Foi dançando pelado por uma mansão repleta de obras de arte e móveis luxuosos, rodopiando sem pudor ao som de “Murder on the Dancefloor”, hit dos anos 2000, que Barry Keoghan se revelou por completo para Hollywood. Um ano depois de “Saltburn”, o ator irlandês foi escalado para viver Ringo Starr na aguardada série de cinebiografias dos Beatles, prevista para 2027, e está confirmado no elenco de pelo menos outros cinco filmes.
“Saltburn” foi sua estreia uma vez que protagonista. No filme de Emerald Fennell, ele deu vida a um alpinista social disposto a tudo para ocupar uma família de ricaços. Antes disso, porém, Keoghan já vinha atraindo olhares curiosos por trabalhar com diretores uma vez que Yorgos Lanthimos, Christopher Nolan e Martin McDonagh. Chegou até a dar uma palinha de Coringa no “Batman” melancólico de Matt Reeves, nos últimos minutos do filme.
Aos 32 anos, o ator é lembrado justamente por dar vida a personagens perturbadores, que escondem um lado obscuro mascarado de ingenuidade. Não é dissemelhante em “Acabe com Eles”, seu novo trabalho, recém-lançado pela Mubi, dirigido por Christopher Andrews, seu conterrâneo.
O filme explora a relação conflituosa entre dois homens no interno da Irlanda. Jack, vivido por Keoghan, é rebento da ex-mulher de Michael, interpretado por Christopher Abbott, responsável por um acidente que a deixou com uma cicatriz no rosto. Jack sente rancor de Michael, e manifesto dia rouba uma de suas ovelhas —é a partir daí que o conflito entre os dois graduação, revelando uma vez que o luminar à masculinidade pode envenenar os lares da Irlanda rústico.
“Há um tanto no jeito que esses jovens olham para a vida, uma vez que se estivessem nessa pequena bolha e não existisse zero para além dela. Eu precisei entrar nesse estado de espírito”, afirma Keoghan, por videochamada. Uma vez que ator, ele tenta entender os sentimentos de seus personagens sem julgá-los.
Ele já foi elogiado antes pela sensibilidade com que deu vida a um jovem sem perspectivas no interno de seu país natal, quando interpretou Dominic em 2023, no filme “Os Banshees de Inisherin”, de Martin McDonagh. O longa recebeu nove indicações ao Oscar naquele ano, incluindo a de melhor ator coadjuvante para Keoghan.
Ser irlandês, ele conta, contribui com o molejo para papéis excêntricos —e ele não se refere aos olhos azuis puxados e frios, que contrastam com o seu rosto rechonchudo e a baixa estatura. “A Irlanda é uma pequena região incrível de contadores de histórias. Eles são bastante reservados e não falam, não se comunicam, e guardam tudo para si”, diz.
Mas há também uma motivação pessoal que alimenta a disposição para seus personagens. Nascido em Dublin, Keoghan passou grande segmento da puerícia em lares adotivos. Depois da morte da mãe por overdose, quando tinha 12 anos, foi morar com a avó em uma moradia modesta. Ali sempre via na TV Marlon Frouxo e Paul Newman, e sonhava com uma vida de filme.
Foi em seguida desabrochar em um recrutamento de não atores que deu os primeiros passos no ramo. Anos se passaram até ele ser chamado para viver o opositor de “O Sacrifício do Veado Sagrado”, filme que aproximou ainda mais o heleno Yorgos Lanthimos de Hollywood. Ao viver o sádico Martin, garoto obcecado em vingar seu pai, ele contracenou com Colin Farrell e Nicole Kidman.
No mesmo ano, apareceu também em “Dunkirk”, de Christopher Nolan, ao lado de Cillian Murphy e, na pandemia, viveu o estranho manipulador de mentes Druig em “Eternos”, filme do universo Marvel.
Se Hollywood parecia um sonho distante, Keoghan não demorou para se afazer à novidade verdade. Estampou capas de revistas americanas importantes, uma vez que a GQ e a Vanity Fair —nu, mostrando as nádegas em referência a cena despudorada de “Saltburn”.
Ainda começou um namoro com Sabrina Carpenter, a mais novidade estrela do pop. Antes do romance findar em dezembro, os dois apareceram em sites de fofocas algumas vezes, e ele até apareceu no clipe do hit “Please, Please, Please” da cantora, uma vez que um criminoso violento e charmoso por quem ela é apaixonada.
A subida de Keoghan acontece em um momento propício para galãs irlandeses em terras americanas. Um ano depois das nove indicações de “Os Banshees de Inisherin” no Oscar, protagonizado por Farrell, Cillian Murphy levou a estatueta de melhor ator por “Oppenheimer” e, ao lado de Keoghan na escalada para a reputação, estão também Andrew Scott e Paul Mescal, que recentemente incorporou o novo gladiador na prolongamento do drama histórico de Ridley Scott.
Keoghan, por sinal, foi um dos nomes cotados para “Gladiador 2”, mas abandonou o projeto para se destinar a “Saltburn” e “Bird”, filme independente de Andrea Arnold que competiu à Palma de Ouro em Cannes no ano pretérito. “Eu pensei que ele nunca faria nosso filme, porque ele pode fazer o que quiser agora. Mas ele decidiu permanecer com o meu pequeno filme de grave orçamento”, diz a diretora.
Em “Bird”, ele interpreta o pai de Bailey, jovem que precisa mourejar com o maduração em meio a conflitos de uma família fragmentada e disfuncional. Bug, vivido por Keoghan, virou pai na puberdade e, apesar de amoroso, é relapso uma vez que se fosse ele próprio menor de idade.
Bug fez Keoghan refletir sobre a sua relação com seu próprio rebento, Frouxo —batizado em homenagem ao ídolo do ator, Marlon Frouxo— nascido durante as filmagens de “Saltburn”. “Eu não tive um pai quando estava crescendo. A minha relação com meu rebento não é a relação geral entre pai e rebento, porque eu não tive referência de uma experiência prévia para me fundar”, afirmou ele no Festival de Toronto, no ano pretérito. Ele disse, ainda, que se baseou na própria vida, em partes, para interpretar Bug.
A atuação o ajuda a expressar a sua própria dor e, por isso, escolher um papel é um compromisso que extrapola o trabalho. “É uma experiência que me desgasta. Você aprende muito sobre si mesmo, algumas coisas que não gosta, que podem te prejudicar se você não cuidar delas. Quero proferir, você vai a lugares e traz à tona coisas que às vezes ficam ali para você mourejar”, diz.
Apesar da boa circulação em Hollywood, é nos filmes independentes que Keoghan se sente mais “vulnerável e corajoso”. O ator, que já falou algumas vezes sobre a dificuldade de memorizar falas devido ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o TDAH, se queixa do tempo de espera entre as cenas em blockbusters.
“Filmes independentes têm menos distrações e são mais intimistas, e uma chance para se solevantar uma vez que ator. São uma chance para mostrar o paixão pelo cinema e pelo que você faz, que não se resume a perseguir os grandes filmes.”