A história é mais velha que o tempo. Cinderela, a gata borralheira, mora e trabalha para a madrasta e as suas filhas, que a humilham diariamente. A moça recebe o invitação para um dança da realeza sítio, mas é proibida pelos familiares, que destroem o vestido que ela mesma costurou.
Uma fada madrinha vem ao resgate, concedendo à heroína o libido de, por uma noite, saber o príncipe seduzido, o varão dos seus sonhos.
Mas o história de fadas clássico ganha um caminho dissemelhante no filme “A Maldição de Cinderela”, que chega aos cinemas nesta quinta-feira. Ao invés do paixão à primeira vista, Cinderela encontra uma novidade humilhação com o príncipe no dança, que a labareda de prostituta.
Tomada pela vingança, ela é possuída por uma entidade maligna e decide matar todo mundo na sarau. O famoso sapatinho de cristal vira uma arma e, de uma hora para a outra, faz jorrar sangue na telona.
Essa inversão da história da produção, do ingênuo para o horror, está longe de um ato só. Desde o ano pretérito, os cinemas brasileiros são invadidos por filmes que transformam clássicos infantis em tramas de horror. Em março, por exemplo, o rotação exibiu “Alice no País das Trevas”, que leva a obra de Lewis Carroll para o gore.
No caso de Cinderela, a morte vem em ração dupla. A distribuidora A2 Filmes lança no segundo semestre “A Vingança de Cinderela”, filme com elenco dissemelhante, outra equipe criativa e a mesma premissa de “A Maldição de Cinderela”.
Diretora da versão que chega agora aos cinemas, Louisa Warren afirma não permanecer surpresa com a coincidência. “As pessoas gostam de testemunhar um tanto que elas conhecem”, diz a cineasta. “A sensação é a mesma de quando usam a melodia de um sucesso da música do pretérito em uma melodia de agora. Essa privança deixa o público curioso.”
Ela também declara que o material de origem estimula filmes uma vez que o dela. “Para ser justo, os contos de fada originais são muito sombrios”, afirma Warren. “Eu sentei com o roteirista e comecei a pensar na direção em que queria levar esta história, que elementos do original colocar. Todo o resto a gente organiza depois, mas na hora só pensamos nos personagens que temos e em formas criativas de matá-los.”
A vaga dos contos de fada de horror se confunde com outra, da ingressão de personagens famosos da puerícia no domínio público. Nos Estados Unidos, a lei determina a liberação dos direitos 95 anos depois da data de publicação da obra original. Posteriormente esse período, ela entende que o material não rende lucros e disponibiliza o seu uso ao público —o que inclui adaptações audiovisuais.
O ursinho Pooh é o caso emblemático do momento. A geração de A.A. Milne deixou de ser propriedade da Disney em 2022 e, de repentino, virou protagonista de “Ursinho Pooh: Sangue e Mel”, de 2023. O filme reimagina o personagem uma vez que um celerado, que procura vingança depois de ser desprezado por Christopher Robin. A aposta deu perceptível e rendeu sequência, também já lançada nos cinemas.
Outro ícone infantil que passa em breve pelo procedimento é o Mickey Mouse. O curta “O Vapor Willie” —de 1928 e a primeira aparição do personagem da Disney— entrou no domínio público em 1° de janeiro. No mesmo dia, a produtora Into Frame Productions anunciou “Mickey’s Mouse Trap”, terror inédito com um celerado que por possibilidade usa uma fantasia do camundongo da versão do curta.
No Brasil, os projetos do tipo se multiplicam no calendário dos cinemas. Só a A2 Filmes vai repartir no país nos próximos meses os filmes “Pinocchio: Unstrung” e “Sleeping Beauty’s Massacre”, que reimaginam as histórias do Pinóquio e da Bela Adormecida.
Junto da base infantil, todos os filmes citados têm em generalidade o orçamento pequeno, distante dos blockbusters da Disney e próximos do horror trash. No caso de “A Maldição de Cinderela”, Louisa Warren diz que o longa custou só um pouco a mais que o primeiro “Ursinho Pooh: Sangue e Mel”, que gastou US$ 100 milénio, em torno de R$ 546 milénio.
A diretora tem bastante experiência com produções do tipo. Ela fez cinco filmes da série “Fada dos Dentes”, entre 2019 e 2022, e só leste ano lançou outros quatro projetos. Mas ela diz que “A Maldição de Cinderela” é um repto dissemelhante na sua traço de produção, exatamente pelas expectativas diferentes do público —tanto que ela já planeja uma prolongamento.
“Em longas uma vez que ‘Fada dos Dentes’, você tem maior liberdade porque não há uma história, só uma indivíduo ou uma entidade”, afirma Warren. “Com a Cinderela, você já começa o trabalho com uma história com início, meio e termo, e pode entreter para valer com esses elementos.”
Pesquisador de cinema de horror, Carlos Primati diz que a fórmula desses filmes não é novidade, mas o uso do domínio público renova o seu sentido. “É um exemplo do ‘cinema de exploração’, em que se apela à curiosidade do testemunha para atraí-lo a filmes que não são muito muito feitos, mas que têm esse engodo irresistível.”
Para Rhys Jake-Waterfield, diretor dos dois “Ursinho Pooh: Sangue e Mel”, o sigilo do sucesso está nessa expectativa. “Todo mundo conhece os personagens e é interessante para muitos ver estes conceitos reinventados”, afirma o diretor. “O prazer está na repreensão subida do filme. Ver o Pooh trinchar cabeças desperta uma sensação intrigante.”
O cineasta é outro que investe com afinco no nicho. Desde março, ele trabalha em “Poohniverse”, uma novidade sequência da franquia que une a versão sombria dos personagens de Milne com outros ícones infantis. Entre os nomes já confirmados estão o Peter Pan, o Bambi, o Pinóquio e o Chapeleiro Louco —todos eles listados no domínio público.
“O filme incorpora um monte de ideias que tive para um terceiro ‘Sangue e Mel’. A mitologia tem um potencial único de expansão, muito além dos personagens e capaz de introduzir elementos únicos. Estamos construindo um mundo com um potencial imenso.”
Apesar da anseio dos realizadores, Carlos Primati afirma que o valor dessas produções é restringido. “Pretérito esse momento de surpresa pela ‘novidade’ e ‘estranheza’, esses filmes estão fadados ao esquecimento rápido. Até surgir o próximo.”