Como são as festas do festival de cannes 24/05/2025

Como são as festas do Festival de Cannes – 24/05/2025 – Ilustrada

Celebridades Cultura

Filas quilométricas, taças de vinho pagas, superlotação. Certamente não é mal muitos imaginam as festas do Festival de Cannes. Por trás do glamour do tapete vermelho e dos vestidos de grife, porém, se divertir entre uma sessão e outra não é tão fácil –é preciso receber o invitação claro, e estes são muito limitados.

Mesmo as festas oficiais ou com alguma conexão mais direta com o festival apresentam uma roleta russa ao convidado. Na noite em que anualmente se anuncia o vencedor da Palma Queer, por exemplo, as taças de vinho são cobradas, mas a boa discotecagem, muito pensada para seu público branco, serve de consolo.

Já para fechar o festival, há duas festas oficiais que acontecem em paralelo, logo posteriormente a entrega da Palma de Ouro. Uma é maior, voltada para os funcionários que fazem o evento suceder, com comida e bebida à vontade, mas longas filas. A outra, para pouquíssimos convidados, tem menu e missiva de drinques mais elaborada e dá aos presentes a chance de dividir a pista de dança com os membros do júri e premiados.

No ano pretérito, Greta Gerwig, que liderou o júri, passou a noite toda dançando ao lado de Coralie Fargeat, diretora de “A Substância” que balançava o diploma do prêmio de melhor roteiro numa das mãos, enquanto uma taça de vinho ocupava a outra. Já os grandes vencedores da noite, a equipe do filme “Anora”, estavam mais tímidos. Sean Baker e Mikey Madison eram abordados toda hora para serem parabenizados pela Palma de Ouro.

Nas duas semanas pelas quais a programação se espalha, são vários os coquetéis e festas que disputam a atenção com as sessões de cinema. Muitos são promovidos por empresas presentes no Mercado do Filme e agências de relações públicas por trás dos filmes em competição, com lista de convidados generosa e mirando a praia.

Em muitos desses casos, porém, a lotação do espaço é baixa, logo longas filas são frequentes. Dependendo da hora em que o convidado chega, é preciso esperar alguém transpor para entrar, o que pode demorar.

Quanto mais afastadas do meio nervoso do evento, o Palácio dos Festivais, mais exclusivas e sofisticadas são as festas. Elas costumam ser promovidas por marcas ou personalidades que estão patrocinando e acompanhando o festival.

Antonia Morais, protótipo que usa o nome artístico Anttónia, por exemplo, abriu a mansão marciana de Pierre Cardin, no topo de uma colina a meia hora do Palácio de Festivais, e recebeu um “petit comité” para comemorar a possante presença do Brasil em Cannes nesta edição.

A mansão desenhada pelo estilista franco-italiano lembra um enorme casulo, e parece ter sido tirado de outro planeta. Não há paredes retas, a estrutura é toda arredondada e em cores terrosas, com escadas em curvas e janelas que mais parecem cápsulas. Na sala repleta de designs assinados ou no jardim com vista para a costa, brasileiros bebericavam champanhe ao som de MPB e eletrônica.

Já a Campari, patrocinadora do festival, preferiu montar sua balada em uma das estruturas no calçadão da praia. Drinques clássicos uma vez que negroni e boulevardier eram servidos a quem tivesse a pulseira para entrar no evento —não era incomum ver pessoas esperando do lado de fora, aguardando uma oportunidade para entrar furtivamente ou implorando por um invitação.

Entre os brasileiros presentes na sarau estava a atriz Juliana Paes, que veio ao festival a invitação da marca de bebidas para prestigiar seus compatriotas no tapete vermelho, uma vez que Wagner Moura e Maria Fernanda Cândido, que estrelam “O Agente Secreto”, e Camila Pitanga, que atua no curta “Samba Infinito”.

“O Festival de Cannes é uma grande vitrine mundial. Os filmes e as festas que estão relacionados com o festival são esse grande palco para os assuntos que precisam ser abordados, discutidos, neste momento”, diz Paes. “Estar no evento sendo uma atriz brasileira esse ano tem um paladar peculiar.”Há ainda as festas oficiais dos filmes, que diferem muito, dependendo da verba do estúdio que está por trás do título. No ano pretérito, “Motel Rumo” montou uma balada no subsolo de um prédio, posteriormente sua première, com bons drinques e vinhos.

Já a Disney, quando trouxe o último “Indiana Jones” ao festival, enfeitou um pedaço da praia com decoração que remetia ao filme. Harrison Ford apareceu, posou para fotos e voltou para o hotel Barrière Le Majestic, por meio de um galeria montado mormente para os famosos e contornado por fãs ensandecidos.

São mormente mitológicas as festas dos filmes de Baz Luhrmann, diretor dos extravagantes “Moulin Rouge: Paixão em Vermelho” e “O Grande Gatsby”, que abriram Cannes em anos anteriores. Jornalistas veteranos lembram com frequência dessas celebrações –estas, sim, fazendo jus ao glamour que se imagina para um evento uma vez que o Festival de Cannes.

Folha

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