O idealizador do Rock in Rio, Roberto Medina, tenta viabilizar a construção de um parque temático de 385 milénio metros quadrados no Parque Olímpico, na Barra, zona oeste do Rio de Janeiro. O projecto tem pedestal e autorização do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).
O Parque Olímpico recebeu 14 modalidades nos Jogos do Rio-2016, porquê ginástica, ciclismo de pista, judô e basquete. Atualmente, recebe eventos esporádicos. Uma das arenas se transformou em escola municipal —ela não será afetada pela construção do parque temático.
Outras arenas temporárias foram desmontadas e tiveram as estruturas utilizadas para construção de escolas. As promessas foram cumpridas cinco anos depois dos Jogos.
O Parque Olímpico recebe edições do Rock in Rio desde 2017. A teoria de Medina é manter a estrutura do festival permanentemente no sítio a partir da próxima edição, em 2026, e ainda edificar um resort e parque de diversões, com montanha-russa e roda-gigante, que funcionem o ano todo, não somente em períodos de festival.
O projeto foi batizado de Imagine e tem previsão de lançamento em 2028. Idealizadores calculam investimento de até R$ 1,3 bilhão para a construção.
A teoria do projeto foi anunciada antes da última edição do Rock in Rio, no início de setembro, e contou com a presença de Paes.
Apesar da pompa do pregão, o projeto ainda não pode trespassar do papel: faltam a licença do terreno, ainda em negociação, e a autorização da Câmara do Rio.
A obra do Parque Olímpico foi feita através de parceria público-privada: o consórcio Rio Mais, formado pela Novonor (antiga Odebrecht), Roble Hosken e Andrade Gutierrez, ficou responsável por edificar os empreendimentos —além de arenas, núcleo de mídia, hotel e vila dos atletas. Em troca, teria o recta de erguer condomínios na região.
As instalações esportivas e não esportivas do Parque Olímpico da Barra custaram, ao todo, R$ 1,6 bilhão, segundo a matriz de responsabilidades da Olimpíada. O Rio Mais adquiriu financiamento de R$ 1,4 bilhão junto à Caixa Econômica Federalista para fazer as construções.
Mas o mercado imobiliário esfriou, construtoras enfrentaram crises, o consórcio não conseguiu remunerar e o empréstimo virou uma dívida que chega a R$ 2 bilhões, segundo afirmam envolvidos sob suplente.
Um consórcio formado pela Genial Investimentos e a Rock World, responsável pelo Rock in Rio, negocia com o Rio Mais porquê será oficializado o repasse da licença do terreno. A dívida é o principal travanca: assumi-la, dividi-la ou negociar o perdão, ainda que parcial, com a Caixa.
Outro travanca para o projeto de Medina é que a Câmara do Rio ainda não votou o projeto de lei enviado em maio pelo Executivo, que regulamenta a política de construção no parque.
O projeto de lei prevê a geração do Parque do Legado Olímpico Rio 2016, que vai abranger todas as estruturas que foram utilizadas nos Jogos. Com a geração deste Parque, a prefeitura quer autorizar a operação urbana consorciada, instrumento que transfere o potencial construtivo do Parque Olímpico para outras partes da cidade.
Ou seja: o novo proprietário do espaço, que teria recta de edificar prédios altos no sítio mas decidiu por outro tipo de empreendimento —no caso, um parque temático— pode transferir esse recta para erguer prédios altos em outra segmento do Rio de Janeiro, porquê a avenida Brasil e outras regiões da Barra e Jacarepaguá.
A instrumento da operação urbana consorciada é utilizada em outros empreendimentos já autorizados por Paes, porquê a reforma de ampliação do estádio de São Januário.
“Além do Rock in Rio manter suas estruturas permanentes, estamos valorizando o legado e deixando o espaço pronto para diversas manifestações de entretenimento”, afirmou Roberto Medina no lançamento do projecto.
“Já temos a estrutura do Parque Olímpico praticamente pronta para dar vida ao Imagine. Temos que assumir o entretenimento porquê a chave para alavancarmos a economia da cidade.”
A empresa Rock World, de Medina, quer controlar pelo menos mais uma extensão no Rio: a construção de um autódromo em Guaratiba, zona oeste, foi autorizada por vereadores no ano pretérito, em seguida projeto de lei enviado à Câmara por Paes.
O projeto do autódromo é da Rock World e a teoria é que o Rio volte ao rodeio da Fórmula 1. Ativistas ambientais são contra o projeto.
No Parque Olímpico, o novo empreendimento de Medina não vai ocupar espaços que já são geridos pela prefeitura, porquê a escola, ou por outras concessionárias.
O Núcleo de Treinamento do COB (Comitê Olímpico Brasiliano), vizinho ao Parque Olímpico, é dirigido pelo Comitê. A licença da prefeitura foi renovada em 2022 até 2048.
Ali ficam o CT de ginástica artística, onde treinam atletas da seleção brasileira, porquê Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, e o Parque Aquático Maria Lenk, utilizado diariamente por equipes de natação, nato artístico e saltos ornamentais.
Ao lado do CT do COB fica a Farmasi Estádio, mansão de shows administrada pela GL Events, que também não vai ser modificada.
O projeto de Medina prevê dez setores de entretenimento em um espaço de 385 milénio metros quadrados. Dentro do Imagine será construído um anfiteatro de 38 milénio metros quadrados para 40 milénio pessoas. A teoria é receber grandes shows internacionais.
Já em funcionamento, o parque Rita Lee, com pista de skate, muro de escalada e chafariz, também ficará sob o guarda-chuva dos organizadores do Rock in Rio.
Perto da lagoa de Jacarepaguá o projecto é erguer um parque de diversões de 56 milénio metros quadrados. Uma montanha-russa com efeitos especiais de luzes, lume e chuva foi o principal destaque do lançamento do projecto, em setembro.
O projecto ainda prevê resort, polo gastronômico, uma estádio gamer, um museu olímpico e o Global Village, uma cidade cenográfica que imita, em tamanho menor, marcos arquitetônicos dos seis continentes.
O Global Village já foi construído nas duas últimas edições do Rock in Rio, de 2022 e 2024, mas precisou ser desmontado já que o projeto de lei ainda impede de tirar o parque Imagine do papel.
O Rock in Rio acabou domingo (22), e desde terça-feira (24) funcionários desmontam das estruturas da Cidade do Rock. A previsão informal de organizadores é retirar tudo em até um mês.