Cannes: sentimental value é chamado de melhor filme do ano

Cannes: Sentimental Value é chamado de melhor filme do ano – 24/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Será que o Festival de Cannes deixou o melhor para o final?

O norueguês Joachim Trier foi um dos últimos diretores a estrear na competição principal deste ano, mas está recebendo reações entusiasmadas por seu filme “Sentimental Value” (ainda sem título em português), estrelado por Stellan Skarsgård, Elle Fanning e Renate Reinsve.

O filme, que trata de uma família norueguesa fragmentada, agora é um dos favoritos para levar a cobiçada Palma de Ouro.

O sucesso retumbante do longa norueguês pode prejudicar as chances do brasílico “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Fruto, sagrar-se vencedor em Cannes. Isso aumentaria a verosimilhança de o longa ser candidato ao Oscar em 2026.

O filme do diretor pernambucano foi aplaudido na estreia em Cannes durante 13 minutos.

O ator Stellan Skarsgård estava rouco na coletiva de prelo do longa norueguês, o que ele atribuiu à sarau pós-estreia na noite anterior.

O elenco e a equipe tinham todos os motivos para comemorar —o filme recebeu aplausos de pé durante 15 minutos em sua estreia mundial, a mais longa que qualquer filme em competição recebeu levante ano.

A título de verificação, até mesmo “Verme”, de Bong Joon Ho, que venceu a Palma e quatro Oscars, teve “exclusivamente” oito minutos.

Se aplausos fossem um termômetro para prever o vencedor de Cannes, “Sentimental Value” seria o predilecto inteiro, embora a decisão final caiba ao Júri Internacional de 2025 e sua presidente, Juliette Binoche.

Mas o filme também tem potencial, porquê o vencedor do ano pretérito, “Anora”, de Sean Baker, de atingir o estabilidade entre cinema autoral, viabilidade mercantil e atrair a Geração Z para os cinemas.

Elle Fanning apareceu na coletiva usando uma camiseta com os dizeres “Joachim Trier Summer” (O verão de Joachim Trier), uma referência ao show da cantora britânica Charli XCX no festival Coachella, onde o nome de Trier apareceu entre outros artistas que, segundo Charli, dominariam o verão de 2025 no hemisfério setentrião.


“Fiquei empolgado que você fez isso”, disse Trier a Fanning na coletiva.

“Charli XCX nos mandou um alô, e somos muito gratos. Adoro a música dela, ela é incrível. Sei que a Elle também é fã. O problema é que tenho trabalhado tanto nos últimos três anos que nem sei mais o que é um ‘verão de Joachim Trier’. Mas gostaria de ter um”, brincou o diretor.

Fanning, de 27 anos, declarou que o diretor norueguês estava em sua “lista dos sonhos” de cineastas com quem queria trabalhar.

A capacidade de Trier de se expedir com gerações mais jovens já havia sido estabelecida com seu último longa, “A Pior Pessoa do Mundo”, sucesso em Cannes em 2021, que rendeu a Reinsve o prêmio de melhor atriz e duas indicações ao Oscar.

O filme foi descrito porquê um retrato perfeito da chamada “angústia millennial”, enquanto a personagem Julie tenta lastrar curso e vida amorosa ao longo de quatro anos.

Sentimental Value”, sexto filme de Trier, se passa em uma bela lar histórica em Oslo, capital da Noruega, projetada para ser segmento precípuo da narrativa.

É uma história intergeracional sobre um pai longínquo, Gustav Borg (Skarsgård), e suas duas filhas.

A mais novidade, Agnes (Inga Ibsdotter Lilleaas), tem uma família e um fruto de nove anos. A mais velha, Nora (Reinsve), é atriz. Gustav é cineasta, embora não dirija há qualquer tempo, e tenta se reconectar com Nora escrevendo um roteiro para ela.

Quando ela rejeita a teoria, ele convida uma jovem estrela de Hollywood, Rachel Kemp (Elle Fanning), para ler o roteiro.

‘A ternura é o novo punk’

Embora o filme contenha piadas internas sobre a indústria (Gustav dá ao neto de nove anos um DVD do drama erótico “A Professora de Piano” de presente), o roteiro está sendo elogiado por sua profundidade emocional ao retratar o vínculo entre as irmãs Nora e Agnes, e a relação agridoce entre pai e filha.

O roteiro foi coescrito por Trier e seu parceiro de longa data, Eskil Vogt.

“Muitas vezes, as famílias não conseguem falar diretamente sobre coisas importantes, e encontramos formas indiretas de nos expedir… A arte é uma forma de expressar isso”, disse Vogt.

“E essa é a melhor chance que essa família tem de se expedir muito e resolver seus problemas, sem aquela cena clichê de desabafo familiar.”

Trier acrescentou: “Queríamos falar sobre reconciliação, família e o tempo. Estamos no meio da vida agora e temos uma perspectiva maior sobre a existência humana.”

“Muitas vezes, dentro de qualquer pai complicado, há uma petiz ferida. E percebemos isso no personagem de Gustav Borg. Mesmo sendo um pai complicado, por ser artista, ele tem duas linguagens. Queríamos falar sobre a vulnerabilidade da notícia e ver se a arte poderia ajudar nisso”, disse o cineasta.

Alguns críticos já estão dizendo que “Sentimental Value” é “o melhor filme que você verá levante ano”, e nos Estados Unidos os direitos do filme foram adquiridos pela Neon, produtora e distribuidora independente com um histórico impressionante de sucessos, incluindo “Verme”, “Titane”, “Triângulo da Tristeza”, “Anatomia de uma Queda” e “Anora”, todos vencedores da Palma de Ouro.

Mesmo que “Sentimental Value” não ligeiro o prêmio principal em Cannes neste sábado (24), sua inclusão no festival já é um possante indicativo de sucesso na temporada de premiações.

No ano pretérito, Cannes estreou vários indicados e vencedores do Oscar, porquê o músico mexicano “Emilia Peréz”, o terror corporal “A Substância”, de Coralie Fargeat, e a animação letã “Flow”, além de “Anora”.

No término das contas, a longevidade de “Sentimental Value” dependerá de sua sonância junto ao público.

Mas, em tempos de turbulência política e social global, talvez um filme centrado na reconciliação familiar esteja em sintonia com o espírito do momento.

“Preciso confiar que podemos enxergar o outro, que há um siso de reconciliação”, disse Trier. “Polarização, raiva e machismo não são o caminho.”

De forma sucinta, ele concluiu: “A ternura é o novo punk”.

E explicou: “Viemos de um pretérito punk, eu e Eskil. Éramos da contracultura, não queríamos fazer filmes melosos. Mas percebemos, com o tempo, que envelhecemos e que o mundo é um lugar onde podemos ser vulneráveis.

Levante texto foi publicado originalmente cá.

Folha

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