Comerciantes Do Centro Histórico Paulistano Reclamam De Falta De Luz

Comerciantes do centro histórico paulistano reclamam de falta de luz

Brasil

Os comerciantes do calçadão do meio histórico de São Paulo, próximo da Rua 25 de Março, principal ponto de negócio popular da cidade, enfrentaram hoje (21) mais um dia com falta de robustez. Nascente foi o segundo incidente, em menos de uma semana, em que eles relataram problemas com a falta de luz.

Nesta quinta-feira, a reportagem da Sucursal Brasil passou pela Rua XV de Novembro, no meio histórico, e constatou que havia muitos estabelecimentos comerciais sem robustez, entre os quais o Meio de Distribuição de Títulos e Documentos de São Paulo (CDT), meão do dedo de cartórios da capital. Segundo funcionários do lugar, a luz acabou por volta das 13h e, até as 14h30, ainda não tinha voltado.

São Paulo-SP, 21/03/2024, Lojas no centro velho de São Paulo ficam sem luz, ao sofrer apagão nessa quinta feira 21. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
São Paulo-SP, 21/03/2024, Lojas no centro velho de São Paulo ficam sem luz, ao sofrer apagão nessa quinta feira 21. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Falta de luz reduz em 30% movimento de restaurante – Paulo Pinto/Sucursal Brasil

A falta de robustez afetou diversos restaurantes da região, uma vez que o Bovinus Churrascaria XV de Novembro, que, mesmo sem robustez, estava servindo os clientes. Segundo o gerente Elio Rodighery, a falta de robustez começou por volta das 12h30, horário de pico no restaurante. “O movimento começa ao meio-dia, nosso grande movimento. mas nosso cliente hoje não veio. Trabalhamos só com 30% do movimento normal”, disse Rodighery à Sucursal Brasil.

Ele lembrou que esta é a segunda vez, em menos de uma semana, que o restaurante enfrenta o problema. “Trabalhamos cinco horas por dia no horário do almoço. Mas só conseguimos trabalhar por uma hora e meia hoje [em que houve energia]. Na segunda-feira, faltou luz a noite toda, e a robustez só voltou no dia seguinte, às 9h. Só que os cozinheiros chegam cá às 6h, para dar tempo de manipular os víveres para atender o cliente. Só que a luz só chegou às 9h. E uma vez que se consegue fazer a comida às 9h? Na terça, trabalhamos na correria, tudo corrido, para conseguir servir o almoço. Na quarta-feira teve luz, mas hoje voltou a faltar. Perdemos três horas e meia de atendimento, ou seja, perdemos muro de 60% de nossas vendas”, reclamou.

Rodighery disse que tentou falar com a concessionária Enel para reclamar da falta de robustez, mas não foi atendido. “Não conseguimos falar com eles. É muita gente ligando. Acho que eles não conseguem atender todo mundo e também não sabem o que falar”, reclamou. “Vou remunerar R$ 22 milénio de robustez, para não ter [luz]”, falou.

O gestor de um dos prédios da região, Rubens Kemen Fruto, de 44 anos, disse à reportagem que o lugar foi alugado para a Feira Na Rosembaum, que reúne artistas, artesãos e designers de todo o país. A feira estava ocasião, mas o lugar estava totalmente sem robustez.

“Alugamos esse espaço temporariamente para a feira. Tivemos o início da montagem na noite de ontem, o início da feira foi hoje e o término será na segunda-feira (25). No início desta manhã, a luz começou a oscilar muito. Houve um pico de robustez, e os geradores foram acionados. O diesel acabou depois uma hora e meia sem robustez. A feira não consegue rodar sem a robustez, o que impacta diretamente nas vendas. São pessoas do Brasil inteiro que vêm fazer a exposição cá e [a falta de energia] prejudica as vendas. Está muito difícil, e não há previsão do horário de volta [da energia]”, destacou Kemen.

O gerente da Lanches Eminente, Jaelton Santos, de 42 anos, também reclamou da falta de robustez e das dificuldades de hoje. “Faz uma hora e meia que estou sem robustez, segunda vez, só nesta semana. Na terça-feira, faltou luz das 2 da madrugada até as 9h da manhã. Quem vai remunerar essa conta? Não tem exaustor, não tem ventilador, não tem tomada para os salgados, não tem robustez para a fritadeira elétrica. Ficamos cá no preju [prejuízo]”, resumiu.

“Já liguei para a concessionária, mas a relação caiu depois 4 minutos. Estamos cá aguardando, sem saber a que horas volta a robustez”, reclamou.

Em nota à prelo, a Enel Distribuição confirmou que alguns clientes da região da Rua 25 de Março “tiveram o fornecimento de robustez afetado” a partir das 12h45. “Equipes da distribuidora estão no lugar para inspecionar o trecho da rede elétrica que atende a rua e iniciar os reparos necessários”, diz a concessionária.

Por motivo da falta de robustez manente nos últimos dias, a prefeitura de São Paulo informou que fará  novidade representação contra a Enel junto ao governo federalista, acionando a Sucursal Vernáculo de Vontade Elétrica (Aneel) e o Tribunal de Contas da União (TCU). “A governo municipal já havia ingressado recentemente com duas ações judiciais contra a empresa nesses dois órgãos.”

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, informou que vai  propor a esses órgãos que os municípios possam avalizar as concessões federais que prestam serviços às cidades.

“A prefeitura está indignada com a falta de reverência da Enel com a população de São Paulo. Apesar de a empresa não ter qualquer vínculo contratual com a prefeitura, já que cabe ao governo federalista a licença, regulação e fiscalização da empresa, através da Aneel, a prefeitura, em nome da população, continuará de forma enfática cobrando dos órgãos responsáveis para que a empresa seja punida em resguardo da população da nossa cidade”, diz a nota da prefeitura.

Histórico

Na última segunda-feira (18), moradores dos bairros Vila Buarque, Higienópolis, Santa Cecília e Consolação reclamaram da falta de robustez na região, que afetou negócio, escolas, residências e hospitais, uma vez que a Santa Morada.

De convénio com o Ministério de Minas e Vontade, a falta de robustez chegou a atingir 35 milénio pessoas. O ministro de Minas e Vontade, Alexandre Silveira, convocou o presidente da concessionária para ir a Brasília prestar esclarecimentos.

Antes disso, na sexta-feira (15), o Aeroporto de Congonhas, na zona sul paulistana, ficou sem robustez e precisou suspender as operações de pouso e de decolagem por mais de uma hora. Na ocasião, a Enel informou que uma ocorrência na rede elétrica que abastece o aeroporto de Congonhas causou a interrupção no fornecimento de robustez na localidade. Segundo a Enel, foram realizadas manobras em sua rede para restabelecer o serviço e leste foi normalizado. No sábado (16), comerciantes da Rua 25 de Março reclamaram de um apagão na região meão.

Em nota, a Sucursal Vernáculo de Vontade Elétrica (Aneel) informou à Sucursal Brasil que está acompanhando as últimas ocorrências na extensão de licença da empresa e solicitou informações da Enel-SP para calcular causas e impactos dos eventos mencionados.

“Cabe ressaltar que a Sucursal aplicou recentemente auto de infração na concessionária de R$ 165 milhões em razão da resposta da empresa frente a eventos climáticos severos e que nos últimos 5 anos a Enel-SP foi multada em 321 milhões. Além das multas, as distribuidoras também são penalizadas com compensações na fatura do consumidor por descumprirem os limites de duração e frequência de interrupções estabelecidos pela Aneel. Em 2023, a Enel-SP pagou muro de R$ 105 milhões em descontos na fatura para os consumidores por descumprir esses limites”, diz a nota.

Fonte EBC

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