Como Schindler Britânico Ajudou Crianças Durante O Nazismo 26/03/2024

Como Schindler britânico ajudou crianças durante o nazismo – 26/03/2024 – Ilustrada

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Aos três anos de idade, a moço Eva Paddock, hoje com 88, embarcou porquê refugiada numa viagem de trem da antiga Tchecoslováquia rumo à Inglaterra em tempos de Segunda Guerra Mundial.

O ano era 1939. Da viagem, ela unicamente se lembra de ter sofrido com o enjoo no navio que a deixaria na costa britânica. “Eu não entendia zero do que estava acontecendo”, ela diz à Folha.

O mesmo ocorreu com sua meia-irmã Milena Grenfell-Baines, 94, que, do país natal, unicamente levou o seu cordão de identificação para viagem e um álbum de memórias oferecido por seu avô. “Quando nós chegamos no navio, na Holanda, eles nos ofereceram chá com leite. Para os britânicos, isso era absolutamente normal. Para nós, era nojento.”

Eva e Milena foram unicamente duas das 669 crianças judias que conseguiram fugir da ocupação nazista graças ao esforço do humanitário britânico Nicholas Winton. Com a ajuda de parceiros, ele conseguiu enfrentar longos processos burocráticos a término de transportar e acoitar, de forma lítico, crianças que possivelmente iriam para os campos de concentração.

Esse feito é o ponto de partida do filme “Uma Vida: A História de Nicholas Winton”, longa dirigido por James Hawes que está em edital nos cinemas brasileiros. Com as presenças do veterano Anthony Hopkins e do músico e ator Johnny Flynn, que interpretam duas fases diferentes da vida de Winton, o longa apresenta o horror de uma guerra sob a ótica daqueles que fizeram de tudo para salvar os seus filhos e dos que estavam dispostos, à sua maneira, a ajudar.

Longe das trincheiras que geralmente ilustram os filmes de guerra, “Uma Vida” concentra sua história na silenciosa resistência de um grupo de pessoas que resolveu agir em tempos de urgência. Tão silenciosa que a conquista de Winton permaneceu desconhecida do público até 1988, quando, depois 50 anos, ele se reuniu com dezenas das pessoas que havia salvado no programa de televisão da BBC “That’s Life!”. A partir de portanto, passou a ser espargido porquê o “Schindler britânico” —em referência ao teuto que salvou 1200 judeus da morte durante o Sacrifício.

Na obra, enquanto Flynn dá vida a um Winton obstinado a recrutar fundos, providenciar documentos para as crianças, encontrar famílias adotivas e prometer os direitos concernentes à suas condições enquanto refugiadas; Hopkins interpreta um varão idoso, vivaz, mas ressabiado, que gostaria de ter conseguido salvar mais pessoas. A montagem do filme intercala esses dois momentos, criando um paralelo entre os dois encontros do britânico com “as suas crianças”, porquê elas foram posteriormente chamadas —na chegada dos trens a Londres e no reencontro proporcionado pelo programa televisivo.

Foi dos Estados Unidos, onde mora, que Eva Paddock assistiu à entrevista do “That’s Life!”. “Muitos de nós, que passamos a ser ‘as crianças de Winton’, queríamos encontrá-lo em pessoa, para agradecer”, ela afirma. Diante do pedido para uma conversa, Winton e sua esposa teriam respondido. “Ninguém vem unicamente para uma xícara de chá. Vocês vão passar o dia conosco.”

“Isso demonstra o quão sensíveis eram Nicholas e Grete [Winton] às nossas necessidades, abertos para dar a essa história uma desfecho”, diz.

Milena Grenfell-Baines, que também se encontrou com Winton na Inglaterra, faz coro às palavras de Paddock. “Nós fomos em ótimas festas de natalício. Ele tinha um jardim enorme e era uma pessoa muito sociável”, ela se lembra com um sorriso no rosto, sem deixar de mencionar que o espírito humanitário do britânico não havia perdido, visto as ações de humanitarismo que ele continuou realizando até a sua morte, em 2015.

“Para mim, essa é sua mensagem para o mundo: se doar ao outro sem necessariamente esperar qualquer mercê em troca”, diz Paddock.

Por simbolizar esse espírito, ambas concordam que a estreia do filme vem em bom momento, mormente num contexto em que guerras e conflitos se avolumam.

Em outubro de 2023, segundo dados da Dependência da ONU para Refugiados, a Acnur, muro de 114 milhões de pessoas viviam em requisito de refugiadas, tendo sido obrigadas a se mudar por efeitos da violência e da violação de direitos humanos. Entre as causas do aumento dessa zero, o documento destaca a Guerra da Ucrânia e conflitos em países porquê Sudão, República Democrática do Congo e Afeganistão.

“As pessoas não estão mais tão dispostas a receberem refugiados porquê elas estiveram em 1939”, diz Paddock. Por isso diz esperar que o filme inspire uma “atitude mais positiva” e faça com que alguns se movam para ajudar as “milhares de crianças e famílias que estão precisando”, em vez de colocar barreiras nos processos de imigração.

“Se não aprendermos a nos comprometer, teremos um porvir muito sombrio”, diz Grenfell-Baines, parafraseando uma das ideias que o próprio Nicholas Winton costumava proferir nas conversas que tiveram.

Folha

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