Como Letterboxd Centralizou O Debate De Cinema Na Internet

Como Letterboxd centralizou o debate de cinema na internet – 03/11/2024 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Matthew Buchanan e Karl von Randow eram amantes de cinema frustrados quando criaram, em 2011, o Letterboxd, uma rede social dedicada à sétima arte. A dupla da Novidade Zelândia queria um espaço na internet para discutir os filmes que assistiam. Na idade, a melhor opção era o IMDb, um site de catalogação da indústria.

Eles não imaginavam que seu libido fosse lucrar o mundo. Com 13 milhões de usuários, o Letterboxd é hoje um dos principais lugares para ler e grafar sobre cinema e tem ganhado usuários ilustres, porquê Felipe Neto e Martin Scorsese, muito porquê Sean Bake, vencedor do prêmio supremo do Festival de Cannes, a Palma de Ouro.

A rotina na plataforma é intensa, com usuários postando e comentando filmes, quase sempre com uma avaliação de uma a cinco estrelas. Em várias ocasiões, a discussão sobre cinema parece nascer das interações do site. Os títulos do banco de dados já foram marcados porquê vistos pelo público mais de 1,83 bilhão de vezes.

A empresa neozelandesa, enquanto isso, continua com pouco mais de 20 funcionários. Para Buchanan, o propagação do negócio é exclusivamente uma questão numérica —o público segue o mesmo dos primeiros dias de operação. “Uma comunidade maior significa uma seleção maior de filmes assistidos, mas ela não está tão distante de onde começamos”, diz. “Os primeiros usuários eram cinéfilos e, conforme crescemos, era procedente a comunidade lucrar inconstância.”

Buchanan usa porquê exemplo a retrospectiva de termo de ano da rede, que sempre publica os dez lançamentos melhor avaliados pela comunidade. Em 2012, o primeiro “Vingadores” figurou na lista ao lado de filmes de arte porquê “Amour” e “Moonrise Kingdom”. Na última edição, o ranking foi liderado pela animação “Varão-Aranha: Através do Aranhaverso” e o hit dos festivais “Pobres Criaturas”.

O empresário também diz que a pandemia ajudou o Letterboxd a furar a bolha cinéfila e encontrar novos mercados. Com o isolamento, a plataforma foi um lugar oportuno para manter a discussão sobre filmes acesa, o que ajudou a manter vivo o giro de festivais, que na idade viviam na crise.

Quem entrou na plataforma nessa idade foi Marco Dutra. Diretor de “As Boas Maneiras”, ele diz que já conhecia o Letterboxd, mas foi se interessar pela rede no Festival de Berlim, há quatro anos. O cineasta divulgava “Todos os Mortos” e descobriu por um colega que o público comentava o seu trabalho por lá.

Segundo Dutra, a plataforma o ajudou a seguir as reações ao filme mesmo depois de a exibição ser prejudicada pela pandemia. O cineasta seguiu um caminho parecido ao de vários realizadores. O site ganhou uma avalanche de famosos, com diretores do porte de Christopher McQuarrie, dos últimos “Missão: Impossível”, e artistas porquê Ayo Edebiri, de “O Urso”.

Mas o contato próximo com o público nem sempre funciona. Em entrevistas, Edebiri já expressou preocupação e remorso sobre a forma porquê os seguidores reagem a suas publicações.

Dutra vê o Letterboxd porquê um bom espaço para ler sobre cinema —o que inclui os seus trabalhos. “A rede é um jeito de você ver que o seu filme está circulando”, afirma. “A minha diversão maior é ver o que as pessoas estão assistindo e comentando, e nisso descubro títulos que nem sabia da existência.”

Quem também vê valor na comunidade é Rafa Sales Ross, sátira de cinema e jornalista brasileira que cobre as maiores sinais do giro. Para ela, o Letterboxd é potente porque encoraja a invenção, o que ela diz impactar o curso de festivais porquê Cannes e Veneza.

“Adoro quando ouço de um colega ou espargido que assistiu a um filme que passou despercebido no evento porque escrevi alguma coisa na minha conta. Eu mesma assisti alguns dos meus favoritos com essa tática.”

Para Sean Gilman, crítico de cinema americano com mais de 11 milénio seguidores no Letterboxd, a simplicidade da rede é um diferencial. Ele destaca o design do site, o mesmo desde a instauração, e a facilidade para grafar e comentar as publicações dos outros.

O crítico também acha útil as modalidades pagas —por R$ 49 ao ano, o usuário remove propagandas e ganha retrospectivas customizadas. Gilman afirma ainda que o Letterboxd ajuda o público a entrar em contato com filmes do pretérito. Responsável do site The Chinese Cinema, sobre produções do leste asiático, ele diz que muitos dos seus seguidores descobriram clássicos da região por seus hábitos na plataforma.

A pequena equipe do Letterboxd sabe do potencial dessas conexões e, para isso, investe em uma frente editorial. O sucesso com a indústria fez a equipe perceber que poderia aproximar o público de seus artistas favoritos. O resultado é que os perfis do Instagram e do X, o macróbio Twitter, viraram uma máquina de marketing da plataforma. Mesmo quem não conhece o site entra em contato com ele por publicações virais.

A ação mais conhecida é a dos quatro filmes, em que os famosos contam quais são suas produções preferidas. O número coincide com a seção de favoritos dos usuários, que podem selecionar até quatro títulos para encabeçar o perfil.

“A gente queria um aplicativo útil para organizar as coleções, mas agora colecionamos recomendações de pessoas porquê Ryan Gosling e Emily Blunt”, diz Buchanan.

Além das celebridades, esses vídeos também são gravados com o público em eventos ao volta do mundo. Graças a Felipe Fonseca, colaborador da empresa, o Brasil faz secção desse giro, com registros na CCXP e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Segundo Fonseca, que ofereceu o serviço ao site, o Letterboxd sabe que tem uma parcela significativa de usuários brasileiros. Ele diz ver um propagação da rede no país, apesar de não revelar números. “Antes eu apresentava o site para as pessoas, agora elas já chegam sabendo.”

A presença brasileira motivou Gracie Pinto, diretora e curadora da Filmicca, a terebrar um perfil solene do streaming na rede social. A empresa é uma de várias que mantém uma página solene no site, que o Letterboxd apelida de “HQ”, um perfil empresarial que o negócio paga uma anuidade para obter.

“Isso funciona porquê um encontro do serviço com o público do Letterboxd. Estar lá ajuda a Filmicca a ser invenção por mais pessoas”, diz a executiva.

Grandes nomes do mercado apostam financeiramente na rede, porquê a Netflix e a Paramount Pictures e serviços independentes porquê a Mubi e a Neon. O giro de festivais e premiações também, do Oscar à Mostra de São Paulo.

Os laços mais fortes do Letterboxd com a indústria deixam em lhano a questão da monetização de criadores de teor para o público. Buchanan diz que o site não encampa a aposta, mas permite que usuários vinculem suas contas a sites de arrecadação porquê o Patreon.

Alguns membros da comunidade discordam dessa posição, porquê Matt Lynch. Funcionário da locadora americana Scarecrow Video, ele tem 56 milénio seguidores na rede e vê um erro na falta de monetização —ainda mais quando isso é adotado por plataformas porquê o YouTube e o X. “O Letterboxd tem uma base de usuários grande, a maioria paga para estar lá e provavelmente 98% do teor é gerado pelo público”, diz.

Folha

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