Carnaval Do Df Tem Misturas De Ritmos E Mudança De

Carnaval do DF tem misturas de ritmos e mudança de percursos de blocos

Brasil

É de misturas que a identidade é construída no carnaval do Província Federalista, a jovem capital do país de 64 anos. Tanto em sons quanto em cenários. Identidade um, mas ocasião a plurais influências. Um exemplo dessa face múltipla está em uma das primeiras atrações da folia, o conjunto Aparelhinho, no Setor Bancário Sul, neste sábado (1º), que começa pela manhã entra pela madrugada.

“A gente toca frevos, marchinhas e sambas, mas vamos também de música eletrônica brasileira, africana, dos balcãs…”, afirma um dos idealizadores do Aparelhinho, Rodrigo Barata.

No meio da mistura, de atração tradicional e eletrônica, o encontro tem o ritmo de ideais que ele labareda de “políticos”. “

A gente é DJ e queria produzir um carnaval democrático na rua, perto da rodoviária e gratuito”. Quem sabe, assim, convencer outras pessoas a não procurar outros destinos nos dias da folia.

Para ele, a identidade foliã de Brasília está em construção. “Os blocos de Brasília estão formando essa cultura. Não são exclusivamente ritmos tradicionais, mas também os do Brasil profundo, uma vez que o piseiro e o brega funk”, avalia o brasiliense.


Brasília (DF), 01/03/2025 - Bloco de carnaval, Aparelhinho nas ruas de Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Brasília (DF), 01/03/2025 - Bloco de carnaval, Aparelhinho nas ruas de Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília (DF), 01/03/2025 – Conjunto de carnaval,Aparelhinho nas ruas de Brasília – Joédson Alves/Filial Brasil

Mediação

Para a professora de arquitetura e urbanismo Maria Fernanda Derntl, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), o período carnavalesco apresenta-se uma vez que uma verdadeira mediação urbana por secção dos moradores diante da possibilidade de ocupar os espaços dessa cidade ainda tão novidade.

“O carnaval está ajudando a erigir uma identidade para a cidade. As manifestações de carnaval são aquelas que podemos entender uma vez que culturais. Alguns urbanistas falam já agora não só no recta à cidade, uma vez que o recta à folia”, explica a professora.

A própria transformação dos espaços é, no entender da pesquisadora, elemento de preservação da memória. “O Estado deve reconhecer esse recta ao uso dos espaços e ao próprio recta à folia. Os governantes precisam produzir modos de gerir a sarau sem concluir com a natureza carnavalesca”.


Brasília (DF), 01/03/2025 - Bloco de carnaval, Aparelhinho nas ruas de Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Brasília (DF), 01/03/2025 - Bloco de carnaval, Aparelhinho nas ruas de Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília (DF), 01/03/2025 – Fernanda Torres é presença no conjunto Aparelhinho.  Joédson Alves/Filial Brasil

Tensões

Por isso, no caso de Brasília, segundo avalia Maria Fernanda Derntl, é necessário fortalecer políticas públicas de carnaval, equipamentos para que isso pudesse sobrevir. “Há tensões naturais no espaço público”. Assim é o caso do Província Federalista, em que moradores de quadras residenciais venceram a queda de braço em relação a blocos tradicionais acostumados a estrear a sarau na própria vizinhança.

Neste ano, o governo sítio criou três “territórios” para a folia. O Galinho de Brasília, de 33 anos de história, por exemplo, neste ano, pela primeira vez sai “longe de mansão”, em uma quadra na Asa Sul. Em 2025, o conjunto vai levar frevo para a Esplanada dos Ministérios na segunda-feira a tarde.


Brasília (DF), 01/03/2025 - Bloco de carnaval, Aparelhinho nas ruas de Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Brasília (DF), 01/03/2025 - Bloco de carnaval, Aparelhinho nas ruas de Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília (DF), 01/03/2025 – Conjunto de carnaval, Aparelhinho nas ruas de Brasília – Joédson Alves/Filial Brasil

Mas a novidade foi motivo de lamentação do presidente do conjunto, o pernambucano Romildo Roble, radicado em Brasília há mais de cinco décadas.

Para ele, o espaço excessivamente simples pode não ser positivo para a acústica da orquestra de 30 músicos do conjunto.

“O frevo normalmente depende dessa acústica. Tem instrumentos de sopro. Essa mudança traz uma preocupação porque o som se perde muito. Quem faz carnaval é o povo”, diz Roble.

Segundo a urbanista Maria Fernanda Derntl, as diferentes cidades têm testado, com erros e acertos, diferentes modelos de gestão do carnaval. Ela diz que, em princípio, deve ser reconhecido o recta ao uso da cidade e propiciar esse caminho de serviços públicos até com protocolos especiais para serviços de limpeza e de transporte.

O governo do Província Federalista explicou em publicação que o carnaval terá três territórios “para prometer um Carnaval mais organizado e seguro”.

“Segurança”

Para os quatro dias de carnaval foram criados o espaço “Gran Folia”, na Esplanada dos Ministérios, o “Setor Carnavalesco Sul”, no Setor Mercantil Sul, e a “Plataforma da Heterogeneidade”, no estacionamento do Eixo Cultural Ibero-americano.


Brasília (DF), 01/03/2025 - Bloco de carnaval, Vai quam fica, nas ruas de Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Brasília (DF), 01/03/2025 - Bloco de carnaval, Vai quam fica, nas ruas de Brasília.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília (DF), 01/03/2025 – Conjunto de carnaval, Vai quam fica, nas ruas de Brasília. Foto: Joédson Alves/Filial Brasil – Joédson Alves/Filial Brasil

A secretaria de cultura alega que, com os três “territórios”, serviços são otimizados, o que garante o reforço do policiamento, “fortalecendo a nossa tradição carnavalesca”.

Nem todos os foliões brasilienses aderem ao carnaval setorizado, conforme demarcado pelo governo sítio. “É um carnaval que não é orgânico. Deve servir para qualquer produtor lucrar numerário”, critica o jornalista Manuel Carlos Montenegro que prefere há anos curtir a folia com sua família no conjunto “Vai quem fica”.


Bloquinho Vai Quem Fica, Carnaval de Brasília
Bloquinho Vai Quem Fica, Carnaval de Brasília

Bloquinho Vai Quem Fica, Carnaval de Brasília – Vai quem fica

Já tradicional no Projecto Piloto, o conjunto foge da marcação fixada pelo Governo do Província Federalista. Horas antes de trespassar em quadras residenciais da Asa Setentrião neste sábado (1º), o conjunto divulgou um poema que de forma cifrada sugeria o sítio de concentração.

Montenegro defende que a estratégia é necessária para o Vai quem fica continuar circulando no carnaval. “Queriam concluir com todos os blocos, que chamam de ‘clandestinos’. Uma vez que se fosse uma coisa ilícito juntar amigos e tocar música durante o carnaval.”

*Colaborou Gilberto Costa

Fonte EBC

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