Charlotte Rampling Emociona No Filme 'a Matriarca' 01/04/2024

Charlotte Rampling emociona no filme ‘A Matriarca’ – 01/04/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Em meio às paisagens bucólicas da Novidade Zelândia, os desafios de consertar relações familiares são postos à prova em “A Matriarca”, filme com ares autobiográficos escrito e dirigido por Matthew Saville e estrelado pela veterana Charlotte Rampling, em edital nos cinemas.

Ruth, interpretada por Rampling, é uma fotógrafa de guerra aposentada. Ela se muda da Inglaterra para a Novidade Zelândia, na vivenda do fruto que não via há muitos anos, depois uma fratura na perna que a impossibilita de andejar.

Mãe e fruto não criaram vínculos afetivos desde que ela o enviou para um internato ainda na puerícia, enquanto realizava seus sonhos profissionais.

“Ruth é uma pessoa que você consegue apreciar porque ela é livre e muito independente. Ela toma o controle da vida em suas próprias mãos, mas talvez de uma maneira um pouco irresponsável no que diz saudação à sua família”, afirma Rampling.

As rachaduras criadas nessa relação familiar são o motor para a narrativa do filme, de modo que Ruth não é a única pessoa desconfortável com essa mudança repentina.

Enfrentando o luto depois a morte da mãe, Sam, um jovem de 17 anos interpretado pelo neozelandês George Ferrier, vive uma tempo solitária e autodestrutiva. Ao voltar para vivenda da escola interna onde estuda, ele descobre que terá que passar a conviver com a avó que nunca havia sabido, além de ajudar a enfermeira Sarah, papel de Edith Poor, a cuidar da idosa.

A personalidade poderoso, e muitas vezes rude, da idosa combinada com seu vício em álcool amplificam os atritos iniciais entre avó e neto. Os dois parecem ter dificuldade em concordar as diferenças e semelhanças que enxergam entre si.

Obrigados a conviver e a cuidar um do outro, a relação dos dois é construída pouco a pouco, em meio a sentimentos que vão da raiva à assombro.

Conforme Ruth fala de suas viagens, aventuras da juventude e experiências profissionais na guerra, o jovem passa a compreender melhor a mulher que sua avó se tornou. Ela também começa a entender melhor a veras do neto quando adentra em sua vida na herdade e conhece seus amigos.

Um dos grandes dilemas desta protagonista é ter que encarar, já na terceira idade, as consequências das escolhas que fez em seu pretérito, ao retomar o contato com pessoas que ela sempre evitou.

“Muitas vezes passamos por situações bastante disruptivas no relacionamento com nossas famílias, mas depois é bom poder fazer as pazes e encontrar maneiras de nos sentirmos melhores uns com os outros”, diz a atriz.

O longa é inspirado na juventude do próprio diretor, que também conheceu sua avó em condições semelhantes. Ele diz que buscou retratar nessa história alguns dos temas mais fortes com os quais somos confrontados durante a vida, uma vez que paixão, morte, luto e vergonha.

De conformidade com ele, apesar de tratar de temáticas pesadas, o filme aborda tais questões com leveza e bom humor. Sem se prender ao sentimentalismo, Saville procura recontar uma história de paixão familiar.

Segundo Rampling, o filme fala sobre voltar para espaços que nós sabemos que precisamos voltar, mesmo que encarar essa decisão seja reptante. “Ruth está voltando para um lugar onde ela sabe que não é realmente aceita, porque abandonou sua família, mas sabe que, no término das contas, precisa deles”, diz ela.

A atriz, que já foi indicada ao Oscar em 2016, por sua atuação no filme “45 Anos”, acredita que a venustidade de “A Matriarca” está na possibilidade de o público se identificar com os personagens e com os atritos e reconexões comuns nas relações familiares.

“Essa é uma história muito simples, você talvez até saiba o que vai ocorrer à medida que o filme vai passando, mas ela é contada com o coração. Estamos levando aos espectadores uma história que faz as pessoas sentirem certas coisas que são importantes de serem sentidas.”

Rampling, que também está no elenco de grandes produções, uma vez que “Duna: Segmento 2”, diz preferir trabalhar em filmes independentes. Para ela, esse tipo de projeto tem um caráter mais intimista e possibilita uma conexão mais próxima com o público.

“Sabor desses filmes que não falam cocuruto, com muita música, com muita narrativa, com muitas pessoas fazendo coisas, mas exclusivamente silenciosamente fazem você sentir um tanto próprio sobre a humanidade”, afirma.

Folha

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *