Ccbb Rj Comemora 35 Anos Com Exposição Sobre Arquitetura E

CCBB RJ comemora 35 anos com exposição sobre arquitetura e memória

Brasil

Com a exposição Primeiro de Março 66 – Arquitetura de Memórias, o Meio Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB RJ) comemora 35 anos de atividades surpreendendo o público com curiosidades sobre o prédio situado no meio histórico da capital fluminense, cuja pedra fundamental foi lançada em 7 de maio de 1880, para ser a terceira sede da Associação Mercantil do Rio de Janeiro.

A exposição gratuita será inaugurada neste sábado (29), estendendo-se até 16 de dezembro. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria física ou no site bb.com.br/cultura.

O funcionamento é de segunda-feira a domingo, das 9h às 20h, excetuando as terças-feiras. Aos domingos, das 8h às 9h, o atendimento é restrito para visitação de pessoas com deficiências intelectuais ou mentais e seus acompanhantes, conforme estabelece a Lei Municipal nº 6.278/2017. A mostra ocupa as salas do 4º andejar do Meio Cultural.

Em entrevista à Dependência Brasil, o curador da mostra, antropólogo e fotógrafo Milton Guran, destaca que o prédio já aparece no Atlas Arquitetural da cidade do Rio de Janeiro de 1874, seis anos antes do lançamento da pedra fundamental. “Já estava previsto um prédio cá, com as dimensões e características que ele tem hoje”. Destaca que, naquela idade, aquela rua era chamada Rua Direita e constituía a principal via da cidade, que se estendia do Morro do Fortaleza até o Morro de São Bento, e concentrava o Palácio do Imperador, a catedral, a Associação Mercantil, o Arsenal. “Quando chegou a notícia do termo da Guerra do Paraguai, o povo foi para a Rua Direita onde estava o imperador (Dom Pedro II) no Paço Imperial. O imperador desceu e formou o cortejo junto com o povo que gritava “1º de março”. Portanto, o nome da rua mudou para Primeiro de Março que é o dia em que acabou a Guerra do Paraguai”.

Rio de Janeiro (RJ) 26/06/2024 - Claraboia da Rotunda
Exposição que comemora 35 anos do CCBB RJ.
Foto: Thais Alvarenga/CCBB RJ/Divulgação
Rio de Janeiro (RJ) 26/06/2024 - Claraboia da Rotunda
Exposição que comemora 35 anos do CCBB RJ.
Foto: Thais Alvarenga/CCBB RJ/Divulgação

Claraboia da Rotunda  – Thais Alvarenga/CCBB RJ/Divulgação

A Rua Direita é muito citada na literatura brasileira do século 17 até o primórdio do século 20. A exposição conta com um pintura literário onde há menções à rua desde 1698, passando por autores brasileiros porquê Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar, Machado de Assis, Lima Barreto, além da escritora britânica Maria Graham. “A gente vai do século 17 ao século 20 falando da Rua Direita”, disse Milton Guran. Foram selecionados trechos desses autores que mencionam a Rua Direita, que foram gravados pelo ator Alexandre Davi. Os textos estarão disponíveis na exposição para o público em QRCode.

História

O prédio foi inaugurado no dia 8 de novembro de 1906 na Rua Primeiro de Março, 66, e reformado posteriormente, entre 1922 e 1926, para ser a sede do Banco do Brasil, situação que se manteve até 1960, quando a instituição mudou a matriz para Brasília, novidade capital do país. A rotunda do prédio sinalizava a Terreiro do Negócio, geral nas cidades portuguesas, que centralizava as operações comerciais e financeiras de vulto da cidade. O prédio abrigou ainda a Dependência Meio Rio de Janeiro do banco e, depois, a Dependência Primeiro de Março.

O dia 12 de outubro de 1989 marca a inauguração do Meio Cultural Banco do Brasil do Rio (CCBB RJ). As reformas efetuadas ao longo do tempo preservaram as caraterísticas arquitetônicas dos estilos neoclássico, presente na rotunda e em suas colunas ornamentadas; o art nouveau, encontrado nas janelas externas; e o art déco, visto na porta da ingresso da Rua Primeiro de Março, no lustre em frente à bilheteria e nas portas do Teatro I.

Milton Guran informou que a curadoria tomou o prédio porquê um organização vivo. “Porque, na verdade, é isso que ele é. É um espaço onde já passaram, em 35 anos, 62 milhões de pessoas. Não tem outro espaço no Brasil onde tenha sucedido isso, à exceção, talvez, do Maracanã, no Rio de Janeiro. Isso é uma coisa absolutamente extraordinária”.

Eixos

A curadoria trabalhou em cima de três eixos: O primeiro experiência fotográfico abrange o prédio e seu entorno e é realizado por AF Rodrigues, fotojornalista da dependência Imagens do Povo, que documenta o prédio em seu contexto urbano. A relação do público dentro do CCBB RJ porquê espaço de sociabilidade é retratado por Thais Alvarenga, fotógrafa e arte-educadora; por termo, Bruno Bou Haya, fotógrafo especializado em memória, documenta o funcionamento do meio cultural. “Todos três se interessaram pelo prédio, sobretudo por seus detalhes arquitetônicos.

“Porque isso cá é um palácio e a gente não presta atenção. As pessoas não veem os detalhes, a preciosidade da decoração. Mesmo por fora. Nós fotografamos tudo”. Guran citou uma dessas curiosidades que são as luminárias com o rosto do Hermes, deus heleno do transacção, espargido porquê Mercúrio pelos romanos. Foi montado um pintura inteiro com detalhes. “São dezenas de detalhes em que a gente está mostrando a formosura do prédio”.

Rio de Janeiro (RJ) 26/06/2024 - Luminária com Hermes na Rotunda
Exposição que comemora 35 anos do CCBB RJ.
Foto: Bruno Bou Haya/CCBB RJ/Divulgação
Rio de Janeiro (RJ) 26/06/2024 - Luminária com Hermes na Rotunda
Exposição que comemora 35 anos do CCBB RJ.
Foto: Bruno Bou Haya/CCBB RJ/Divulgação

Luminária com Hermes na Rotunda – Bruno Bou Haya/CCBB RJ/Divulgação

Dois artistas visuais foram convidados também para fazer uma versão do prédio a partir de sua documentação histórica. Há fotografias do registro histórico que passaram por mediação dos artistas Thiago Barros e da artista Moara Tupinambá. Algumas imagens originais desse montão, que ilustram o funcionamento da sede do banco entre 1926 e 1960 e da dependência 001 da instituição, também serão expostas em vitrines, enquanto outras foram ampliadas e serão exibidas nas paredes.

Os visitantes poderão observar duas projeções, sendo uma dos ensaios dos fotógrafos, com prova da gerente-geral do CCBB RJ, Sueli Voltarelli, ressaltando o papel histórico do prédio para além de sua presença física. Outra projeção é feita a partir de fotografias históricas da Rua Direita tratada com perceptibilidade sintético (IA) porquê uma animação. A exposição conta, ainda, com uma trilha músico exclusiva, de autoria do compositor Marcos de Souza.

Rio de Janeiro (RJ) 26/06/2024 - Intervenção digital na fotografia do Arquivo do BB-autor desconhecido-Rotunda com os guichês de atendimento em 1943
Exposição que comemora 35 anos do CCBB RJ.
Foto: Thiago Barros/CCBB RJ/Divulgação
Rio de Janeiro (RJ) 26/06/2024 - Intervenção digital na fotografia do Arquivo do BB-autor desconhecido-Rotunda com os guichês de atendimento em 1943
Exposição que comemora 35 anos do CCBB RJ.
Foto: Thiago Barros/CCBB RJ/Divulgação

Mediação do dedo na retrato do Registro do BB- -Rotunda com os guichês de atendimento em 1943 – Thiago Barros/CCBB RJ/Divulgação

Da mesma forma que o Registro Histórico do Banco do Brasil, o Museu da instituição também contribuiu para a exposição com equipamentos e móveis de idade. O principal destaque é um pneumático de notícia, utilizado na antiga sede do banco.

O natalício do CCBB RJ será festejado também com o lançamento de um livro que reunirá todo o teor da exposição, além de oferecer uma abordagem abrangente sobre a ocupação do prédio pelo Banco do Brasil. O livro terá ainda textos complementares de especialistas porquê o historiador Luiz Antônio Simas, a professora de literatura Maria Inês Azevedo e o arquiteto e professor José Pessoa.

Fonte EBC

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