Clubes De Futebol Recorrem à Bolsa De Valores 10/03/2024

Clubes de futebol recorrem à Bolsa de Valores – 10/03/2024 – Esporte

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Dando seguimento a uma prática que começou nos anos 1980, estreou na Bolsa de Valores do México no dia 20 de fevereiro a ação do Grupo Ollamani, possuidor do Club de Fútbol América e do mítico estádio Azteca.

Refletindo a euforia que tomou conta de investidores e torcedores, os papéis, que iniciaram sua primeira sessão valendo 11,50 pesos (R$ 3,40), terminaram o dia cotados a 29,98 pesos (R$ 8,86), uma subida 160%.

“Os torcedores do América, caracterizados por sua lealdade e entrega, agora podem ser, junto conosco, acionistas desta equipe extraordinária”, declarou Emilio Azcárraga, presidente da Televisa e do Grupo Ollamani.

A operação visa financiar a reforma do estádio Azteca, orçada em muro de US$ 150 milhões (R$ 746 milhões). Palco das finais da Despensa de 1970 e 1986, o estádio sediará a fenda do Mundial de 2026.

Comandado pelo brasiliano André Jardine, o América encerrou na temporada passada um jejum de cinco anos e levantou a taça do Campeonato Mexicano pela 14ª vez.

“A ação praticamente triplicou de tamanho em poucos dias, e isso deve-se muito aos resultados que o time vem entregando”, afirma Victor Bueno, crítico da Nord Research.

Recorrer ao financiamento via mercado de capitais para investir no estádio, remunerar dívidas e substanciar o elenco é uma estratégia que teve início nos anos 1980, na Inglaterra.

O primeiro clube a fazer um IPO (initial public offering, ou oferta pública inicial) foi o Tottenham, em 1983.

Já a maior fenda de capital em Bolsa de um clube de futebol foi em 2012, quando o Manchester United lançou ações na NYSE (Bolsa de Novidade York), levantando muro de US$ 230 milhões (R$ 1,14 bilhão). O objetivo era receber recursos para quitar e renegociar dívidas.

A operação dos “Diabos Vermelhos” superou o recorde que vigorava há mais de uma dezena da Juventus, que fez seu IPO de US$ 130 milhões (R$ 647 milhões) em 2001 para reformar o estádio Delle Alpi.

Via de regra, os clubes que fizeram seus IPOs são controlados por holding familiares ou corporativas que vendem uma fatia do negócio, mas seguem porquê sócios majoritários.

Além de títulos e rebaixamentos, transferências de grandes jogadores podem influenciar as ações. Em 2018, ano da contratação do português Cristiano Ronaldo pela Juventus, os papéis da “Velha Senhora” saltaram muro de 50% na Bolsa de Milão.

No caso do time de Manchester, no reunido dos últimos 12 meses, as ações desvalorizam muro de 35%. Além da falta de resultados dentro de campo, o desempenho reflete a incerteza sobre os rumos do clube posteriormente a compra de uma fatia da equipe pelo bilionário Jim Ratcliffe.

Na América do Sul, três clubes chilenos —Pescoço-Pescoço, Universidad Católica e Universidad de Chile— têm suas ações negociadas na Bolsa de Santiago.

No Brasil, não há nenhum clube com ações na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. No ano pretérito, a portanto governo de Duílio Monteiro Alves, do Corinthians, chegou a cogitar a venda de uma segmento da participação na Neo Química Redondel a investidores na Bolsa. Com a troca na presidência, o projeto não seguiu em frente.

Uma vez que os papéis são negociados em mercados fora do país, o investidor brasiliano que quiser investir nas ações precisa ter uma conta no exterior e considerar o risco da variação cambial, diz William Eid Júnior, diretor do FGVcef (Núcleo de Estudos em Finanças da Instauração Getulio Vargas).

Para negociar ações na Bolsa, o investidor emite através de sua corretora uma ordem de compra ou venda de uma determinada ação por um preço definido, que é efetivada quando uma contraparte aceita a proposta. “O IPO de uma empresa de esporte é porquê de qualquer empresa. Tem que entender as perspectivas do negócio.”

É preciso se notar para o balanço financeiro da equipe para se confirmar que a oferta visa o propagação da operação, diz Alberto Apoio, dirigente de estudo da Suno Research. Ele acrescenta que o investidor deve levar em conta a geração de receita e o lucro do clube, assim porquê o nível de endividamento.

Embora não tenha entrada a ações de clubes brasileiros, o investidor sítio tem opções relacionadas aos esportes no mercado de criptoativos.

A plataforma MB (Mercado Bitcoin) lançou em 2020 o Vasco Token, ativo do dedo que remunera o investidor quando ocorre a venda de um jogador revelado pelo Gigante da Colina.

O rendimento envolve uma cesta pré-definida de jogadores e decorre do mecanismo de solidariedade da Fifa (Federação Internacional de Futebol), que prevê o pagamento de até 5% do valor de transferência aos clubes que revelaram o desportista. “A proposta é investir com paixão e com razão”, afirma Reinaldo Rabelo, CEO do MB.

Quando o meia Philippe Coutinho foi vendido pelo Aston Villa para o Al-Duhail, os detentores do token receberam R$ 625 milénio, ou R$ 1,24 por token. Desde a emissão do ativo, foram distribuídos muro de 3,6 milhões, ou R$ 72 por token, inferior do valor inicial de R$ 100.

Além de os investidores poderem comprar e vender o token porquê uma ação por meio da plataforma, o que influencia o preço, Rabelo explica que os ativos digitais também sofrem um desconto proporcional no momento da distribuição do dividendo, da mesma forma que ocorre com uma ação na Bolsa quando a empresa paga os rendimentos periódicos aos acionistas.

Em 2021, o MB lançou com a mesma proposta o Token da Vila. Quando Neymar foi negociado pelo PSG (Paris Saint-Germai) junto ao Al Hilal, os titulares do token receberam R$ 18 milhões, ou R$ 29 por unidade. No totalidade, o token do clube da Vila Belmiro distribuiu R$ 20,3 milhões, ou R$ 34,64 por token, inferior dos R$ 50 iniciais.

Em 2024, a plataforma lançou um novo token relacionado ao automobilismo. A rentabilidade do ativo depende do desempenho dentro das pistas do piloto Emmo Fittipaldi, rebento do bicampeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi.

Em 2024, o jovem de 16 anos disputa a temporada da Fórmula Regional do Oriente Médio e da Eurocup-F3. Caso obtenha vitórias que o credenciem à F1 nos próximos anos, o detentor do token EMMOF01 terá uma rentabilidade que pode chegar a 40% ao ano, no cenário otimista. Já a projeção pessimista indica que o token pode resultar em uma perda de até 5% ao ano.

Folha

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