rai Benjamin.

Warholm, 28, Benjamin, 26, e Alison, 24, detêm, nessa ordem, os três melhores tempos da história dos 400 m com barreiras, o que leva os especialistas a qualificar a final olímpica deste ano uma vez que a maior de todos os tempos.

Em Mônaco, Benjamin venceu com 46s67, primeiro do norueguês (46s73) e do brasílico (47s18). Em junho, em Eugene (Estados Unidos), o norte-americano já tinha tomado do brasílico o posto de possessor da melhor marca do ano (46s46, contra os 46s63 assinalados por Piu em Oslo).

Mas, a menos de um mês dos Jogos, nenhum dos três quis se aproximar do recorde mundial, que pertence há três anos ao norueguês (45s94). Piu diz que não pensa nos rivais. “Só estou pensando na minha prova, na minha preparação. Porque, se eu paro para pensar nos outros caras, paro de pensar em mim e não me preparo do melhor jeito.”

Quando Piu fala dos treinamentos, fica evidente a ênfase na alegria de percorrer. “A preparação está ligeiro, está solta.” Seu técnico, Felipe Siqueira da Silva, confirma: “A minha filosofia de trabalho é que o desportista possa percorrer uma vez que se não tivesse barreira.” Uma vez que em uma prova de 400 m rasos.

As pernas compridas (Piu mede 2 m) facilitam a missão, que exige constantes aperfeiçoamentos biomecânicos. Seis anos detrás, o brasílico fazia toda a prova com 13 passos entre uma barreira e outra. Hoje, já consegue superar quatro dos dez obstáculos com 12 passos, explica Siqueira. “A gente tenta montar um protótipo com que ele possa percorrer de maneira mais proveniente provável sobre as barreiras.”

Isso pode fazer a diferença na final olímpica. Rai Benjamin faz toda a prova em 13 passos; Warholm precisa de 14 nas duas últimas barreiras.

Se invadir o ouro no próximo dia 9, Piu —sobrenome de juventude, segundo ele devido à semelhança com um colega de treinamento— completará um capítulo notável de uma história marcada pelo início trágico: o acidente doméstico, aos dez meses de vida, quando uma frigideira de óleo quente lhe caiu sobre a cabeça e o deixou com queimaduras de terceiro proporção no pele viloso.

Nascente é o primeiro de uma série diária de dez textos sobre destaques do Brasil aguardados nos Jogos Olímpicos de 2024. Serão detalhadas as trajetórias até Paris de atletas uma vez que Rayssa Leal, Ana Marcela Cunha, Isaquias Queiroz, Gabriel Medina e Beatriz Ferreira. Já foi publicada uma entrevista com a ginasta Rebeca Andrade, que promete ser um dos grandes nomes do país no megaevento esportivo.

Folha

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